NA BARCAÇA
Voluntariamente isolados na BARCAÇA, distante de tudo e de todos (e isso incluía o resto das Galáxias) os do Grupo de Renegados, outrora dedicado a MISSÕES, viviam tristonhos e deprimidos.
Por tempos e largos tempos partilharam aventuras, saltando de Planeta em Planeta, visitando a galáxia de ponta a ponta.
Juntos capturaram os ziloveus, grandes pulgas dos rios de metano do satélite de Núbulis, 5º planeta da estrela verde Paialai, da Constelação do Pé de Fogo, do Sector IV. Juntos os entregaram nos teletransportadores para que fossem alojados noutro sector isolado da Galáxia visto serem ferozes predadores e ameaçarem o equilíbrio da fauna pitoresca de Núbulis.
Juntos experimentaram os sismos que assolaram a Montanha Sagrada dos cat'hunks, os vermes alados iridescentes do País das Brumas de Mareas, o 2º planeta do Sistema Binário de Catremur, do Sector XX.
Juntos salvaram os Centrubas, enormes cetáceos de oito pernas, de morte certa quando o cometa de cauda flamejante mudou de rumo e se dirigiu ao seu planeta de nome Ssek-ichok, da estrela FO 2Y4, do Sector II.
Tudo isto e muito mais eles viveram juntos, no tempo em que as Missões faziam sentido.
Depois, e sem que o entendessem, as Missões tornaram-se meras idas e vindas desprovidas de contexto.
A vida na BARCAÇA resumia-se ao que podemos imaginar como sendo de tédio: Dormir, comer, acrescentar nutrientes aos hidropónicos, manter a limpeza nos níveis exigidos. E depois, nos longos tempos livres, entretinham-se contando mais e mais uma vez as suas experiências anteriores à Academia, relembravam as aventuras passadas salpicadas aqui e ali já de pequenas lacunas que tentavam preencher recorrendo à memória ou até mesmo à imaginação, o que causava uma onda de algo semelhante ao riso! As gravações magnéticas de cenas do seu planeta natal, as das Famílias, os programas recreativos e musicais, foram vistos e ouvidos até à exaustão. Jogavam partidas intermináveis de algo semelhante ao Gamão das Colinas do Leste de Licoi, um planeta seco e árido com apenas um grande Oásis no Sector VII da Galáxia do Centro.
Esgotados todos os recursos de entretenimento, o desejo de Aventura foi-se insinuando e passou a ser o tema das conversas.
Resolveram explorar o Planeta por sua conta e risco.
Testaram os flutuadores, os magnetos, os laseres nocturnos, os motores de iões. Ligaram o circuito de ultra-sons. Tudo estava perfeito.
Um dia, se é que era dia, com o sistema triplo de estrelas, rumaram à Aventura.
Não havia instruções prévias, não havia MISSÃO...
Afastaram-se da Falésia do Edifício em direcção ao Mar aberto.
O Planeta é maioritariamente aquático. Dois Continentes médios e várias Ilhas cobertas de uma vegetação luxuriante de cores azuladas com um metabolismo baseado no enxofre, era tudo quanto havia como sólido.
A água era um pouco salobra, escura. Nessas águas abundantes de plantas semelhantes a algas, vivia uma quantidade enorme de umas criaturas bípedes medianamente inteligentes com uma cultura já com traços avançados pois por vezes apresentavam-se em pequenas pranchas semelhantes a canoas e articulavam sons com os quais se comunicavam. Eram pacíficos. Por vezes rodeavam a BARCAÇA evidenciando curiosidade.
A par destas criaturas havia muitas outras, de espécies variadas, que Zuivar e os companheiros pensam servir de alimento aos bípedes.
Há seres voadores nos ares, com grandes asas triangulares, fazendo lembrar épocas recuadas...
Nunca viram os habitantes das zonas secas. Se é que os havia. Se é que foram habitantes do Planeta que construíram o Edifício!
Querem afastar-se da falésia e do Edifício.
Querem chegar a outro lugar, desembarcar, explorar!
Já que escolheram ficar aqui querem VIVER já que as suas vidas normais lhes foram negadas ao se alistarem na Academia da Federação.
Ao iniciarem esta nova etapa das suas vidas cumpriram o ritual: uniram os tentáculos, juntaram as cabeças globulares e cerraram os múltiplos olhos. Um cântico gutural elevou-se, saído pela fenda do alto da cabeça. Um sentimento de irmandade uniu-os ainda mais!
