Fabulis ex ignis Bellator. Parte 1 - O poema

Andava eu pelas campinas

Com as feridas abertas, machucado.

Venci a batalha nas minas,

Mas perdi os que estavam ao meu lado.

Quando meus olhos para cima lancei

No que vi, acreditar não pude

Aquele qual ao inferno mandei,

Em pé estava com a armadura rude

Perfurei a dura pele de dragão

Que envolvia teu corpo em armadura.

Desci minha espada no coração

Daquele que diziam que não fura.

Seus dentes afiados e olhos de fogo

Espírito maligno era aquele guerreiro,

Correr, sem demora, me pus logo

Pois não o matei com o golpe certeiro.

Guerreiro maldido que do inferno subiu,

Usa de cobertura a pele do dragão mais poderoso

Que com as próprias mãos, feriu.

tal feito não conseguiu o guerreiro mais glorioso.

Não podia contra ele, só pude correr

Mas não me perseguiu, só ficou me olhando...

Decidiu, sem motivo, me deixar viver,

O que será que a criatura estava pensando?

A criatura que saiu da profunda escuridão,

Maligna, destruidora que profetiza o mal

Sentiu uma inesperada compaixão

E me deixou correr e morrer nos desertos de sal.

Mas por que, comigo, ele não foi brutal?

Podia facilmente me fazer pó que há no chão...

Prova tal que até este mal tem coração

Da qual atravessei com uma espada,

E desci com a lâmina afiada.

Toquei eu no mais nobre deste ser?

E então, por fim, passou a ver

Que os homens lutam para sobreviver?

Ou que eu lutei por este ideal

E não por uma simples ganancia,

Aos meus princípios eu fui leal

E agora morrer é a cura de minha ansia

Vejo o azul acima e branco no chão

O grosso sal toca em minhas feridas

E entra, pelo ar, em meu pulmão.

Agora só posso lembrar de minhas queridas

Minha esposa que deixarei viúva

Minha filha pequena que ficará desamparada.

Meu ultimo presente à elas foi a minha luva...

Não voltarei para casa, prometi. Esposa, não fique magoada

Fecho os meus olhos e me deixo morrer

Minhas lágrias caem sem parar,

Gotas salgadas, em meu rosto, não pararam de escorrer,

Prova de que homem pode chorar.

Minha armagura foi sumindo

Senti que me vinha a morte

Um estranho som vinha zunindo...

Quem chegou foi a minha sorte:

O mal guerreiro em minhas feridas, com as mãos,as tocam

Me levantou e me deu de beber um forte rum

E disse ele à mim:"Vade retro ad eius familiam"

"Noli prohibere debitum"

E assim pude para minhas familia voltar

E em qualquer guerra, batalhar não mais irei.

Como é bom estar em meu lar

E por ela somentei lutar voltarei

Oirtemed
Enviado por Oirtemed em 13/09/2011
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