A Fonte - prólogo

.Uma breve atualização.

Um futuro glorioso, onde robôs fazem as tarefas mais pesadas pelos humanos; onde carros voam; onde a humanidade vive o seu momento mais próspero, imerso num mundo de tecnologia super avançada, que permitiu a descoberta da cura para quase todas as doenças...

Bem, essa é a imagem do futuro que muitos imaginaram, mas eu gostaria de lhes dar uma triste notícia: isso não vai acontecer. Foram apenas sonhos distantes de um passado muito longínquo e o futuro não será assim... com certeza não.

O mundo já vivia momentos difíceis no início do século 21, e com o passar dos anos, as coisas só pioraram. Os governos de 61 países assinaram um acordo rigoroso para controle de poluição e das agressões ao meio ambiente, chamado de Tratado de Morello, entretanto, já era um pouco tarde demais... Os efeitos da destruição humana contra a natureza mostraram o seu verdadeiro rosto na segunda metade do século, e com isso grande parte da geografia do mundo foi drásticamente modificada.

Partes das américas, da ásia, ilhas por todo o globo, e praticamente 60% da europa, simplesmente desapareceram do mapa. Foram imergidas pelas águas oceânicas que se elevaram com o total derretimento dos pólos por volta de 2092.

Tal evento desencadeou consequências terríveis para todos os cantos do planeta Terra. Secas intensas afetaram cerca de 90% da população, o que trouxe fome a mais da metade do mundo. Doenças antigas retornaram, e novas infecções surgiram.

Com uma escassez de água que ameaçava todo o planeta, no último ano do século 21, o Japão desenvolveu uma espécie de filtro capaz de destilar a água salgada do mar. Meses depois esse aparelho já era comercializado para o mundo inteiro, o que posssibilitou a irrigação de lavouras em estufas, e a condução de água do mar para abastecer grande parte da população mundial.

Foi então no início do século 22, que aconteceu algo que iria mudar o modo de viver das pessoas e instalaria novos padrões de vivência e socialização. No exato ano de 2103, um renomado cientista brasileiro chamado Otávio Mackenzie, criou um gerador de energia limpa e inesgotável que batizou simplesmente de “Fonte”. Esse invento trouxe ao país uma posição hegemonica no mundo pós-contemporâneo, pois o Brasil tornou-se o dono de todos os direitos financeiros de uso de energia renovável que passou a ser utilizada em todo o mundo pela UER (União dos Estados Remanescentes).

Alguns anos depois, o próprio Otávio fundou a WATTS Corp., a empresa que ficaria encarregada do funcionamento da Fonte.

Com o passar do tempo, a Watts se tornou um conglomerado industrial, fabricando outros diversos produtos e fornecendo dezenas de serviços. Logo, a empresa já tinha o controle de toda a tecnologia utilizada no Brasil e no mundo.

O monopólio da Watts não ficou restrito apenas a produtos de cunho comercial, pois a empresa passou a deter tamanha influencia política, que os sistemas financeiro, judiciario, legislativo e executivo ficaram sob seu controle. A polícia corrupta e os meios de comunicação se tornaram meros fantoches nas mãos da Watts, que a cada dia aumentava a extensão de seu controle. Havia de fato muito dinheiro envolvido nisso.

A empresa que surgira como solução de todos os problemas, acabara criando outros tantos...

Jean Carlos Bris
Enviado por Jean Carlos Bris em 22/05/2010
Reeditado em 23/05/2010
Código do texto: T2272912
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