Abdução como solução - Os klamers

Por Ocram

Abducão em “prol da humanidade’?

CAPÍTULO I

A FUGA

Maurício desperta : Que é isso? Mas como é que eu vim parar nesse lugar? Imediatamente sua memória vai lhe ajudando a recordar e ele começa a organizar suas idéias.

Se lembra então última noite (teria sido noite passada?), em que ele havia convidado seu filho Lucas para passar o fim de semana com ele. Desde de seu divórcio, a cada 15 dias ele fazia questão de estar com seu filho, que o tinha como herói. A programação parecia perfeita: cinema, futebol, vídeo game – os mesmos que seu filho amava. Já na sexta-feira, a noite, como todo bom fã do universo, em seu rancho, ele reservou um tempo para armar seu telescópio que cuidadosamente desembalou, limpou e preparou.

Era inverno, época perfeita para se observar várias coisas nos céus, e com a ajuda do clima, seria possível visualizar algumas constelações como a de escorpião, visível 100% somente no inverno, Orion e várias outras, tudo isso alem de vários planetas.

Foi ai que aconteceu: pai e filho observavam as estrelas no céu, admirados com tamanha beleza e poder, que vem de tão longe. De repente, Lucas, que observava as estrelas da constelação de Orion, viu algo estranho.

Pai! Dá uma olhada nisso! Será um meteoro? Maurício se aproxima do telescópio para ver, e muito assustado diz “não meu filho, estamos testemunhando algo diferente”.

A luz se aproximava cada vez mais, e ao final de poucos segundos, parecia que ia chocar-se com a casa do rancho onde estavam. De repente eles se viram debaixo de um objeto grande, que emitia uma luz muito particular, mas serena.

Pai e filho tomados de temor não sabiam que fazer. Decidem juntos que iam correr até o carro e ir para o mais longe possível dali. Mas antes que pudessem chegar perto o bastante do carro, são paralisados por uma forte luz, que os impossibilita movimentos.

Surgem então duas criaturas, que eles ainda não conseguem discernir bem o que são, e como se fosse 2 estatuas feitas de isopor, cada uma agarra pai e filho e os leva para seu veículo.

Tomados de pânico mas sem poder reagir, eles assistem a seus raptores conversando entre si, e logo em seguida se dirigem a eles, em bom e claro português:

Não queremos que vocês tenham medo, simplesmente cooperem conosco e em 6 meses vamos devolver vocês a seu habitat natural outra vez. Agora iremos preparar vocês e em seguida vocês já não sentiram nada.

Tendo dito isso, as criaturas removem as roupas de suas vitimas, deixando-as numa situação muito embaraçosa, principalmente para Lucas, que aos 14 anos, não tinha o costume nem mesmo de trocar de roupa perto de outros. Uma vez despidos e ainda paralisados, eles são levados para um corredor enorme, onde há o que parecem ser vários casulos de vidro transparente. Dentro deles haviam seres humanos, separados por gênero e idade. Inicialmente passaram a uma ala onde supostamente era a feminina.

Varias mulheres estavam ai, talvez mais de 100, nuas, separadas por idade e aparentemente sem qualquer pelo em seus corpos, pareciam boiar dentro dos casulos, tendo o que parecia ser um aparelho respirador em suas bocas. Num dado momento Mauricio é levado ao corredor seguinte, os estão os humanos do gênero masculino, e vê seu filho sendo levado ao início do mesmo corredor, na outra ponta. Uma vez chegado ao casulo que lhe correspondia, ele recobra os movimentos, inicia uma tentativa de fuga que é logo frustrada, e pego injetam uma substancia em sua nuca o que o faz perder os movimentos do corpo. Dois dos seres o erguem do solo e gentilmente o colocam dentro do que eles crêem que será a morada de Maurício nos próximos 6 meses. Poem uma mascara em sua boca, e fecham a porta do casulo.

Ali dentro Mauricio só consegue pensar em 2 coisas : 1° achar e libertar seu filho e 2° fugir daquele lugar. Mas como? O que eles queriam deles? Por que 6 meses?

Ele não desistiria, tinha que haver uma falha no sistema deles, e ele ia achar.

