SURPRESAS . . .
Já passaram 4 períodos de descanso, a Ilha do Edifício perdeu-se no horizonte e até onde os instrumentos de localização podem apurar, não há ainda nada além da água pastosa e escura.
Este Mar desconhecido sofre a influência gravítica das 3 estrelas e dos dois satélites que o acompanham. As suas Marés são caóticas e muito difíceis de prever pois a elas eles ainda não dedicaram o tempo suficiente.
A horda de seres bípedes que os observava antes, aos poucos foi deixada para trás.
Estão a fazer uma marcha cautelosa e, em termos gerais, o mais primitiva possível. Embora os motores de iões estejam operacionais, são usados apenas para distâncias interplanetárias. Energia magnética é o suficiente para mover A BARCAÇA pelo labirinto das plantas esguias e longas.
Redobram a atenção aos instrumentos de detecção submarina embora sejam automáticos a informar da existência de objectos imersos na água. Mas falhas técnicas acontecem e todos os cuidados são poucos. Têm conhecimento, pelo que se contava na Academia, de tripulações completas, altamente preparadas e equipadas, serem dizimadas por algo tão simples como uma derrocada, por exemplo!
A meio do 5º período de actividade, o Alarme sintonizado para objectos no horizonte, soa estridente e acende faróis infravermelhos!
Imediatamente se inicia uma movimentação pela BARCAÇA toda ela de excitação! Parecem os Jovens Cadetes acabados de sair da Academia na sua 1ª MISSÃO!
Reforçam todas as medidas de segurança a nível pessoal e as águas são examinadas pelos instrumentos de ultra-som não vá haver escolhos que possam danificar os delicados aparelhos colocados na parte exterior e inferior da BARCAÇA.
Aos poucos uma Ilha aparece no horizonte. Pela leitura dos instrumentos já sabem que é de pequeno tamanho e podem confirmar o mesmo pela observação directa embora essa possa ser enganadora...
Param o andamento a uma distância que lhes pareceu segura. A BARCAÇA é fixada por âncoras magnéticas e também por triangulação com o satélite visível na altura, que eles baptizaram de RÓVAMB em memória do seu Comandante desaparecido na penúltima MISSÃO.
Usarão pequenos flutuadores para fazerem a aproximação à Ilha. Têm como hábito imposto pela Federação, irem todos juntos. Não faz sentido ficar alguém para trás pois a BARCAÇA é auto-suficiente por largos períodos de tempo. Cada um tem a sua função e só unidos fazem o Corpo de Elite que sempre foram.
Consigo levam nutrientes liofilizados e líquidos para os processar. A sua estrutura biológica não é compatível com a deste Planeta. O ar que respiram é ligeiramente embriagante pelo que têm de ingerir um preparado farmacêutico a períodos regulares para neutralizar esses efeitos que no início da sua permanência acarretou situações embaraçosas e que ainda agora os divertem quando recordadas!
Embora extremamente pacíficos, levam armas para sua defesa, principalmente atordoadores neurais. Toda uma parafernália de instrumentos de medição e análise é colocada em sacos espalhados pelos variados tentáculos.
Quando se acham preparados para avançarem, cumprem o ritual: tocam-se com as extremidades dos tentáculos, unem as cabeças globulares, cerram os múltiplos olhos e cantam o Hino da Academia, num som gutural saído pela fenda que se acha no topo das cabeças. Este ritual reforça os laços de irmandade que os ligam.
Embarcam e dirigem-se para a Ilha.
Esta, e como já era do seu conhecimento desde que se acercaram do Planeta, era arborizada. Chegam à praia de areia rosa, em muito diferente à outra da Ilha do Edifício que era escura, de origem vulcânica.
Os flutuadores, por medida de segurança, são colocados numa órbita baixa mas facilmente podendo ser trazidos à superfície.
Avançam pelo areal rosa onde estranhos animais semelhantes a cornetas, correm assustados. São demasiado pequenos para os assustar a eles mas podem ser perigosos pelos seus venenos, se os houver e são evitados.
Rapidamente chegam a uma colina coberta de plantinhas esguias de tons roxos que balançam à ligeira brisa que se faz sentir. Aventuram-se pelo meio delas e verificam que, apesar do seu aspecto frágil são resistentes pois a sua passagem não consegue danificar nenhuma.
Aos poucos essa vegetação dá lugar a outra mais forte e de maior porte e um bosque sombrio se desenha mais à frente.
