Spirit

Não existe outra civilização, além da humana, pelo menos, era o que se comentava entre as varias colônias da via láctea nos quase cinqüenta mil anos que os pioneiros haviam deixado a Terra, devido à alta radiação que se espalhou pelo planeta, causado pelos terremotos que afundaram as ilhas japonesas.

Agora era à hora de visitar o antigo lar, os fanáticos religiosos apregoavam que nunca houve vida na Terra que tudo não passava de uma conspiração dos Iluminatis e que o dispêndio do dinheiro deveria ser em pró da propagação da religião única e verdadeira.

Os políticos diziam que era mau uso dos impostos e que estes valores exorbitantes deveriam ser destinados as coisas básicas como saúde, educação e segurança, coisas raras nestes tempos de alta tecnologia; quem desejasse alguma dessas coisas teriam que pagar muito caro, enquanto isso os desvios dos impostos era feito sem o menor constrangimento, pelos mesmos politicos.

Os filósofos haviam perdidos seus livros e consequentemente toda a historia humana e perdidos nas suas jactâncias não conseguiam acrescentar nada a sociedade, apenas, monologos difíceis e sem nexos que não iluminava a mente medieval do homem moderno.

Mas apesar de toda esta distopia, um pequeno grupo visionários decidem mandar uma nave para o sistema Solar, contra tudo e contra todos, partiram na nave Voyage, atravessando uma infinidade de parsecs, não era uma nave de recursos avançados, tanto que quando chegaram a orbita de Marte, os bravos viajantes não tiveram alternativas, senão descerem no planeta vermelho.

Os aventureiros se depararam com um dilema: - Poderiam ir para a Terra e ficarem lá ou deveriam retornar para o planeta-mãe?

A primeira alternativa poderia ser uma passagem para a morte, não havia como saber se a atmosfera terrestre havia se livrado da radiação e se voltassem não haveria mais oportunidade de fazerem mais uma expedição.

Ainda a pensar, os bravos homens procuravam alternativas, um deles afastou do grupo e observava o céu rubro e a terra ferrugem do desolado planeta, mas uma coisa que refletia a fraca luz do Sol lhe chamou atenção.

Era um painel solar, gritou para os companheiros que se aproximaram e com muito cuidado e desenterraram o curioso objeto:

Um painel solar com rodas e uma pequena antena.

Estava bastante enferrujado, mas após um tratamento anti-oxidante foi possível entender que era um robô que somente os terráqueos poderiam ter mandado, pois nunca havia sido comentado que em Marte houvesse vida e ali os visionários, antes de voltarem para o planeta-mãe, fizeram uma grande exploração e não acharam nenhum vestígio de alguma antiga civilização.

O objeto ao chegar ao planeta-mãe foi alvo das mais diversas especulações, mas nenhum dos grupos que comandavam os homens deu o braço a torcer, diziam que era alguma sonda perdida , os religiosos no final de tudo obtiveram o robô e este se tornou o santo-graal e gente de todo canto da galáxia vinha para adorar aquele inócuo objeto.

Os religiosos ensinaram que aquele objeto era do Deus criador e que ele permitiu que os homens o encontrasse para lembrar de que devemos ser submissos as ordens religiosas.

No fim o melhor era que tudo ficasse emergido na maior ignorância, e conforme se passou os meses o assunto foi sendo esquecido.

Entrementes na Terra, a natureza havia se recuperado e a vida explodia com todo o seu fervores, cores e alegria.

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