A Segunda Maior Invenção

Naquele tempo toda a cidade estava alarmada.

Germano, um rapaz de dezessete anos havia conseguido criar a segunda Grande Máquina (1ª era a vitamina do rejuvenescimento, que já estava sendo testada em ratos idosos), e mais da metade da população terrestre desejava comprá-la, e até então não havia sido criada por outra pessoa, nunca.

De modo que os cidadãos já possuíam os costumeiros aparelhos ultrapassados, tais como o ar-condicionado, as cirurgias plásticas e a inseminação artificial. Tudo isso demorava, e deixaram em menos de um século de serem facilitadores da vida humana.

O caso é que “andar” já se tornava inconveniente.

Tantos meios de transporte que economizavam minutos preciosos, mas ainda tão antiquados. O mais “veloz” demorava dois minutos e trinta segundos apenas para ir de uma cidade a outra! No final de um ano as pessoas perdiam cerca de trezentos e vinte um mil e novecentos minutos no mínimo (antigamente, elas perdiam mais do que oitocentos e quarenta e dois milhões, somente nos transportes, porém isso era quando ainda acreditava-se em ÓVNIS).

No entanto, com a invenção de Germano, a perda seria consideravelmente de míseros minutos por ano. Toda a gente levaria uma hora por mês se usassem o transporte quatro vezes por dia.

Uma revolução tecnológica bem no quintal do país!

As empresas de publicidade já tinham os anúncios ideais, e as lojas já se preparavam para receber as máquinas.

Adeus transportes!

Adeus postos de gasolina!

Adeus trânsito caótico!

Todos haviam vendido ou queimado os seus carros.

Não se encontrava nenhum veículo nas ruas.

No dia seguinte, a noticia já estava em todos os jornais.

Era um dia especial, o rapaz Germano daria uma entrevista exclusiva e internacional. Mais de dois milhões de pessoas assistiam o mesmo canal.

- Estamos aqui com o mais novo inventor! – dizia o repórter carismático com o rapaz Germano ao seu lado – então, todos nós queremos saber o que levou um jovem a construir o Teletransporte! – os olhos do repórter brilhavam.

- Eu pensei: não quero ir mais um ano para o colégio e gastar as canelas andando a pé. Então eu passei todos os dias das minhas férias construindo a máquina.

- Magnífico! Sabe que estamos à espera? A sua invenção era o que precisávamos! – há essa hora milhares de pessoas vibravam em suas casas – uma dúvida, quantas pessoas no máximo dá para teletransportar numa única máquina?

O menino parecia embaraçado.

- Pena que até agora a máquina seja capaz de teletransportar somente uma torrada cortada ao meio...

Bruna Morgan
Enviado por Bruna Morgan em 06/12/2011
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