Há ruídos estranhos aos similares a ouvidos, dos exploradores. O entrechocar de ramos movidos pelo vento para seres de um planeta cujas plantas maiores não tinham mais que meio tentáculo de altura, continua a impressioná-los embora nas suas MISSÕES tivessem tido já contacto com grandes plantas.
Um pipilar leva-os a observar o cimo das plantas mas nada conseguem ver. Ligam o infravermelho e nada é detectado.
Um restolhar nos ramos caídos e mortos surpreende-os. É algo indistinto mas audível mas mais uma vez nada viram nem detectaram.
Embrenham-se mais pelo bosque. Um odor almiscarado perturba-os mas prosseguem. A luz de duas estrelas agora no firmamento é coada pelos ramos e revela clareiras com charcos fumegantes que sabem ser sulfúricos.
Evitam-nos ao rodeá-los. Dos seus vapores desprendem-se chispas amarelas de grande beleza.
Uma criatura de grande porte, semelhante a um trikus de Mareas, bebe tranquila de um desses charcos. Levanta a cabeça pontiaguda e solta um gemido de surpresa pela tromba por onde bebia antes. Hesita e resolve afastar-se em saltos desajeitados.
Ouvem ao longe um bramido roufenho logo seguido de outros em resposta.
Continuam a avançar animados com o sabor da aventura!
O bosque é deixado para trás e chegam a uma planície coberta de plantas azuis, rasteiras. É uma visão bela. Quando examinam a planície na banda dos infravermelhos percebem que o que tomaram como plantas são criaturas com uma circulação quente! Serão animais ou plantas? Atravessam-nas evitando tocá-las.
Mais além, na planície, há um montículo demasiado facetado para poder ser natural. Está coberto pelas criaturas azuis mas eles aproximam-se curiosos.
De facto parece ser artificial.
As criaturas azuis não parecem molestadas pela sua presença e eles imprudentemente tocam-lhes com os tentáculos despidos de qualquer protecção o que vem a revelar-se, mais tarde, ser um erro.
Com certa cautela vão rodeando o montículo e do outro lado há o que parece ser uma porta ou escotilha onde as criaturas não se fixaram.
A excitação da descoberta fá-los tocarem-se os tentáculos variadas vezes! Há assombro e alegria!
Será o Planeta habitado por seres inteligentes, mais inteligentes que os bípedes aquáticos? E se sim, por quem será?
Conferenciam e resolvem tentar abrir a porta/escotilha. Não há manípulo que possam usar e tentam a força, empurrando.
Aos poucos vai cedendo de um lado e verificam que ela gira num eixo vertical.
Lá dentro a escuridão é total. Ligam luzes que vão modelando através do espectro até encontrarem a radiação precisa para poderem ver.
Há o que parece ser uma câmara seguida de outra porta semelhante que eles facilmente empurram.
Zuivar, Deg e Rostiam, o médico da equipa, resolvem entrar com a concordância dos companheiros que os seguirão mais tarde caso seja seguro fazê-lo.
Entram para um corredor estreito de paredes arqueadas como se fosse meio tubular. Ao fundo outra porta similar que abrem dando lugar a uma sala circular. Na sala há um odor ténue do que parece ser de podridão.
Pelo intercomunicador chamam os companheiros que se apressam a entrar.
Na sala há o que parecem ser aparelhos sofisticados mas todos eles em adiantado estado de degradação. Em frente dessas máquinas há uns assentos hexagonais, inclinados num ângulo demasiado acentuado para os seus gostos...
Será uma nave espacial perdida? Um artefacto local, uma habitação?
Passam uma busca minuciosa ao local e encontram o que parece ser um manual cheio de diagramas desconhecidos para eles. Georfre, como mestre decifrador do grupo, é chamado a ver os diagramas. Parecem-lhe vagamente familiares mas admite que só na BARCAÇA poderá fazer o seu estudo pois é lá que tem as cópias de tudo quanto foi vendo e analisando ao longo das MISSÕES pelo Espaço.
Esse manual (resolvem chamar-lhe isso mesmo, embora sem certezas de que o seja) é cuidadosamente acondicionado e guardado para ser levado com eles.
Já cansados de tanto andarem e de tanta emoção, resolvem sair. Já cá fora tomam uma refeição reparadora. Só depois reparam que as criaturas azuis desapareceram. A Planície está esbranquiçada, de um branco sujo, lembrando um osso velho...
Impressionados, resolvem chamar os flutuadores via rádio, e regressar à BARCAÇA. Mais tarde voltarão para explorarem mais um pouco da Ilha e o que ali encontraram.
É já na BARCAÇA que um estranho formigueiro começa a incomodar os que tocaram nas criaturas azuis!
