HOMENS DE MARTE
HOMENS DE MARTE
Em meados de 2020, após duas décadas de estudos e fracassos a NASA como uma última cartada decidiu enviar o veículo espacial Constellation V até o planeta vermelho. Seria uma missão de quase quinhentos dias, entre a ida e a volta.
A noite surgiu com o céu límpido, estava tudo pronto e de acordo com o briefing para o lançamento. Os astronautas adentraram a nave e começaram a sequencia para pulsar rumo ao espaço.
- Iniciando contagem disse o operador em frente ao computador no centro de comando Houston.
- 10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1... Um silêncio atribulado fez-se por meio-segundo até o pulsar dos foguetes. As chamas rebatendo contra o chão foram distanciando-se até a nave transpassar a atmosfera. Por todos os lados do país pessoas olhavam fascinadas a subida ofuscada pelas chamas até o torpedo gigante desaparecer em meio à escuridão.
- Houston. Transpassamos a atmosfera.
250 dias depois:
Após quase um ano o modulo da Constellation V aterrissou no Planeta Vermelho. Os astronautas desceram do modulo e, como anos atrás na lua, fincaram a bandeira dos Estados Unidos em solo marciano. Colheram alguns quilos de pedra, fotografaram de diversas partes o planeta e quando retornavam ao modulo um clarão rápido, cruzou o céu e quando voltaram o olhar ao modulo a portinhola de aço estava entreaberta. Provavelmente um deles impaciente para pisar no solo do planeta esquecera-se de fecha-la. Retornaram a nave em direção a terra com o sorriso de missão cumprida estampado no rosto.
493 dias desde o lançamento:
O modulo caiu em meio ao oceano e as equipes de salvamento logo resgataram os astronautas e o que restara da Constellation. Pouco tempo tiveram para acenar para o público que os aguardavam em Houston. Foram diretamente levados a uma sala selada para fazer exames e verificar como estava de saúde. O modulo da nave foi levado para um galpão onde também receberia mais tarde um processo de desinfecção.
Quando o funcionário deixou o local e o silêncio reinou. A portinhola, como acontecera em marte, abriu-se lentamente, quebrando o silêncio pelo ranger do aço. Uma mão pequena a empurrava, logo em seguida um pé acinzentado surgiu, seguido pelo corpo. O ser de estatura mediana e olhos negros foscos, foi seguido por mais outros dois idênticos a ele. Os sensores de presença logo dispararam o alarme, da sala de comando os operadores acenderam as luzes e quando aquele ser pôs os olhos na câmera a imagem desfez-se. Caminharam lentamente até o portão do galpão, que antes servira de hangar para o ônibus espacial, e forçaram-no rompendo o cadeado que trancava por fora. Os seres agora a passos rápidos caminhavam sem direção, logo as viaturas do exército e os caças da força aérea estariam varrendo o local.
Alguns dias se passaram até começar uma estranha onda de desaparecimentos, todos os dias desapareciam adultos, crianças, velhos. O que os homens de marte estariam planejando? A resposta não tardou a chegar. Seis noites após o escape eles voltaram a aparecer, desta vez, seguidos por todos os que desapareceram. Os seres separaram-se e cada um seguiu o humano que estava incumbido a obedece-lo.
O homem bateu na porta e logo sua esposa abriu e contente abraçou-o e ele permaneceu imóvel com o semblante triste e as mãos voltadas para trás.
- O que houve? Indagou a esposa ainda abraçada a ele. O homem a envolveu em seus braços e ao longe o ser acinzentado comandava os movimentos do rapaz. Num movimento sutil o homem cravou o fação as costas da mulher, fazendo o sangue manar. A filha quando escutou um pequeno grito da mãe partiu em direção a porta e o homem frio e inconsciente de seus feitos, golpeou a cabeça da garota com o fação. Deixando o cérebro inerte a mostra. Noutro local a mesma coisa acontecia. O velhote chegou ao bar onde sempre tomava uma e outra com os colegas de serviço. Sem mais nem menos, sem sequer dar boa noite, puxou o revolver e matou um a um os rapazes. Os disparos ao longe chamaram a atenção de policiais que rondavam o bairro. Quando a viatura chegou em silêncio os policiais viram o velho com a arma na mão e os corpos caídos ao solo do bar. O velho assassino virou-se e antes que matasse os policiais foi interrompido pelos caças da Força Aérea Amaricana. Que despejavam em todas as partes da cidade malotes.
Cinco zumbidos eletrônicos e a logo em seguida um explosão tomou conta de toda Nova York. O cogumelo radioativo destruiu tudo e todos daquela cidade e de seus arredores. Noticiavam a tragédia sem realmente saber que os Homens de Marte iriam dominar a terra se aquilo não fosse feito.