Star Trek Unlimited - USS Fear - Coração Negro - Parte 1
Tudo escuro, num primeiro momento. Somente a total escuridão podia ser sentida naquele lugar. Ficando naquele lugar por pouquíssimo tempo poder-se-ia sentir como que se aquele lugar fosse um ser vivo e depois de um tempo enlouqueceria por completo pela falta de luz ou por algo mais palpável. A cada passo dado ele se sentia mais e mais inseguro. Queria gritar. Sair dali, mas sentia que a escuridão o perseguia por todo o lugar. Tateou uma, duas, três vezes, mas não conseguira achar o console que ligasse as luzes.
Um som podia ser ouvido a longa distância. Primeiro fraco e arrítmico. Em seguida tornou-se mais e mais forte e pulsante, como uma espécie de coração. Estava ficando louco? Seria tudo aquilo a sua imaginação? Ele tentava, custosamente, andar para qualquer lado, menos a direção donde vinha aquele barulho infernal, mas, a cada passo que dava, o som ficava cada vez mais forte e penetrava, ainda mais, a sua mente, o seu cérebro, o seu âmago. Sentia um frio e medo compulsórios de tal modo que começara a apertar com toda a sua força as suas orelhas, quase arrancando-as.
Chegou num ponto que tudo estava ficando impossível de agüentar. Soltou um grito surdo e caíra no chão.
(...)
A USS Fear seguia para ao planeta-colonia Tailassos IV, estava levando três novos prisioneiros Eiorqs que foram pegos tentando sabotar a Deep Babylon – a instalação da Frota Estelar criada da Galáxia de Aquário. Eles haviam, antes de serem presos, mandado uma espécie de sinal para o Território dos Forasteiros. O que a Federação poderia esperar, ninguém realmente sabia, mas era certo que as coisas não estavam indo bem para todos naquela Guerra, pois eram duas frontes de batalhas a serem defendidos.
Não se sabia como tudo aquilo iria acabar realmente. Mas a Federação estava perdendo vários territórios na Via Láctea e, conseqüentemente, em seu próprio espaço, mas ainda assim conseguira aliados preciosos e poderosos caso consiga ganhar essa guerra.
No ultimo ano houve muitas baixas e, entre elas, um dos membros do Alto Conselho Klingon, Worf – filho de Mog –, que fora capturado por uma nave Breen depois de um ataque conjunto do Dominion, dos Tzinkety e os Breens junto a Q´onos. O ataque foi tão destruidor, que foram estimadas mais de 90 milhões de baixas entre os Klingons. Em contrapartida a Frota Hercules atacou e destruiu o mundo Breen. Desde então os Breens foram para o Quadrante Gamma e lá foram ficar.
Apesar de tudo os Borgs não fizeram qualquer movimento além do habitual reforçando apenas a sua Porta-de-entrada para o Quadrante Alpha e Beta, isto é, o Sistema da Unimatrix 12 J-25. Este lugar estava totalmente protegido, segundo ultimas estimativas da Frota Estelar, por noventa Cubos Táticos Borgs e tudo isto a menos de 7.000 anos-luz do Espaço Federativo.
Em pouquíssimo tempo o ataque final iria ser iniciado e ambos os lados iriam sentir a perda da Guerra. O Setor 001 já havia sofrido, na época, quatro ataques diretos dos Borgs, do Dominion e dos Breens, enquanto que Sea´lol, na Galáxia de Aquário, recebera consecutivos ataques dos Forasteiros.
O mais estranho era a ligação entre os Forasteiros e Borgs que a USS Bishop, antes do seu desaparecimento, havia descoberto e havia um grande segredo não desvendado que unia e desunia os Borgs dos Forasteiros, um segredo que vem permeando várias raças ao longo destes anos todos. Segredo no qual estaria na USS Bishop onde quer que ela esteja.
Saulo estava em seu gabinete lendo os últimos relatórios entregues pelos setores da nave. Tudo, pelo que parece, estava ocorrendo bem, a transferência dos prisioneiros para Tailassos IV iria ocorrer dentro do previsto. A única coisa que deixou Saulo um pouco pensativo foi o fato de Nissa ter dito, há algumas semanas atrás, que ela tivera uma espécie de Deja-vu, algo pouco peculiar e vindo de uma andróide. Mas ela não falara nada com o seu oficial superior e deixara isso para uma outra hora.
O som da porta soara suavemente.
- Entre – Disse Saulo enquanto se levantava, deixando o padd sobre a mesa e fora pedir para o sintetizador um café preto bem forte.
- Capitão – Disse o Primeiro Oficial. – Estamos a menos de 3 horas de Tailassos IV. O Comando da Frota Estelar mandou um pedido antes de chegarmos a Tailassos.
“Lá vamos nós de novo.” – Pensou Saulo sorvendo, de uma só golada, o seu café e, em seguida, fizera um ahhhhhh de satisfeito. – O que eles querem?
- Pelo que parece senhor, o Comando da Frota Estelar recebeu um pedido de Tailassos IV para carregar uma amostra de minério bem peculiar que poderia servir de futuro substituto para o Dilithium. – Explicou o Primeiro Oficial.
- Só isso? Nada de explodir alguma coisa? Roubar algo ou qualquer coisa parecida? – Perguntou Saulo com um ar de cinismo que Mellory pôde sentir e, com isso, respondera com um sorriso sarcástico.
- Desta vez não Capitão. Apenas entregar e recolher.
- Menos mal... menos mal... Depois do que a Frota Estelar está mandando todo mundo fazer, não seria difícil pensar que esse novo minério pudesse explodir todo um Quadrante. – Falou Saulo pegando uma outra xícara de café e, agora, sorvia mais vagarosamente.
- Mas, para isso, já temos a nossa Molécula Omega. – Tentando mostrar o seu lado informado de “coisas estranhas” da Frota Estelar.
- Nem me fale este nome Comandante... Isto é tudo que eu não quero encontrar... jamais... – Disse Saulo se sentando em sua cadeira. – E como estão os nossos convidados?
- Tivemos que sedá-los mais de três vezes nesta viagem... estão estranhamente irrequietos desde que chegamos neste setor.
- Fazer o que? Cada louco com a sua loucura. – Disse Saulo dispensando Mellory.
(...)