Beijinhos,
Já passaram 4 períodos de descanso, a Ilha do Edifício perdeu-se no horizonte e até onde os instrumentos de localização podem apurar, não há ainda nada além da água pastosa e escura.
Este Mar desconhecido sofre a influência gravítica das 3 estrelas e dos dois satélites que o acompanham. As suas Marés são caóticas e muito difíceis de prever pois a elas eles ainda não dedicaram o tempo suficiente.
A horda de seres bípedes que os observava antes, aos poucos foi deixada para trás.
Estão a fazer uma marcha cautelosa e, em termos gerais, o mais primitiva possível. Embora os motores de iões estejam operacionais, são usados apenas para distâncias interplanetárias. Energia magnética é o suficiente para mover A BARCAÇA pelo labirinto das plantas esguias e longas.
Redobram a atenção aos instrumentos de detecção submarina embora sejam automáticos a informar da existência de objectos imersos na água. Mas falhas técnicas acontecem e todos os cuidados são poucos. Têm conhecimento, pelo que se contava na Academia, de tripulações completas, altamente preparadas e equipadas, serem dizimadas por algo tão simples como uma derrocada, por exemplo!
A meio do 5º período de actividade, o Alarme sintonizado para objectos no horizonte, soa estridente e acende faróis infravermelhos!
Imediatamente se inicia uma movimentação pela BARCAÇA toda ela de excitação! Parecem os Jovens Cadetes acabados de sair da Academia na sua 1ª MISSÃO!
Reforçam todas as medidas de segurança a nível pessoal e as águas são examinadas pelos instrumentos de ultra-som não vá haver escolhos que possam danificar os delicados aparelhos colocados na parte exterior e inferior da BARCAÇA.
Aos poucos uma Ilha aparece no horizonte. Pela leitura dos instrumentos já sabem que é de pequeno tamanho e podem confirmar o mesmo pela observação directa embora essa possa ser enganadora...
Param o andamento a uma distância que lhes pareceu segura. A BARCAÇA é fixada por âncoras magnéticas e também por triangulação com o satélite visível na altura, que eles baptizaram de RÓVAMB em memória do seu Comandante desaparecido na penúltima MISSÃO.
Usarão pequenos flutuadores para fazerem a aproximação à Ilha. Têm como hábito imposto pela Federação, irem todos juntos. Não faz sentido ficar alguém para trás pois a BARCAÇA é auto-suficiente por largos períodos de tempo. Cada um tem a sua função e só unidos fazem o Corpo de Elite que sempre foram.
Consigo levam nutrientes liofilizados e líquidos para os processar. A sua estrutura biológica não é compatível com a deste Planeta. O ar que respiram é ligeiramente embriagante pelo que têm de ingerir um preparado farmacêutico a períodos regulares para neutralizar esses efeitos que no início da sua permanência acarretou situações embaraçosas e que ainda agora os divertem quando recordadas!
Embora extremamente pacíficos, levam armas para sua defesa, principalmente atordoadores neurais. Toda uma parafernália de instrumentos de medição e análise é colocada em sacos espalhados pelos variados tentáculos.
Quando se acham preparados para avançarem, cumprem o ritual: tocam-se com as extremidades dos tentáculos, unem as cabeças globulares, cerram os múltiplos olhos e cantam o Hino da Academia, num som gutural saído pela fenda que se acha no topo das cabeças. Este ritual reforça os laços de irmandade que os ligam.
Embarcam e dirigem-se para a Ilha.
Esta, e como já era do seu conhecimento desde que se acercaram do Planeta, era arborizada. Chegam à praia de areia rosa, em muito diferente à outra da Ilha do Edifício que era escura, de origem vulcânica.
Os flutuadores, por medida de segurança, são colocados numa órbita baixa mas facilmente podendo ser trazidos à superfície.
Avançam pelo areal rosa onde estranhos animais semelhantes a cornetas, correm assustados. São demasiado pequenos para os assustar a eles mas podem ser perigosos pelos seus venenos, se os houver e são evitados.
Rapidamente chegam a uma colina coberta de plantinhas esguias de tons roxos que balançam à ligeira brisa que se faz sentir. Aventuram-se pelo meio delas e verificam que, apesar do seu aspecto frágil são resistentes pois a sua passagem não consegue danificar nenhuma.
Aos poucos essa vegetação dá lugar a outra mais forte e de maior porte e um bosque sombrio se desenha mais à frente.