CAPITULO 02 : PLANO DE FUGA

Dentro de seu casulo, Maurício nao para de pensar em maneiras de fugir com seu filho daquele lugar. Parecia que tudo seria em vão, já que ele se encontrava preso a uma estrutura que parecia parte organica, parte eletrônica. Dali de dentro ele decidiu estudar sua situação: ele havia sido colocado dentro do casulo, com uma máscara em seu rosto de onde saía oxigenio, e haviam colocado sondas em seu ânus e outra em seus genitais, provavelmente, imaginou ele, para coleta de excrementos.

Além disso ele percebeu que a substancia que o envolvia dentro do casulo parecia estar pouco a pouco dissolvendo seus pêlos corporais. Ele se deu conta de que, assim como os demais humanos que viu no corredor, ele tambem se tornaria calvo por completo.

Começou então a golpear com as mãos desesperadamente a parte de cima de seu casulo, e após várias tentativas, decidiu golpear com seus pés a parte da frente. Tudo parecia inútil, até que ele decidiu verificar como estavam organizados os casulos, e possíveis vigias no corredor. Passados três horas uma espécie de andróide em forma de polvo apareceu. Possuia vários tentáculos e se movia bem lentamente. Maurício então decide observar a criatura: o andróide ia de casulo em casulo verificando algo, quem sabe para verificar sinais vitais ou se o sistema estava funcionando bem. Nesse momento ele percebe a criatura se aproximando de seu casulo, momento esse em que Mauricio sente uma substancia em sua máscara que o faz adormecer imediatamente.

Três horas depois, ele recobra a consciência remetendo nosso heroi ao início desta narração. Ao recobrar sua memória, ele se dá conta de que aquele andróide provavelmente faz uma verificação periódica nos casulos, mas antes disso é administrado algum tipo de sedativo, impedindo assim qualquer tipo de reação por parte das vitmas abduzidas. Maurício então decide o que fazer: ficará atento até a proxima aparição do andróide, porém antes que o mesmo se aproxime de seu casulo ele tentará algo.

Passadas algumas horas, eis que chega o andróide no inicio do grande corredor. Mauricio se prepara, verifica como está instalada a máscara em seu rosto, comprova que não seria tão dificil remove-la, o problema seria como respirar sem ela dentro daquele líquido em que ele se encontrava.

Se aproxima o andróide, Maurício se prepara. Quando a criatura esta a 2 casulos de distancia do casulo de Maurício, ele começa a tentar de todas as formas a retirar sua máscara, e as sondas, coisa que ele logo consegue. Uma vez desconectado agora era esperar o andróide abrir seu casulo.

A criatura se aproxima, destrava o casulo que se abre imediatamente, porém desta vez antes que de poder fazer qualquer coisa, Maurício salta de seu casulo e corre por detrás dos casulos até o final do corredor. O andróide percebe a fuga porém como não foi projetado para perseguir, o máximo que pode fazer é enviar um sinal de alerta.

Maurício não perde tempo, ele tem que achar o casulo onde está seu filho o mais rápido possível, antes que seja tarde. Ao correr por entre os casulos ele percebe que está na direção correta, pois os homens que ele vê aprisionados nos casulos estão ficando cada vez mais jovens. Finalmente ele encontra casulos com adolescentes mais ou menos da idade de seu filho. Um pouco mais e ele encontra seu filho, dentro de um casulo como os outros, com o corpo igualmente depilado. Maurício procura as travas, checa todos os lados, até que encontra um botão com algo escrito em um idioma desconhecido, e , sem relutar, o pressiona, abrindo assim o casulo.

Remove a máscara e as sondas de seu filho, que ainda sob efeito dos sedativos está inconsiente.

Uma idéia vem a sua mente: as criaturas com certeza vão procurar em todos os lugares, mas dificilmente onde eles se encontravam como prisioneiros. Com seu filho nos braços, Mauricío decide se esconder atrás do casulo que o aprisionava. Em vinte minutos, Lucas começa a recobrar a conciencia.

- Papai! O que está acontecendo? Porque estamos aqui? Que lugar é esse?

- Não sei meu filho, mas vamos ver o que podemos descobrir, porém agora o mais importante é estarmos sempre juntos, e descobrirmos como funciona esse lugar, e como se faz para sair daqui.

