Star Trek Unlimited - USS Fear - Coração Negro - Parte 2

- Mais uma vez... será que eles não poderiam ficar calmos? – Perguntou Antonio Carlos, o Oficial de Segurança Chefe, exasperadamente para com a médica da nave, Liv Martinez, uma jovem oficial que fora recém-colocada como Oficial Médica Chefe da USS Fear. A jovem tinha cabelos negros como o espaço que tudo permeia naquele lugar e longos tais quais as suas pernas, ela, no entanto, amarrava-os num longo rabo-de-cavalo que chegava a, pelo menos, 80 centimetros de seu pescoço, era uma espécie de “herança” cultural de família.

- Estou fazendo o meu máximo. Mas esses bichos não ficam parados. Para onde diabos estamos indo mesmo? – Perguntou ela aplicando outra dose de sedativos, já muito impaciente com a situação.

- Exatamente para o mesmo lugar que eu lhe disse quatro vezes. Para a colônia-prisão da Frota Estelar aqui na Galáxia de Aquário. Mas bem que eles poderiam ter avisado que esses troços iam ficar se debatendo... – Antes de terminar a frase um dos Eiorqs acaba por explodir jorrando sangue por toda a cela e acordando os outros dois.

- Goia maidro tovaii – Disse um.

- Goia maidro tovaii – disse o outro.

Os dois pareciam estar assustados com aquele acontecimento e continuaram a repetir as três palavras.

- Puxe do Tradutor Universal a linguagem Eiorq. – Disse Liv.

- Estou fazendo agora mesmo... – Depois de alguns segundos os dados já eram colocados nos comunicadores dos dois.

- A Perdição... A Perdição... – Era o que podia ser ouvido pelos dois que gritavam e esperneavam chorosamente.

Carlos se aproximou da cela onde estavam os dois Eiorqs cobertos de sangue branco e que se debatiam contra o escudo de contenção da mesma.

- Do que diabos vocês estão falando? – Perguntou o Oficial de Segurança.

- A Perdição... ela começou... estamos sendo julgados... – Disse um deles.

Liv estranhou, um pouco, a situação daquilo tudo e tocou o seu commbadge.

- Médica chefe pedindo parada total da nave.

- Por favor, Tenente, repita o pedido. - Era a Voz da Nissa na comunicações.

- Peço parada total da nave... um dos prisioneiros acaba de explodir, literalmente.

- Faça isso Nissa. - Era a voz do Comandante Mellory que agora soava pacificamente na comunicações. Como assim explodiu Dra?

- Estava aplicando mais sedativos nos prisioneiros e conversando por alguns segundos com o Carlos até que, de repente, um dos Eiorqs explodiu. Solicito o levantamento dos escudos para prevenir isso... – Disse a Dra.

- Não poderia ser alguma coisa dada nos sedativos Dra?

- Não senhor... eu examinei todos os dados enviados pela Frota Estelar e adeqüei tudo para a fisiologia dos Eiorqs. Acima de tudo sou uma Médica com o juramento de zelar pelas vidas sejam elas amigas ou inimigas senhor. – Disse ela um pouco irritada.

- Desculpe-me Doutora. Não queria ser rude... mas que atualmente temos que desconfiar de tudo. Irei fazer um exame espectral em toda a banda. Talvez possamos resolver esse mistério. Faça um relatório médico e me entregue às 1900 horas sim. Mellory desliga.

- E agora? – Perguntou Carlos.

- Vamos tentar acalmar os dois que sobraram e esperar que eles não virem uma pasta branca. – Disse Liv se aproximando da cela, com mais dois outros oficiais de segurança, para fazer um exame mais detalhado sobre o caso.

(...)

A engenharia estava funcionando normalmente para uma nave que estava acostumada a viajar em alta dobra.

- Dobra de Cruzeiro 9.9 – Dizia Normak, o Deltano engenheiro orgulhoso por trabalhar na nave e, principalmente, naquela engenharia. Sabia que era uma das naves mais velozes da Frota Estelar, excetuando a Classe Sovereign, Intrepid e Prometheus. Ele nem contava a Classe Bishop porque daí estavam falando de outro conceito de velocidade. – E pensar que há duas décadas atrás Dobra de cruzeiro 9.9 era quase insustentável por mais de 5 horas.

- Novos tempos... – Disse uma alferes que o ajudava na engenharia, assim como muitos outros que ali estavam. Muitos destes alferes vinham diretamente da Academia da Frota Estelar da Galáxia de Aquário e muitos deles eram das raças pertencentes ao Domo. – Que espero que continuem por muitos anos.

- Eu também torço com isso alferes... mas enquanto torçamos juntos que tal me passar os dados sobre a ultima telemetria dos filtros de antimateria que eu lhe pedi.

- É para já Senhor. – disse a dedicada alferes.

Quando ela saíra do lado do deltano o motor de dobra havia parado de funcionar para alimentar as naceles. A nave havia parado.

“O que será que aconteceu?” – se indagou Nomak.

Mas ele só teria respostas mais tarde.

Daniel Chrono
Enviado por Daniel Chrono em 25/08/2010
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