Beijinhos,
Voluntariamente isolados na BARCAÇA, distante de tudo e de todos (e isso incluía o resto das Galáxias) os do Grupo de Renegados, outrora dedicado a MISSÕES, viviam tristonhos e deprimidos.
Por tempos e largos tempos partilharam aventuras, saltando de Planeta em Planeta, visitando a galáxia de ponta a ponta.
Juntos capturaram os ziloveus, grandes pulgas dos rios de metano do satélite de Núbulis, 5º planeta da estrela verde Paialai, da Constelação do Pé de Fogo, do Sector IV. Juntos os entregaram nos teletransportadores para que fossem alojados noutro sector isolado da Galáxia visto serem ferozes predadores e ameaçarem o equilíbrio da fauna pitoresca de Núbulis.
Juntos experimentaram os sismos que assolaram a Montanha Sagrada dos cat'hunks, os vermes alados iridescentes do País das Brumas de Mareas, o 2º planeta do Sistema Binário de Catremur, do Sector XX.
Juntos salvaram os Centrubas, enormes cetáceos de oito pernas, de morte certa quando o cometa de cauda flamejante mudou de rumo e se dirigiu ao seu planeta de nome Ssek-ichok, da estrela FO 2Y4, do Sector II.
Tudo isto e muito mais eles viveram juntos, no tempo em que as Missões faziam sentido.
Depois, e sem que o entendessem, as Missões tornaram-se meras idas e vindas desprovidas de contexto.
A vida na BARCAÇA resumia-se ao que podemos imaginar como sendo de tédio: Dormir, comer, acrescentar nutrientes aos hidropónicos, manter a limpeza nos níveis exigidos. E depois, nos longos tempos livres, entretinham-se contando mais e mais uma vez as suas experiências anteriores à Academia, relembravam as aventuras passadas salpicadas aqui e ali já de pequenas lacunas que tentavam preencher recorrendo à memória ou até mesmo à imaginação, o que causava uma onda de algo semelhante ao riso! As gravações magnéticas de cenas do seu planeta natal, as das Famílias, os programas recreativos e musicais, foram vistos e ouvidos até à exaustão. Jogavam partidas intermináveis de algo semelhante ao Gamão das Colinas do Leste de Licoi, um planeta seco e árido com apenas um grande Oásis no Sector VII da Galáxia do Centro.
Esgotados todos os recursos de entretenimento, o desejo de Aventura foi-se insinuando e passou a ser o tema das conversas.
Resolveram explorar o Planeta por sua conta e risco.
Testaram os flutuadores, os magnetos, os laseres nocturnos, os motores de iões. Ligaram o circuito de ultra-sons. Tudo estava perfeito.
Um dia, se é que era dia, com o sistema triplo de estrelas, rumaram à Aventura.
Não havia instruções prévias, não havia MISSÃO...
Afastaram-se da Falésia do Edifício em direcção ao Mar aberto.
O Planeta é maioritariamente aquático. Dois Continentes médios e várias Ilhas cobertas de uma vegetação luxuriante de cores azuladas com um metabolismo baseado no enxofre, era tudo quanto havia como sólido.
A água era um pouco salobra, escura. Nessas águas abundantes de plantas semelhantes a algas, vivia uma quantidade enorme de umas criaturas bípedes medianamente inteligentes com uma cultura já com traços avançados pois por vezes apresentavam-se em pequenas pranchas semelhantes a canoas e articulavam sons com os quais se comunicavam. Eram pacíficos. Por vezes rodeavam a BARCAÇA evidenciando curiosidade.
A par destas criaturas havia muitas outras, de espécies variadas, que Zuivar e os companheiros pensam servir de alimento aos bípedes.
Há seres voadores nos ares, com grandes asas triangulares, fazendo lembrar épocas recuadas...
Nunca viram os habitantes das zonas secas. Se é que os havia. Se é que foram habitantes do Planeta que construíram o Edifício!
Querem afastar-se da falésia e do Edifício.
Querem chegar a outro lugar, desembarcar, explorar!
Já que escolheram ficar aqui querem VIVER já que as suas vidas normais lhes foram negadas ao se alistarem na Academia da Federação.
Ao iniciarem esta nova etapa das suas vidas cumpriram o ritual: uniram os tentáculos, juntaram as cabeças globulares e cerraram os múltiplos olhos. Um cântico gutural elevou-se, saído pela fenda do alto da cabeça. Um sentimento de irmandade uniu-os ainda mais!
Beijinhos,