CAPITULO 03: CAÇADOS

Passaram-se algumas horas desde que Maurício e Lucas conseguiram sair dos casulos, agora a missão era procurar uma forma de entender o que eles faziam ali, e como poderiam sair e voltar pra casa.

- Queria que a mamãe estivesse aqui.

-Nem diga isso, provavelmente ela estaria brigando comigo por estarmos aqui, olha, deixa pra lá, olha aquilo.

Maurício aponta para um dos corredores e percebe 2 criaturas com empunhando algo em suas mãos. Essa foi a primeira vez que nossos heróis puderam ver com mais calma seus captores: as criaturas eram calvas, possuiam a pele cinza, tinham expressões serenas, com seus grandes olhos verdes e uma boca pequena, pareciam nem estar tão preocupados com a fuga. Traziam o que pareciam ser uma arma em forma de raquete, e caminhavam traquilamente, porém atentos a todos os lados.

-Tive uma idéia, vamos nos posicionar atrás deles, seguindo-os à distância, quem sabe eles nos levam a algum lugar de interesse. – diz Maurício.

Lucas faz uma expressão de medo, mas aceita o desafio, afinal não parece haver outra solução melhor naquele momento.

Começam então a seguir as 2 criaturas, com uma certa distância para não chamar a atenção, até que chegam ao que parece ser uma sala de controle. Enquanto as criaturas seguem seu caminho, Maurício e Lucas decidem checar essa sala para tentar obter algum tipo de informação. Há vários computadores, muitos deles com operação praticamente impossivel a um humano, visto não possuirem teclados. Porem Lucas descobre um que pode ser operado, pois possui um tela “touch screen”.

- Veja pai, dá pra usar esse aqui!

- Vamos lá então, o que conseguimos aqui...- Maurício passa a tentar utilizar o computador, onde vê várias opções, todas em um idioma totalmente desconhecido. De repente na tela aparece um menu com vários idiomas da Terra, como o inglês, espanhol, dinamarquês, português e outras centenas. Maurício seleciona o português e toda as informações da tela se convertem ao português.

Há um mapa do local no computador, com opções de zoom e vários controles que monitoram todas as partes do local. Maurício decide então verificar a sala onde estavam e aparece encima da tela a quantidade de humanos:

Seres da Terra - Humanos – Total 500 espécimes

Machos – 250 espécimes

Femeas – 250 espécimes

Haviam tambem menus específicos para outros animais da Terra, que provavelmente estavam ali também, mas o que mais preocupou Mauricio foi a informacão de que estavam faltando 2 espécimes no corredor dos humanos machos. Sim eles provavelmente já estavam sendo caçados pelos seres que os raptaram. Maurício então tem uma idéia:

- Já sei o que vamos fazer! Vamos confundir esses alienígenas, afinal não creio haver aqui tantas criaturas alienígenas quanto humanos. Vamos libertar a todos de uma só vez, e ver como eles reagem a isso.

Existe um botão que provavelmente é um dispositivo geral nas salas dos casulos humanos, que Maurício pressiona prontalmente, verficando em seguida que todos os casulos se abrem imediatamente.

O espetáculo estava armado, agora era achar uma forma de sair daquele lugar, mas como?

CAPITULO 04 : A REVELACÃO

Assim que os casulos se abriram, uma multidão de seres humanos começou a correr de um lado para outro, em confusão total, primeiro por não saberem bem onde estavam e segundo por estarem totalmente nús e depilados.

Várias criaturas tentam em vão capturar os humanos agora libertos, utilizando suas armas em forma de raquete, que disparava uma espécie de feixe de luz paralizante, talves o mesmo usado em Maurício e Lucas quando foram capturados.

Esse era o momento. Desde aquela sala de controle, Maurício e Lucas começam a procurar outras salas como aquela, quem sabe com outros recursos. Encontrar uma sala fechada por uma porta automática que continha vários simbolos, e decidem entrar.

Dentro da sala havia um outro corredor, igualmente grande ao corredor dos casulos, porem este continha diversos tipos de plantas, dentro de capsulas de vidro. Haviam talvez milhares de plantas, separadas por especie e estágio de desenvolvimento, o que intrigou Lucas.

- Pai, será que eles decidiram sequestrar as plantas da Terra também?

-É o que parece filho, mas porque eles fariam isso, e com tantas espécies de plantas?

