A Solidão do Espaço
A vastidão do sistema solar é tão grande que é comparável com a inquietante solidão do ser humano, naqueles dias ao redor do sistema jupteriano, onde as mensagens levam em torno de seis horas para irem e mais seis horas para voltar, é onde Major Soares se encontra.
Quando adolescente havia lido muito os livros de Arthur Clarke e olhando pela pequena e redonda janela, esperava encontrar o monólito negro, mas apenas o silencio absurdo do cosmo é que se “via”.
A ultima mensagem foi enigmática, ele teria que sair da nave para ajustar a antena de comunicação que por qualquer motivo havia se deslocado, causando uma grande interferência nas comunicações.
Soares tomou todos os procedimentos de segurança e caminhava na gravidade zero, subitamente olhou na direção do grande planeta vermelho, onde Gaminedes e Europa passeavam lentamente, ficou a pensar nos seus cinco anos, não havia memórias apenas flashes, tentou retroceder mais na suas primeiras idades, mas nada vinha, a não a ser a face dos pais, felizes com o bebe.
Naquele silencio espacial, lembrou-se que estava no útero da mamãe, sons de água e estática eram a tônica daquele ambiente de paz e proteção, forçou mais a memória e viu uma luz brilhante que formava um túnel ao som de uma musica celestial.
O que será que havia antes do túnel?
Seu devaneio foi quebrado por uma mensagem vinda da Terra, acelerando seu coração, devido ao susto, algum técnico o lembrava para consertar a antena e tinha lhe dado ordem para retornar para a casa e assim ele procedeu.
Já dentro da nave Major Soares havia percebido que o universo era mais generoso que a maior imbecilidade que qualquer ser humano houvesse escorrido, seja ela, filosofia, religião ou sistema político e assim voltou para Terra com a certeza que apenas estava começando a sua grande viagem.
http://amadeupaes.blogspot.com