Titan capítulo 1
Titan
I-Atiab
Na conjunção do nascer, do por e pino dos três sois de Titan achava-se no cume da montanha mais alta denominada pico de Ícaro um ser alado com asas alvas e fortes fixadas ao seu corpo humano pequeno porem bem definido,então imerso em pensamentos perguntava a si mesmo:
-seria eu Atiab?
-seria eu agora diferente em pensamentos se não houvesse o peso dessas asas e toda responsabilidade que trouxeram anexadas?
-seria eu outrora tão livre e tão escravo quando não fizesse parte de mim meu maior sonho; Voar?
Ainda absorto em pensamentos Atiab olhava o horizonte ao noroeste avistando o mar verde com seu litoral rochoso de íngremes escarpas cujo planalto que se seguia com uma mata densa de padrões de cores cinza prateada na sua grande extensão com pontilhados multicoloridos de algumas espécies de árvores. Foi aproximando o olhar até a base da montanha com seus tons pastel ferrugem dos cascalhos e da vegetação árida, até olhar para os próprios pés e achar as respostas as suas perguntas.
-Sou eu; Atiab!
-Sim sou o que me tornei!
-minha liberdade são meus pés ao chão e onde posso pousar!
Ao se sentir seguro em si olhou firme ao horizonte ao leste e avistou a cratera de Criguer onde ao centro se encontra a entrada da cidade subterrânea, Najar, Capital tecnológica dos povos de Titan, Sua evolução não pode ser qualificada nem quantificada, pois as mentes mais brilhantes de todo o planeta preferiam habitar lá em sua fama ou anonimato. E ainda mentalidades brutas e grotescas. Também figuravam as ruas das galerias mais escuras. Sob a luz do conhecimento as galerias centrais são bem iluminadas e suas luzes de vibração intermitente de um colorido alegremente estimulante a todo consumo faziam da região logo após a entrada um ambiente muito agradável aos sentidos com uma estrutura sonora muito bem delimitada ao ambiente, coerente às imagens projetadas, em cada galeria avistasse as inúmeras regiões de Titan em tempo real imediato, assim a capital tecnológica Najar, se mantém informada e assegura sua supremacia sobre as demais regiões, ainda que subterrânea, seus olhos estão bem ao alto em satélites orbitais, fazendo a varredura de toda superfície de Titan.
Atiab fechou seus olhos como se não quisesse ver ou talvez como se não quisesse ser visto, pois sabia que alguém o pode ver certamente, mesmo sobre o pico de Ícaro, moveu sua cabeça em direção ao sudoeste abriu seus olhos e perdeu seu olhar no deserto de Taoípsi. Como se convergisse o conteúdo do seu pensamento em sintonia total com o nada, e por um momento silenciou sua mente, mas logo, o brilho, dos três sóis de Titan, refletido na areia branca o fez piscar lacrimejando em ardor e se questionou:
-poderia eu tão pequeno e frágil perto a essa imensidão, ter algum poder de alterar tudo isso que se criou sem que tivesse feito esforço algum para tal?
-haveria o movimento perfeito que desencadeasse causa e efeito?
-teria alguma importância a ele, a minha motivação maior, encontrar quem criou tudo isso?
Neste exato instante, trovejaram fortes trovões em um céu de tons vermelho-azulado e Atiab elevou seu olhar ao alto e raios de espículas douradas cortavam a paisagem ao meio como se dividisse seu mundo em dois, e se questionou novamente:
-seria eu, como esta visão panorâmica ambígua, pura energia entre ambos os lados?
Congruente ao seu pensamento formulou uma relação entre suas questões e tudo que estava acontecendo e pareciam lhe respostas do criador a sua indagação fez do pensamento coincidência aos fatos naturais e estipulou sins e nãos aos raios e trovões, e tudo o levou a crer que o criador o queria bem e o fez acreditar que ele mesmo fosse à causa e o efeito, que quando se situou atemporal em meio ao bem e mal, se fez energia pura e achou a real dimensão do criador em uma frase em seu pensamento: tudo é factível, nada é ficção.