TERRA PÓS APOCALIPSE

Ele ria, enquanto trabalhava, empunhando um tablet virtual e queimando neurônios para reorganizar a Terra.

A TPA - Terra Pós Apocalipse.

Desde quando?

Não sabia...

Nem por que sobrevivera.

Ouvira falar algo sobre colapso de energia, capitalismo, teconologias avançadíssimas e perniciosas.

Nada daquilo significava nada para ele.

Tinha que vencer etapas, superar desafios, acertar nos alvos, semear, cultivar, limpar, cruzar espécies, recombinar genes...

Tudo não passava de um jogo, não era?

Era, é claro que era.

Por isso ele estava ali?

Sentado?

Com a máscara na cara, desde sempre?

Milhares de outros jogavam com ele.

Ele sabia disso por que havia os rebeldes, que não cansavam de infestar seu programa de vírus.

Ele venceria, um dia.

Ele assim esperava.

Tanto quanto os idealizadores.

Mal sabia ele que não passava de um cérebro mantido em atividade num aquário.

Se soubesse, faria diferença?

Toda a esperança de uma humanidade sadia dependendo de cérebros cuidadosamente escolhidos, os cérebros-matriz; não passavam de 5.000.

E eles trabalhavam felizes, imersos em dopamina.

Os guardães da TPA estavam mais do que satisfeitos.

O Projeto Arca de Noé funcionara, ainda que não sem ajuda...

A tarefa era enorme e implicava na eliminação dos inviáveis, dos fracos, dos contaminados e dos danosos.

Coisa que um robô era incapaz de fazer.

Muito melhor contar com aqueles cérebros geniais.

Jacqueline K
Enviado por Jacqueline K em 14/01/2012
Reeditado em 18/01/2012
Código do texto: T3439776
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