OS INIMIGOS - PARTE 4
Ele então aproveitou-se da situação e a possuiu. Para ele era uma experiência única. Seria o primeiro a possuir uma extraterrestre e isso o deixava fascinado. Ela por mais que tentasse não conseguia evitar. Sentia tudo como se estivesse fazendo sexo naturalmente. Isto a desesperava, mas ela sentia-se impotente. Quando finalmente sentiu-se saciado, o doutor Igor, lavou cuidadosamente sua vítima fazendo com que todos os sinais visíveis fossem eliminados. Ela simplesmente não se lembraria de nada e ele sentia-se seguro. Trataria de mantê-la assim indefinidamente. Apresentaria seu diagnóstico no dia seguinte, pois ninguém ousaria discutir com ele.
Solicitou na manhã seguinte uma reunião com Jessica.
– Doutor o que tem a Tehra?
– Apresenta um problema cardíaco, aparentemente sem gravidade, mas é melhor mantê-la em observação por enquanto. Vou providenciar uns exames.
Jessica foi encontrar Hauk que estava meio desnorteado pela ausência da companheira.
– Você acha que é grave? Perguntou à Jessica.
– Creio que não! Mas o doutor Igor prefere mantê-la sob observação até que tenha o resultado dos exames. Hauk submeteu-se à uma intensa bateria de exames e depois foi encaminhado para as aulas de português. Jéssica o acompanhava como intérprete. Passaram-se duas semanas e Hauk, já conseguia comunicar-se com alguma dificuldade. Fora das aulas, colaborava com a engenharia empenhada em desvendar os mistérios dos metais e restos eletrônicos encontrados nos destroços das naves. Finalmente Tehra fora liberada pelo doutor Igor.
– Não gosto daquele médico! Comentou com Hauk.
– Ele me parece alguém em quem não se pode confiar.
– Porque você diz isto?
– Não sei! È uma impressão minha.
Três meses depois, Hauk agora trabalhava como piloto de testes para a fábrica de aeronaves destinadas ao exército. Seus conhecimentos haviam sido de grande valia para os engenheiros que projetavam-nas e vários avanços trazidos pelas naves alienígenas haviam sido incorporados com sucesso. O exército brasileiro conseguia a muito custo manter em sigilo a presença dos visitantes extraterrestres e a cada vez que a imprensa ou adidos militares de outros países eram recebidos, eles tinham que ser escondidos de alguma forma. Hauk e Tehra já estavam acostumados com o vai e vem quase constante.
Até uma tarde em que uma aterrissagem forçada colocou Hauk cara a cara com um militar americano de férias no Brasil.
O avião apresentou um defeito em um cabo de controle dos Flaps. Hauk tentou descer, mas o sistema vertical não funcionou e a aeronave capotou e deslizou sobre o terreno pedregoso a beira de um Riacho. Hauk feriu-se seriamente e foi encontrado por Charles Reves que pescava com amigos nas margens do riacho. Hauk, tentou comunicar-se com eles em português ou Esperanto sem sucesso. O relógio em seu pulso o denunciou pois ficou desacordado tempo suficiente para que o americano percebesse as diferenças e mais as inovações tecnológicas incorporadas ao equipamento que não poderiam ser da terra, muito menos do exército brasileiro. Reves tratou de entrar em contato com a embaixada americana. Removeu Hauk para uma clínica de um amigo e ficou aguardando uma inspeção de adidos militares sediados no Brasil. Na estação de rastreamento o sinal do radar havia parado antes da queda e as aeronaves encarregadas das buscas ainda não haviam localizado nada. Reves experiente soldado tomara providências para camuflar a aeronave acidentada.
Enquanto isto na base, Tehra queixou-se de enjôos à Jessica que se desdobrava entre atender a amiga e ao mesmo tempo monitorar as informações sobre o paradeiro de Hauk. Jessica fez algumas perguntas à Tehra e sorriu.
– Amiga acho que você está grávida.
– Grávida? Será?
– Normal não! Afinal, vamos ter um... e agora? Será Vazulano ou Durano? Brincou Jessica.
– Não! Retrucou Tehra. Será brasileiro.
– O primeiro brasileiro filho de um casal que veio das estrelas distantes milhões de anos. Retrucou Jessica. Nos dias que se seguiram o governo americano acusava o Brasil de esconder em seu território alienígenas que seriam de interesse das nações unidas. Começava uma guerra de acusações mutuas. O Governo brasileiro os acusava de invasão de território e intromissão em assuntos internos do país.
O Itamarati conseguira via diplomática trazer Hauk de volta embora tivesse que concordar com uma missão diplomática americana que iria acompanhar o tratamento dado aos visitantes. Os americanos queriam que as inovações tecnológicas incorporadas aos equipamentos militares brasileiros fossem compartilhadas. Coisas que eles não fariam se fosse com ele obviamente. Diante da recusa brasileira entraram com pedido de sanções na Organização das Nações Unidas.
Passaram-se 10 meses em que as coisas continuavam em pé de guerra e não se chegava a uma conclusão. Tehra com a barriga já bem crescida entrou em trabalho de parto em uma manhã e domingo. Foi levada as pressas para a maternidade. Hauk torcia as mãos e andava de um lado para outro. Como qualquer pai diante do nascimento do primeiro filho. Quando finalmente Jessica surgiu com o bebê, ficou exultante.
– Nasceu! Aqui está um belo garoto, louro de olhos azuis. As palavras de Jessica soaram como uma bomba aos ouvidos de Hauk.
– Não! Não pode ser! Deve haver um engano! Não pode!
– Hauk! O que não pode? O que há com você?
– Jessica! É simples! Tanto em meu planeta, como no de Tehra, não há olhos azuis ou cabelos como os que você chama louros. Deve ter alguma coisa errada. Será que não trocaram meu filho? Veja isso! Por favor!
Jessica estava atônita com o que acabara de ouvir. Troca de bebês? Impossível! Não naquela maternidade. Super controlada. Isto era fora de cogitação. Foi ter com Tehra que estava inconsolável e chorava copiosamente. Não entendia o que estava acontecendo.
– Tehra! Você tem certeza de que não andou transando por aí com alguém mais além de Hauk?
– Puxa! Jessica isso nem é pergunta que você faça. Claro que não!
CONTINUA