DEUSE E DEMÔNIOS - VIII - IX
PARTE 8 – XEQUE MATE
Naquela noite foi difícil dormir, preocupado com a situação. Recém Adan 7 havia conseguido reverter uma situação já quase fora de controle e estávamos nos deparando com uma nova ameaça. Quem estava por trás disso e o que queria era uma pergunta de difícil resposta até que se manifestassem ou que chegássemos a uma conclusão. Anelius na verdade era apenas uma facção que concorria com o poder estabelecido. Atrapalhava porque se intrometia puxando brasa para seu assado. Isto irritava principalmente o clero que tratou de livrar-se do incômodo. Mesmo o símbolo da elite remanescente, está presente nas notas do Dólar americano. O olho acima da pirâmide significava a mesma coisa. Os estados Unidos haviam tido até ali, 43 presidentes, mas 34 deles de alguma forma estavam geneticamente relacionados com duas pessoas, o rei da Inglaterra Alfred o Grande e Carlos Magno, monarca francês do século IX. A idéia era estabelecer o caos e depois criar a solução. Solução obviamente ditada por eles. Esta teoria já fazia parte de um livro de David Icke publicado em 1999 que alertava para o fato. A agenda segundo ele, visava manter o poder nas mãos de famílias de linhagem nobre. Faz sentido o que Ana Paula disse sobre a organização. Estavam tentando ressuscitá-la e precisariam ter algo poderoso nas mãos. A bomba de antimatéria era um trunfo importante. Estava envolto nesses pensamentos quando Rogério me chamou informando do novo acontecimento. – Vá para a diocese central no centro de São Paulo. Houve um crime bárbaro lá. Eram cinco horas da manhã e eu não havia conseguido dormir. Levantei-me apressadamente e saí em direção à diocese que ficava ao centro do pentágono na zona residencial. O templo era uma igreja moderna com um pórtico frontal em arco e uma grande e pesada porta de madeira. A igreja, apesar da inexistência de moeda, mantinha suas obras sociais e seus rituais religiosos. Eu não estava preparado para o quadro que se apresentava diante de meus olhos. Pregado a porta com fortes parafusos, o cadáver de Don Alfredo Campos, Arcebispo da diocese. Semi-nu imitando a posição em que Cristo havia sido crucificado. Trazia na testa a marca da Anelius e havia sido também morto com uma poderosa lâmina que lhe abrira o peito. Desta vez havia um recado em uma folha de papel presa a um dos parafusos. Dizia o bilhete, a I.C.A.R. deve ser extinta para permitir a volta ao progresso através de uma nova ordem social para a humanidade. Deverão pagar pelos crimes que cometeram contra nossa ordem no passado. O mundo passará por uma nova era de evolução. O direito a riqueza e propriedade terá que ser restabelecido como condição para a evolução humana. Havia muita gente em volta e o pessoal da perícia tomava as providências habituais. A sigla I.C.A.R Obviamente referia-se a Igreja Católica Apostólica Romana. Fui conversar com um dos padres que servia como camareiro ao arcebispo, mas ele não tinha visto ou ouvido nada. O chefe da perícia interrompeu-nos com uma nova informação. Havia mais dois cadáveres na vizinhança, provavelmente de testemunhas que haviam presenciado a macabra tarefa de prender o cadáver do arcebispo a porta da igreja. Até ao meio dia, dois novos cadáveres haviam sido descobertos. Um líder da resistência que se opunha ao retorno do regime monetário e um administrador da centrar de distribuição de alimentos. Todos executados da mesma forma e sempre com o símbolo marcado a fogo. Como sempre os crimes ocorriam de uma forma precisa e ninguém havia visto nada. Como sempre, não havia pistas. Agiam como fantasmas e tal como ocorrera no laboratório, portas fechadas não significavam nada. Mesmo com os recursos de que dispúnhamos, não podiam ser detectados. Isto tornava a investigação quase impossível. Não tínhamos nada até o final da tarde. O que pretendiam com a bomba? Não havia qualquer menção a ela no bilhete. Voltei para casa e continuava recompondo mentalmente os acontecimentos, tentando encontrar alguma coisa que houvesse passado despercebida. Entrando em casa empurrei a porta com o pé para fechá-la e me pareceu que batia em algo. Meu cão que estava dormindo sobre o tapete repentinamente saltou ouriçado. Instintivamente levei a mão a minha pistola de raios e disparei sem saber em que atirava. Fiz dois disparos a exmo. Reparei que algo estava caindo pesadamente ao solo. Então começou a revelar-se um homem forte, vestindo um estranho uniforme com couraças metalizas. Um segundo estava desabando sobre o primeiro e percebi que estava apenas ferido. Tratei de arrastá-lo e o imobilizei. Apliquei-lhe um par de algemas e tentei falar com ele.
