OS INVISÍVEIS - PARTE 3

– Descobrir quem invadiu a base, como e quem está por trás disso. Nós teremos nossa própria base de operações a partir de agora. Estamos indo para lá.

– Aqui em Fernando de Noronha?

– Não! Iremos em um avião de transporte militar. O carro irá conosco.

Viajaram numa cabine especial reservada a Raiska e conseguiram ludibriar a segurança. Hélio embarcou no avião sem sair de dentro do carro. Alguns minutos após a decolagem Raiska foi buscá-lo para sua cabine. Ela abriu um Notebook e acessou o serviço de inteligência.

– Quero que você examine as imagens das pessoas que estão no banco de dados. Veja se reconhece os homens que entraram na casa do seu pai.

Hélio não teve dificuldades em reconhecer os dois homens afinal tivera chance de examiná-los detidamente sem ser importunado.

– Este é Boris o outro é Patchenko. Estamos atrás deles há bastante tempo. Tenho certeza de que alguém facilitou as coisas na base. Certamente estão envolvidos com a explosão no laboratório.

– Como pretende localizá-los?

– Devem estar em algum lugar no interior do Paraguai. Estamos indo para Foz do Iguaçu, na fronteira. Vou entrar em contato com Ramirez assim que chegarmos. Ele sabe tudo por ali.

Pousaram horas depois em uma base militar secreta próxima a cidade de Foz do Iguaçu na fronteira com o Paraguai.

– Porque aqui? Perguntou Hélio.

– Porque aqui é bem próximo das bases inimigas no Paraguai. Você nem imagina o que tem de terroristas, espiões e contrabandistas agindo nesta região.

Deixaram a base militar em uma carreta do exército e Hélio e Raiska viajaram dentro do carro até uma casa fora do centro da cidade. O local era bastante tranqüilo e a casa tinha uma aparência de qualquer residência comum. Uma casa simples, mas com um subsolo com todas as instalações de rádio, internet e uma parafernália de equipamentos eletrônicos.

– Tudo isto só pra você?

– Claro daqui desta mesa eu posso controlar o mundo. Saber tudo o que acontece a cada momento. Vamos tomar um banho, vou preparar algo para comermos depois entro em contato com Ramirez. Ele estará bêbado, mas é assim que funciona melhor.

Ela estava muito próxima e seu perfume fazia com que Hélio começasse a sentir uma irresistível atração e isso foi como um estopim que logo espalhou-se fazendo com que os dois automaticamente cruzassem aquele olhar que diz tudo. Logo estavam envolvidos num longo e demorado beijo e certamente a noite seria algo indescritível a começar pelo banho. Após a refeição foram para o estúdio como Raiska chamava o subsolo e ela tratou de entrar em contato pelo rádio com Ramirez que estava como previsto, bêbado.

– Fala minha flor! Que manda usted?

– Preciso de informações sobre Boris e Patchenko. Você sabe algo?

– Si! Estive em Ciudad Del Leste e Patchenko anda por lá comprando armas. La máfia Russa as vende. Parece-me que Boris tambiém está.

– Armas! Não creio que sejam para venda. Tenho um palpite de que estão aprontando algo grande. Precisamos localizá-los e monitorar o que estão tramando.

– Eles não voltarão à casa de meu pai? Quando descobrirem que não tem no computador o que foram buscar?

– Não terão sucesso. Cuidei para que uma guarda militar permanente mantenha o prédio sob guarda 24 horas por dia. Mas as armas me preocupam, eles podem estar planejando um assalto armado à base. Seja como for estão trabalhando para alguém poderoso. Vamos dormir e amanhã iremos às compras em Ciudad Del Leste.

– Precisamos descobrir como entraram na base. Quem deu a ordem?

– Sim. Já mandei mensagem para o agente encarregado do apoio.

Claro que dormir não foi uma prioridade, mas no dia seguinte rumaram para as compras em Ciudad Del Este. Raiska carregava uma mini câmera disfarçada em um broche preso ao lenço no pescoço. Desta forma Hélio poderia ver em uma pequena tela de plasma no carro. Um microfone na câmera permitiria o diálogo entre os dois. Raiska preparava-se para sair do carro quando o celular chamou. Era Saul o agente encarregado de investigar quem dera a ordem para os espiões entrarem.

– Raiska! O encarregado das autorizações no dia era o Coronel Marcos. Adivinhe! Ele foi morto ontem à noite.

– Droga! Isso nos deixa de volta na estaca zero. Marcos estava envolvido, mas quem está acima dele? Vamos ter trabalho para descobrir.

Ela andava com turista examinando mercadorias especulando preços, mas sempre atenta. Numa lanchonete da esquina Patchenko tranquilamente tomava um café. Raiska protegeu-se recuando para fora do campo de visão

– Saia do carro e prepare-se ele está na lanchonete em frente copiou?

– Sim! Respondeu Hélio.

– Você já está com o microfone?

– Sim! Estou indo.

Embora o movimento por ali fosse intenso, Hélio esgueirou-se saltando de cima do carro e desviando das pessoas, conseguia andar tranquilamente. Postou-se em um lugar estratégico e aguardou até que Pachenko saísse da lanchonete. Ele o seguiu até um pequeno hotel destes bem baratos. Chegando à portaria observou o número do quarto e seguiu Patchenko a uma distância segura. Ele entrou e deixou a porta entreaberta. Estaria esperando alguém? Hélio esgueirou-se para dentro do quarto e prendeu a pequena câmera com microfone em um lugar seguro. Raiska já estava no carro e o instruía quanto a posição da Câmera. Ele voltou para o carro sem dificuldade.

– Ok! Agora vamos esperar e observar. Um display na tela permitia operar a micro câmera com precisão e desta forma podiam ver o que ocorria no quarto. Patchenko saia do banheiro quando uma mulher aparentando uns 30 anos entrou no quarto.

– Feche a porta. Ordenou Patchenko. – Trouxe o dinheiro?

– Sim! Falou a mulher. O Boris está vindo para cá.

CONTINUA

Lauro Winck
Enviado por Lauro Winck em 05/07/2010
Código do texto: T2359880
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