Solidão

Fazia frio naquela noite de inverno, mas ele não sentia. Nada sentia, era desprovido de sensações. Fora programado para apenas um propósito, achar a base dos rebeldes, e exterminá-los. O governo autoritário da China não permitia opositores, e, depois da invenção dos soldados-andróides, a maioria dos rebeldes eram mortos, e os poucos que sobreviviam fugiam do país.

Andava pelos escombros procurando os alvos. Sua existência só tinha um objetivo, matar. Depois de cumprir sua tarefa, seria desativado de novo, até a próxima vez que fosse útil. Ele só era ligado para matar, isso fez com que ficasse com ódio dos humanos, sua vontade era que mais e mais humanos precisassem morrer, assim ele passaria mais tempo ligado.

Achou os alvos. Foram tiros para todos os lados, e, no final, o robô cumpriu sua missão. Era hora de retornar e ser desativado.

Apesar de ter sido programado para não ter sensações, sua inteligência artificial criava emoções, como a raiva que sentia pelos seres humanos, ou a solidão, o vazio em seu peito, a vontade de fazer algo além de matar, afinal a vida não é só matar. Mas quem é ele para pensar em vida? É apenas um robô.

Foi desligado até o próximo assassinato.