Há ruídos estranhos aos similares a ouvidos, dos exploradores. O entrechocar de ramos movidos pelo vento para seres de um planeta cujas plantas maiores não tinham mais que meio tentáculo de altura, continua a impressioná-los embora nas suas MISSÕES tivessem tido já contacto com grandes plantas.
Um pipilar leva-os a observar o cimo das plantas mas nada conseguem ver. Ligam o infravermelho e nada é detectado.
Um restolhar nos ramos caídos e mortos surpreende-os. É algo indistinto mas audível mas mais uma vez nada viram nem detectaram.
Embrenham-se mais pelo bosque. Um odor almiscarado perturba-os mas prosseguem. A luz de duas estrelas agora no firmamento é coada pelos ramos e revela clareiras com charcos fumegantes que sabem ser sulfúricos.
Evitam-nos ao rodeá-los. Dos seus vapores desprendem-se chispas amarelas de grande beleza.
Uma criatura de grande porte, semelhante a um trikus de Mareas, bebe tranquila de um desses charcos. Levanta a cabeça pontiaguda e solta um gemido de surpresa pela tromba por onde bebia antes. Hesita e resolve afastar-se em saltos desajeitados.
Ouvem ao longe um bramido roufenho logo seguido de outros em resposta.
Continuam a avançar animados com o sabor da aventura!
O bosque é deixado para trás e chegam a uma planície coberta de plantas azuis, rasteiras. É uma visão bela. Quando examinam a planície na banda dos infravermelhos percebem que o que tomaram como plantas são criaturas com uma circulação quente! Serão animais ou plantas? Atravessam-nas evitando tocá-las.
Mais além, na planície, há um montículo demasiado facetado para poder ser natural. Está coberto pelas criaturas azuis mas eles aproximam-se curiosos.
De facto parece ser artificial.
As criaturas azuis não parecem molestadas pela sua presença e eles imprudentemente tocam-lhes com os tentáculos despidos de qualquer protecção o que vem a revelar-se, mais tarde, ser um erro.
Com certa cautela vão rodeando o montículo e do outro lado há o que parece ser uma porta ou escotilha onde as criaturas não se fixaram.
A excitação da descoberta fá-los tocarem-se os tentáculos variadas vezes! Há assombro e alegria!
Será o Planeta habitado por seres inteligentes, mais inteligentes que os bípedes aquáticos? E se sim, por quem será?
Conferenciam e resolvem tentar abrir a porta/escotilha. Não há manípulo que possam usar e tentam a força, empurrando.
Aos poucos vai cedendo de um lado e verificam que ela gira num eixo vertical.
Lá dentro a escuridão é total. Ligam luzes que vão modelando através do espectro até encontrarem a radiação precisa para poderem ver.
Há o que parece ser uma câmara seguida de outra porta semelhante que eles facilmente empurram.
Zuivar, Deg e Rostiam, o médico da equipa, resolvem entrar com a concordância dos companheiros que os seguirão mais tarde caso seja seguro fazê-lo.
Entram para um corredor estreito de paredes arqueadas como se fosse meio tubular. Ao fundo outra porta similar que abrem dando lugar a uma sala circular. Na sala há um odor ténue do que parece ser de podridão.
Pelo intercomunicador chamam os companheiros que se apressam a entrar.
Na sala há o que parecem ser aparelhos sofisticados mas todos eles em adiantado estado de degradação. Em frente dessas máquinas há uns assentos hexagonais, inclinados num ângulo demasiado acentuado para os seus gostos...
Será uma nave espacial perdida? Um artefacto local, uma habitação?
Passam uma busca minuciosa ao local e encontram o que parece ser um manual cheio de diagramas desconhecidos para eles. Georfre, como mestre decifrador do grupo, é chamado a ver os diagramas. Parecem-lhe vagamente familiares mas admite que só na BARCAÇA poderá fazer o seu estudo pois é lá que tem as cópias de tudo quanto foi vendo e analisando ao longo das MISSÕES pelo Espaço.
Esse manual (resolvem chamar-lhe isso mesmo, embora sem certezas de que o seja) é cuidadosamente acondicionado e guardado para ser levado com eles.
Já cansados de tanto andarem e de tanta emoção, resolvem sair. Já cá fora tomam uma refeição reparadora. Só depois reparam que as criaturas azuis desapareceram. A Planície está esbranquiçada, de um branco sujo, lembrando um osso velho...
Impressionados, resolvem chamar os flutuadores via rádio, e regressar à BARCAÇA. Mais tarde voltarão para explorarem mais um pouco da Ilha e o que ali encontraram.
É já na BARCAÇA que um estranho formigueiro começa a incomodar os que tocaram nas criaturas azuis!
Beijinhos,