– Quem é você? Perguntei. Não houve qualquer resposta. Ele apenas me olhava e respirava com dificuldade. Usava um capacete negro apenas com uma viseira e uma grade frontal. Então como eu suspeitava eram invisíveis, somente ao ser atingido pelo raio seus corpos foram revelados. Desta maneira poderiam agir livremente sem serem notados. Isto já explicava muitas coisas e certamente estavam de tocaia esperando que eu abrisse a porta. O que estava morto tinha a seu lado uma pesada faca de lâmina larga que deveria ser usada para me matar. Assustaram-se com o cão e isso me deu tempo para reagir. Ele olhava para o meu cão e parecia aterrorizado embora se tratasse de um animal inofensivo. O cão começou a rosnar e o homem arregalava os lhos cada vez mais apavorado. Então curvou-se para a frente com a cabeça quase tocando os joelhos e jogou-se para trás batendo violentamente a cabeça contra a parede atrás da cadeira em que estava sentado. Começou a verter sangue de seus olhos e a cabeça pendeu. Estava morto. Chamei Rogério e o chefe de investigações. Rogério chegou acompanhado do pessoal encarregado da perícia e investigadores da Federação. Acompanhamos a remoção dos cadáveres para o instituto de criminalística onde seria feita a autópsia.
– Naturalmente eles tentarão eliminar quem se interponha a suas intenções e você quase foi a primeira vitima. Falou Rogério enquanto esperávamos.
– Rogério! Eles utilizam outro processo para a invisibilidade, e este processo também bloqueia nosso cristal magnético. – Sim! Já ordenei que nossos programadores analisem os circuitos eletrônicos nas roupas e a composição material. Eles colocarão a bomba em algum ponto estratégico. Acho que temos naves deles estacionadas aqui no planeta. Eles conseguiram descer sem serem notados, parece que além de se tornarem invisíveis, foram imunes a nossos sensores de segurança. Temos que descobrir como neutralizar os processos que utilizam. È difícil combater um inimigo invisível. Duas horas depois nos reunimos com os técnicos e cientistas para analisar o resultado da autópsia e das investigações dos técnicos. O encarregado das operações trouxe um extenso relatório e começamos a analisá-lo. Eram seres humanos, com estranhas diferenças. Geneticamente eram bastante parecidos com nosso padrão humano. Possuíam um cérebro avantajado e sua pele era esverdeada, com minúsculas escamas. Uma coisa destoava, suas partículas subatômicas giravam ao contrário. O tecido de suas roupas continham uma camada de cristal anti-magnético e as chapas metálicas sobre o tecido continham também placas do mesmo cristal com espessuras diferentes. Nossos homens tinham agora um desafio. Neutralizar os recursos de que dispunham para se tornar invisíveis e ao mesmo tempo neutralizar nosso cristal. Logo percebemos que o fato de seus átomos girarem em sentido anti-horário seria uma barreira difícil de ser ultrapassada. Um dos cientistas sugeriu que a cor verde do raio de nossas armas, poderia ser responsável pela revelação da imagem, o que não poderia ser descartado. Deveríamos agora esperar que nosso pessoal conseguisse uma solução. Voltei para a nave e fui para a sala de comando. Hatenna estava me esperando ansiosa.
– Rodrigo! Temos uma novidade. O chefe deles apareceu nas telas de vídeo dizendo que fará um pronunciamento daqui a uma hora.
– Bem! Já esperava por isso. Vamos aguardar e esperar o que eles tem a dizer. Hatenna providenciou um lanche e café, pois eu não havia almoçado e já eram 15 h. Comentei com ela tudo o que havíamos passado naquele dia e as conclusões a que havíamos chegado.
– Ainda bem que nós podemos usar armas Xcarpanas, já imaginou a situação se dependêssemos do exército de Nova Terra?
