Fabulis ex ignis Bellator. Parte 2 - A viagem à Ibi Sui Anhaguera - Amanajean Parte 1
E fomos nós rumo ao norte, à "Ibi sui Anhaguera" que é "A terra do diabo velho". Chegamos à região sul sem demora, pois as terras estavam mortas, no caminho não vimos nenhuma vivalma, apenas a terra queimada e as cinzas voando e se acumulando atrás de pedras e rochas, nenhuma árvore sã a vista, nem no longinquo horizonte... No nosso caminhar monótono, perguntei à minha esposa:
- Meu amor, como era a criatura que nos tirou nosso bem?
- Ele? Era grande, tinha uma pele de dragão, mas se era um dragão, a usava como armadura... Tinha uma marca no peito, onde fica o coração, um corte... Talvez já lhe tenham decido a espada no peito. Sei que não conseguiremos salvar-la, mas quero morrer tentando pois não terei paz no coração se não a resgatar.
- E ele lhe disse algo?
- Não, mas ele se aproximava com um zunido alto, forte... Gelava o coração. Bem, ele disse sim, mas não entendi, falou numa lingua morta.
- E o que ele disse?
- Bem, algo como "Volu codi es mea". Sabe o que é?
- É em latim. É "Volo quod est mea" e significa "Eu quero o que é meu".
- Mas é NOSSA filha! Maldito! Por que ele a pegou?!
- Nós lutamos, nas minas. Mas não o matei, meu golpe não o matou... Então fugi para qualquer lado e parei no deserto de sal... Ele me salvou e me disse: Vade retro ad eius familiam, noli prohibere debitum...
- E o que significa?
- "Volte à tua familia, não tem dívida comigo" ou algo assim... Maldito, ele deve ter me seguido para se vingar de mim.
Ela então começou a chorar baixo, um choro de angustia e se abraçou em mim e seguiu a viagem buscando o conforte nos meus braços. Três dias de viagem, a pouca comida que levamos e racionalizamos já estava por acabar, a água se acabaria em poucos goles, então a angustia tomos nossos corações ainda mais, nos sentamos contritos pensando como é que iriamos seguir viagem? Voltar não dá, seguir em frente não iremos longe, nossa morte estava certa.
- Um rio! Veja, amor, lá esta um rio!
Lavantei meus olhos confuso, procurando o tal rio. Vi ao oriente uma pequena risca, o que parecia ser água. Nos levantamos e fomos ao rio, com as esperanças nascendo em nosso coração. Chegamos em poucos minutos e olhamos o rio de perto, a água era cristalina, havia peixes nadando, o rio não era grande, mas o suficiente para ter peixes.
- O que será que um rio de águas cristalinas e cheio de vida faz num lugar como este? Como se mantem assim?
- Este não deve ser um rio qualquer, querida. Ou então as criaturas o preservaram para si. O que nos será de muito útil.
- Será que a água esta envenenada?
- Há peixes, eles estariam mortos se assim fosse.
Então enchemos todas as garrafas e recipientes com à agua, e pegamos alguns peixes e colocamos sal para durar, ao menos, 2 dias. E seguimos viagem beirando o rio, eu sabia que não era uma boa ideia, pois estariamos muito a vista, mas aquele era nossa única fonte de alimento e água naquelas terras. A noite chegou, fizemos uma fogueira com uns gravetos mirrados que achamos, nos aquecemos no pequeno fogo e esquentamos alguns peixes e nos deitamos para dormir, mas o sono não nos vinha, me propus a montar guarda e apaguei o fogo. A noite foi passando, ela conseguiu dormir, mas a mim o sono nem se quer me tocou, estava alerto, esperando alguma desgraça acontecer... O que foi quase.
O sol esta perto de nascer, a madrugada estava por findar, quando me aparece uma criatura do nada, era o maldito que causou nossa desgraça.
- Acalma-te, não vim eu aqui para lutar, venho acompanhando-vos desde que resolveram partir em viagem à 4 dias.
- Por que roubou minha filha?
- Fui obrigado a fazer isto, apenas cumpri ordens diretas. Você que é um bom soldado, sabe que não pode desobedecer ordens diretas dos superiores, mas fui bom para contigo, eu sabia que estava vindo de tua caminhada, então ataquei a tua casa um pouco antes de tua chegada e a ferida em tua esposa não foi mortal. Infelizmente tive que levar tua filha como prova de que fiz o serviço, fui mandado para te matar e destruir o que possuia, mas você não estava, então só fiz a segunda parte. A meu pedido, tua filha está viva e em segurança, mas não está nestas terras minhas.
- Estas são tuas terras?
- Sim, no bem da verdade, ainda não chegaste a Ibi sui Anhaguera, está quase, entrará na região sul, que são as minhas terras, conheces as terras Amanajean?
- Nunca ouvi falar... E não sei o que significa.
- Amanajean é Tupi e significa "Mensageiro da sombra", que sou eu. E nunca ouviu falar dali, pois minhas criaturas não polparam ninguem que lá pisaram, infelizmente, não posso dar ordem diferente à ti, mas mandarei elas para o extremo do Ocidente, a parte mais longe daqui de minha terras, você tem 1 dia e meio para atravessar apartir do por-do-sol de hoje.
E se virou e foi-se indo para o norte e começou a se desfazer no ar como fumaça, mas antes de sumir ele se virou e disse:
- Aliás, o rio eu presevei para vocês e sim, fui eu que destrui isto tudo, também às ordens de meus superiores. Ah! Mais uma coisa: procure por Apoena em Ansuiarám ou Desertum Viator em Aramatã depois que passar das minhas terras e Itá é pedra, agora me devo ir.
E acabou de sumir diante de meus olhos, não entendi o porquê de me dizer "itá é pedra", tenho a impressão de que isto me será muito útil, mais alguns minutos se passaram e o sol nasceu, minha esposa de levantou, preparei uma fogueira enquanto ela se banhava no rio e depois fui me banhar enquanto ela preparava os peixes, comemos e seguimos viagem.