OS INVISÍVEIS - PARTE 4

– Como está o andamento do projeto?

– A primeira parte está ok, falta a segunda até que vocês localizem a chave.

Hélio olhou para Raiska que estava pensativa.

– Então eles já têm a máquina?

– Parece que sim. A chave é um código provavelmente referente a cabine de reversão. Agora vamos aguardar a chegada de Boris, tenho um palpite de que teremos surpresas. Eles estão montando as cabines aqui em algum lugar.

Momentos depois bateram à porta. Era Boris e tinha um sorriso estampado na face.

– Ok! DLX já conseguiu. Ela está vindo para cá.

– Ótimo, já estava preocupado. Igor já estava impaciente.

Repentinamente Boris pareceu desconfiado e tirou um pequeno aparelho do bolso.

– O que foi? Perguntou Patchenko.

– Tem um carro suspeito lá fora. Preciso ver se não há escutas. Aqui está. Como entraram aqui? Você foi seguido? Perguntou Boris.

– Não! Que eu saiba ninguém me seguiu.

– Como diabos alguém conseguiu descobrir onde estamos e colocou isto aqui? O carro! Vamos.

– Pronto! Descobriram a Câmera. Vamos sair daqui. Falou Raiska. Quem é DLX? É uma mulher, mas quem?

– Tenho um palpite. Falou Hélio. Vamos para onde?

– Desconfio que teremos de voar até Porto Alegre.

– Por que Porto Alegre?

– Porque seja quem for não virá direto para cá. Causaria suspeitas. – E como vamos para Porto Alegre? De ônibus?

– Você terá uma surpresa. Falou Raiska. – Você disse que tem um palpite?

– Sim! Mas precisamos checar nos registros.

Raiska ligou o carro e saiu devagar olhando pelo retrovisor.

– Já estão nos seguindo. Falou. Raiska acelerou e procurou uma estrada secundária.

– Para onde estamos indo? Perguntou Hélio.

– Não podemos voltar à minha casa. Mas não se preocupe. Há uma pequena fazenda onde temos um hangar disfarçado e uma surpresinha pra você. Eles estão em uma Ferrari especial e logo começarão a atirar. Prepare-se.

Hélio pegou sua arma e preparou-se. A estrada de terra batida não era propriamente uma pista de alta velocidade e eles estavam se aproximando. Ou melhor, ele. Hélio percebeu que só havia um homem no carro. Isto dava uma vantagem, pois ele teria que dirigir e atirar ao mesmo tempo. Não tardou para que o primeiro tiro atingisse a lataria próximo ao pneu traseiro esquerdo. O atacante sabia que o carro era blindado então visava os pneus. Hélio posicionou-se e atirou. Levava a vantagem de além de não poder ser visto, ter uma posição privilegiada para atirar. Atingiu o pneu direito dianteiro da Ferrari que rodopiou e capotou várias vezes. Raiska parou o carro e Hélio saltou ainda com a arma em punho. Sob o carro o corpo de Boris, sem vida jazia sobre uma poça de sangue.

– Está morto. Comentou Hélio.

– Eu preferia que fosse o Patchenko – Retrucou Raiska.

– Vamos sair daqui antes que a polícia chegue. Falou Hélio acessando a página da inteligência na pequena tela escamoteavel no painel. Aqui está DLX... Doutora Lourdes Xavier. Ela é a única que conhece o projeto e teria portanto acesso aos dados. Provavelmente fez cópias enquanto trabalhava com meu pai.

– Faz sentido. Raiska contatou novamente o seu assessor Saul na base que confirmou que a Dra. Lourdes pedira uma licença para viajar a Porto Alegre.

– Ela pediu a passagem para hoje as 19:00 h. Finalizou Saul.

– OK! Temos ainda bastante tempo. Mas tem alguma coisa que não está batendo.

– O quê? Perguntou Hélio.

– Não faz sentido! Montar o equipamento aqui! Um exército regular mesmo que de alguma ditadura ou um grupo terrorista, não agiria a partir daqui. Eles utilizam este território como rota de fuga ou intermediação de contatos. Tem algo muito maior por trás. Precisamos pegar a Lourdes.

– Em que você está pensando?

– Em algo muito maior! Mas vamos para o hangar é logo ali. Raiska entrou por uma porteira eletrônica do que deveria ser um rancho comum de uma típica propriedade rural, só que em vez de um seleiro havia um pequeno hangar. Dentro um caça supersônico com asas delta. E capaz de voar sem ser detectado pelos radares. Um brinquedo capaz de quebrar 4 vezes a barreira do som.

– Nossa! Pensei que só os americanos tinham um destes.

– Claro! É deles retrucou Raiska. Ela entrou por uma porta lateral e minutos depois voltou com o uniforme de tenente da força aérea.

– Nossa! Você é uma linda tenente!

– Com essa roupa eu sou Mara Lucia Teixeira, piloto de testes em serviço. Vamos.

Em pouco mais de meia hora estavam descendo na base aérea de Canoas.

– Fique na aeronave. Vou pegar o carro. Raiska desceu e falou qualquer coisa para o soldado que montava guarda na porta do hangar e dirigiu-se para o carro estacionado adiante. O soldado saiu e ela fez sinal para Helio que desceu e acomodou-se no banco do carona. Ela dirigiu até as proximidades do aeroporto e estacionou no local reservado.

– Fique atento, o avião dela deve estar chegando. Vou me posicionar e chamo você assim que tiver uma posição favorável. Pouco depois a aeronave desceu e Raiska falou.

– Estou indo para o setor de bagagem. Venha com cuidado ela deve vir.... Repentinamente a comunicação foi interrompida, Hélio chamou.

– Raiska! O que houve está me ouvindo? Tentou contato mais umas 3 vezes sem sucesso, alguma coisa estava errada.

CONTINUA

Lauro Winck
Enviado por Lauro Winck em 12/07/2010
Código do texto: T2373323
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