– Sim! Isso é um alerta. Temos que encontrar um meio de armar apenas o sistema de defesa e policiamento como em Xkarpa.
– Primeiro temos que estabilizar o sistema novamente e isso vai dar muito trabalho.
– Com certeza. Argumentei.
– Temos que aproveitar a volta de Adan 7 e ver o que ele vai inventar.
– Falar nisso onde anda ele?
– Não se preocupe! Ele surge quando menos esperamos. O último comunicado do líder informava que o pronunciamento seria da sede da administração central, o ponto mais perigoso do planeta para uma explosão.
– Rodrigo, falou Hatenna, a sede da administração fica junto ao sistema de distribuição de energia, a usina de produção de anti-matéria e a central de abastecimento de gás.
– Sim! Uma explosão ali com toda a carga de anti-matéria em estoque pode extinguir o planeta. Finalmente Adan 7 surgiu entre nós. Parecia tranqüilo e apenas curioso. Chegando a hora determinada surgiu a figura, do líder invasor desta vez visível e ladeado de inúmeros soldados fortemente armados. Enquanto observávamos Hatenna dirigiu-se a porta de saída e Adan sorrindo lhe disse
– Vá em frente garota! Boa sorte! Dizendo isso saiu apressado me deixando sem entender nada.
– Meu nome é Nilus, e assumo neste momento o governo deste planeta que tomamos legitimamente sem nenhuma resistência. Como tal determino a extinção de qualquer forma de governo existente bem como qualquer organização de ordem religiosa. Lembro que possuo neste momento um exercito de 400.000 homens estacionados em 8 naves distribuídas nos 4 cantos do planeta. A bomba que os senhores procuram está aqui abaixo de meus pés e não tenham dúvidas que será detonada ao menor sinal de resistência. Eu não serei atingido e nenhum de meus homens, porque estamos em um universo paralelo. Gostaria que meu amigo Adan 7 estivesse aqui para me passar oficialmente o comando do planeta. Antes que pudesse continuar a figura de Adan surgiu diante dele.- Muito bem Nilus, você parece ter desta vez um trunfo muito grande. Mas você deveria estar morto.
– Sim! Mas não esqueça que nós temos tecnologia mais avançada que a sua. Adan parecia estar tentando ganhar tempo.
– Sim! Você pretende aplicar sua ideologia na qual os mais fracos tem que trabalhar para que as castas favorecidas vivam bem e com muita riqueza!
– Certo! Você sabe que nós não toleramos gente fraca e ignorante. Então aconteceu o que jamais alguém poderia imaginar..
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PARTE 9 - A ÚLTIMA ESPERANÇA
Adan 7 mantinha-se tranqüilo e procurava dar corda em Nilus que tinha realmente um trunfo poderoso nas mãos. Mas, Adan parecia saber de algo! Estava muito confiante para quem está numa situação desesperadora. Então algo atingiu a cabeça de Nilus e o impacto o lançou para trás.. O sangue espirrou pela parede e ele arregalou os olhos e fitou Adan. Então estremeceu e seu corpo desabou. O que aconteceu a seguir foi ainda mais estranho. Os soldados de Nilus começaram a entrar em convulsão e tentavam pôr-se de pé, mas aos poucos iam desabando, um por um e agonizavam. Em poucos segundos estavam mortos.
– Hatenna! Chamei. Não sei por que, mas algo me dizia que mais uma vez Hatenna estava por trás disso.
– Onde você esta?
– Estou a mil e duzentos metros daí.
– Mas como? O que você fez?
– Fica frio! Depois te conto. Adan estava abaixado junto ao cadáver de Nilus e tinha na mão o projétil.
– Esta menina é demais! Um tiro perfeito.
– A 1200 metros? Perguntei.
– Sim. Respondeu Adan.
– Então você sabia?
– Claro! Respondeu ele.
– Eu sempre sei. A surpresa é a morte de seus soldados! Meu amigo! Temo que agora tenhamos que pensar no que fazer com 400.000 cadáveres que estão espalhados por aí.
– Então eram humanóides comandados pelo cérebro de Nilus? Perguntei.
– Creio que sim, afinal este nosso universo tem sempre formas de vida e matéria dos mais estranhos e bizarros tipos. Então lembrei-me da ameaça! A bomba!
– Adan a bomba! Espero que não tenha um mecanismo de tempo para explodir e ainda temos que localiza-la.