Ao continuar a caminhada, chegam a outra sala com simbolos estranhos, e ao entrar um cenário parecido, mas com outras vítimas: vários animais dentro de casulos, bem parecidos com os que eles estavam, pareciam boiar dentro de um líquido. Todos animais também não possuiam qualquer pelagem, e usavam máscaras e sondas, assim como Mauricio e Lucas usaram. Também estavam separados por espécie e por idade.

- Esse povo gosta mesmo da Terra ein pai? Mas porque será?

- Acho que logo vamos descobrir meu filho- diz Maurício enquanto aponta para frente onde três criaturas se aproximam deles. A que estava no centro das três parecia usar uma roupa diferente do uniforme das outras. Quem sabe uma autoridade, pensou Maurício.

- Por favor, não queremos prejudicar o que quer que vocês estejam fazendo! – Disse Mauricio aos tres alienígenas.

- Na verdade vocês só ajudaram – diz em bom português a criatura do centro – Nós há muito estudamos a vida selvagem do planeta que voces chamam de Terra, um planeta incrível, com fauna e flora extremamente diversificados, e vocês humanos são um dilema para nós, klamers.

- Sempre buscando serem felizes, sempre buscando se matar, a atitude de vocês não é logica!

- Não somos todos iguais – se defende Maurício.

- Estudamos a constituição fisica e psíquica dos humanos, e descobrimos que o ambiente poluído que vocês criaram favorece a agressividade em seus gens.

- Mas o que isso tem a ver com voces? Não bastaria deixar-nos em paz em nosso mundo? E porque esses sequestros em massa, de humanos, animais e plantas? Voces já não nos estudaram e chegaram a conclusão de que não somos dignos de nosso planeta?- esbraveja Maurício.

- Exatamente – diz a criatura- e por esse motivo decidimos que seria bom trazer a vida terrestre em um ambiente novo, para examinar a possibilidade de pacificar os humanos.

- Como assim? – diz Maurício

- Em nosso sistema solar há uma lua que foi cuidadosamente adaptada para ser viveiro de humanos, o único detalhe é que não conseguimos reproduzir a atmosfera do planeta Terra, por esse motivo estamos trabalhando todos os seres vivos da Terra para que seus corpos possam sobreviver em meio a nova atmosfera.

- Trabalhando seres da Terra?- diz Mauricio

- Sim, estamos alterando o organismos de voces para poderem respirar gás carbonico em vez de oxigenio, que é um gás muito excasso em nosso sistema solar. Por esse motivo voces e todos os outros foram postos em camaras de adaptação, onde o sistema respiratório é alterado gradualmente, e em seis meses voces já podem respirar tranquilamente no local que preparamos para voces.

- Vamos capturar um a um de todos os humanos que voces libertaram, que junto com voces serão colocados outra vez nas camaras, mas desta vez teremos o cuidado de vigiar melhor e administrar um sedativo mais poderoso. De qualquer forma obrigado por nos ensinar mais sobre o comportamento humano, a fuga de vocês foi incrível!

Imediatamente os guardas os atingem com suas armas de luz, paralisando nossos heróis totalmente. Horas depois todos os humanos estavam recolocados em seus casulos, e vigiados constantemente.

Seis meses depois a nave cargueiro chega a Tamir, lua do planeta Shin, terra dos klamers. Os casulos são tranportados um a um a um local preparado para isso, e apos isso são abandonados aí, porem sempre vigiados a distancia atraves de chips implantados na nuca dos humanos.

Tres horas depois do desembarque os seres humanos que estavam nos casulos começam a sair, sem se lembrar de absolutamente nada que aconteceu. Ainda nús, não se dão conta de que isso seria vergonhoso e andam com se fossem meros bebes, explorando cada metro de seu novo lar.

Em um ano os 500 humanos capturados parecem totalmente adaptados à nova vida. Familias são constituidas, Maurício e Lucas se reencontram, porém sem qualquer lembrança do que lhes passou.

Tudo parece perfeito, há animais e plantas, há alimento para todos. Dez anos depois, numa tarde, um dos humanos grita: acabei de inventar algo que pode nos ajudar com nossos trabalhos! Acho que vou chamar de máquina a vapor.

E esse foi o início do fim daquela experiência dos klamers.......