– Já sei onde está, aliás o burro do Nilus deu a pista.Vamos para lá. Em instantes estávamos em um dos túneis subterrâneos usados para manutenção e monitoramento dos sistemas de distribuição. A bomba estava em uma cápsula de vidro bem ao centro de um cruzamento de túneis. Um facho de luz vermelho deixava claro que tinha uma fotocélula que explodiria tudo se interrompido. – Bem! Remover isso não vai ser uma tarefa fácil. Falou Adan coçando o queixo. Vamos ver, acho que se removermos o conjunto todo evitamos a explosão. Repentinamente me chamou a atenção um minúsculo cronômetro abaixo da base.
– Adan, tem um detonador de tempo e está ligado, temos pouco menos de uma hora.
– O cretino deve ter acionado antes de morrer.
– Ok! Primeiro vamos ligar uma bateria e depois cortar a corrente. Aqui a direita no armário de material elétrico tem baterias. Pegue enquanto tento encontrar um meio de parar o detonador. Temos 56 minutos ainda. Busquei a bateria no armário e Adan fez a troca.
– Agora, falou ele, vamos nos concentrar e mover o conjunto para a o poço acima. Precisaremos unir forças par que o conjunto possa ser lançado até a base. Se cortarmos a corrente por alguma razão, vamos desaparecer e virar mini buraco negro. Pronto?
– Sim, vamos lá! Foi uma tarefa bastante lenta e nos transportamos junto até a base. Chegamos ao topo do poço e ainda levamos um bom tempo para abrir a tampa de entrada. Havia uma pequena nave transporte estacionada perto e resolvemos colocar o artefato preso ao cinto de segurança. Tínhamos agora 30 minutos exatos.
– Ok, falou Adan. Agora é com você. Ponha o para quedas e suba até o limite da atmosfera. Acelere ao máximo e depois salte. Quando finalmente consegui acelerar o suficiente, sobravam exatos 20 minutos, o tempo limite para colocar a nave a uma distância segura. Ejetei o banco e acho que desmaiei, acordei muito próximo ao solo e mal tive tempo de desviar de uma árvore antes de uma desastrada aterrisagem que me fez rolar por um barranco. Quando finalmente estacionei depois de rolar não sei por quantos metros. Minha perna direita doía terrivelmente. Adan estava a minha espera com aquele sorriso enigmático.
– Adan! A explosão!
– Calma meu rapaz, foi lindo! Mas, por muito pouco você não virou um buraco negro. Você desmaiou ao chocar-se com a atmosfera. Isto é natural. Fui então levado para o centro médico hospitalar. Havia ganho uma perna enfaixada. Então surgiu Hatenna a porta do quarto e seu sorriso nem cabia no ambiente, estava eufórica.
– Você está bem? Perguntou.
– A perna ainda dói mas estou bem. Agora diga-me como foi aquilo! Que arma era aquela?
– Um fuzil de fabricação russa que ganhei em uma aposta. Quando falaram no local da reunião entre o invasor e o Adan, lembrei de uma torre a 1200 m dali de onde fiz umas fotos, dali dava pra ver a janela em frente ao Nilus. Então corri para casa, peguei a arma, montei sobre o tripé e disparei. Ela possui uma luneta muito eficiente, mas é um tiro difícil, pois temos que calcular a velocidade do vento e mais a rotação do planeta. Por sorte deu certo.
– Ok! Que aposta você ganhou?
– Bem! Ganhei de um ex namorado russo. Acertei uma lata de cerveja a 1300 m. Bem, é uma peça de museu, mas muito eficiente ainda.
– Meus parabéns, foi um belo tiro. O Adan sabia que daria certo por isso estava tão confiante.
– Sim! Você lembra que o ele disse?
– Sim! “Vá em frente garota! Boa sorte!” Claro, ele pode ver o futuro e já sabia que havia dado certo.
– Há! Tenho uma novidade pra você, vou ser condecorada pela administração de Nova Terra e me darão o título de Cidadã brasileira. – Ótimo! Parabéns, você merece.
– Obrigado! Sabe? Agora que serei cidadã brasileira podemos casar!
– Casar?
– Sim querido e tem mais, quero uma lua de mel no México em 1970.
– Hei! Você está bem? Porque 1970 e por que no México?
– Hora quero ver o Pelé jogar! Neste momento Rogério entrou no quarto e foi, antes que pudesse dizer algo, solenemente intimado como padrinho de casamento. E eu nem ainda havia concordado em casar. Mas adiantaria? Claro que ele aceitou e brincou!
– Nem pense em recusar o pedido certo? Com a pontaria que ela tem...Rimos da situação e começávamos a analisar os acontecimentos e as informações já obtidas junto aos investigadores. Os discípulos de Nilus, eram humanóides que dependiam totalmente dele. Estavam presos a ele por um sistema eletromagnético que mantinha seus cérebros conectados ao de Nilus. Quando Nilus foi atingido todos eles sofreram morte cerebral. Estávamos envoltos nessas teorias quando o médico entrou no quarto. Mediu a minha pressão, tomou a febre e anunciou;
– Companheiro, temos que fazer uma cirurgia, sua perna foi, digamos bastante danificada. Percebi os olhares preocupados de Rogério e Hatenna que olhou-me e disse!
– Não se preocupe! Você vai ficar bem! Fui então levado para a sala de cirurgia. Deram-me uma injeção e apaguei. Acordei pela manhã e Hatenna estava sentada com o rosto apoiado sobre minha mão e chorava.
–Porque está chorando?
– A operação! Eles..
– Calma eu estou bem, minha perna ainda incomoda um pouco mas.. Eu sentia a perna estava tudo bem! Mas, ao olhar por sobre as cobertas foi como bater a cara em uma parede a toda velocidade. Da metade da coxa para baixo, não havia nada!
– Hatenna! Minha perna, eles...
– Sim! Tiveram de amputá-la.
– E agora? Falei aflito.
– E agora, nada. Com os avanços que temos hoje não creio que vá fazer falta. Há! Você tem que escolher seus padrinhos pro nosso casamento.
–Você vai querer casar com um perneta?
– Corta essa, perna pra que?
– Bem! Penso em convidar o Adan. Mal acabava de falar ele entrou sorridente como sempre e desta vez estava acompanhado.
– Eu aceito aliás, eu e minha nova esposa.
– Oi pessoal! Era Kelly Wilians Santana em pessoa. Aliás agora então somente Kelly. As esposas do Adan não tinham sobrenome. Ou seria a partir daí Kelly 7?
–Trouxe um presente pra você! Veja! Até vai dar pra jogar futebol e tem uma vantagem se um cão te atacar coloca ela na frente. Garanto que ele não vai gostar. Logo você vai estar em forma. Precisamos de você e uma perna a menos não vai deixa-lo fora de combate. A prótese na verdade seria provisória. Mais adiante seria implantada uma nova perna gerada em laboratório a partir de meus próprios tecidos recolhidos na cirurgia. Seria uma espécie de perna biônica. De qualquer forma, eu teria um tempo para me recuperar da cirurgia A prótese que Adan me dera, era confortável e não me impedia os movimentos. Passaram-se mais uns dias e eu já me preparava para voltar ao trabalho. Eu voltava para casa a noite depois de cumprir meu primeiro dia de trabalho e chovia muito. Estranhei que meu cão não viesse ao meu encontro como sempre fazia. Resolvi olhar no pátio e ao abrir a porta da cozinha, fui atacado por uma forma estranha. Embora estivesse escuro, pude perceber que tratava-se de um animal completamente diferente do que tínhamos no planeta Lembrava uma grande tartaruga embora não tivesse um casco e nem o pescoço para dentro. Era muito ágil e felizmente atacou minha perna artificial. Sua boca era enorme e eu tentava arrasta-la para a cozinha, pois não estava armado. Mas eu não conseguia meu intento, era muito forte e então empurrei a porta puxando com força a perna. O animal soltou-me e girou correndo rapidamente para os fundos do pátio. Peguei uma lanterna de mão e a arma e fui para o pátio, mas já não encontrei nada. Havia sangue sobre a calçada e entendi que meu cão deveria ter sido vítima da estranha criatura. Procurei por todo o pátio e dentro de casa, mas não havia vestígio do cão. Fora consumido pela criatura. Falei com Rogério e lhe contei o ocorrido. – Você não sabe? Temos alguma coisa atacando pessoas e animais domésticos. Deve ser a tal criatura que você falou, resta saber se existem outras e com o que estamos lidando. Droga! Quando tudo parecia sob controle. Uma nova ameaça emergia...
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