Vidência –O assalto

Quando pequeno, houve alguns incidentes comigo... quer dizer, se não fosse eu, teriam acontecido incidentes.

Até hoje não sei ao certo como funciona... Às vezes as visões vêem do nada na minha cabeça, como se eu as tivesse presenciado, outras vezes, em jornais ou mesmo vozes que ouço sem que ninguém esteja falando comigo.

Hoje à tarde, depois que saí do trabalho, estava um grande tumultuo no cruzamento da Avenida Governador Barbado e a rua 9. Carros, ambulâncias e viaturas policiais passavam por toda parte impedindo o transito e lacrando o cruzamento.

Estava ficando muito quente dentro do carro, resolvi sair e me juntar à multidão de gente que estava em volta do local do acidente.

Uma mulher estava estendida no chão, com o corpo coberto por uma lona preta... estava morta. O marido havia sofrido poucas lesões... ele nem precisou de ajuda para ir até a ambulância na qual foi levado para um hospital.

Peritos estavam trabalhando no local, o corpo da mulher logo foi retirado dali e 1 hora depois o transito já estava liberado pela Avenida... a rua permanecia fechada, pois o acidente aconteceu em frente ao museu... na esquina da rua 9.

Quando todos foram embora e a impressa chegou, pude ouvir o suposto motivo para o acontecido... “assalto pelo carro”. Isso era impossível , eu refleti enquanto voltava para meu carro, se o assalto fora para roubar o carro, por que o mesmo teve os vidros destruídos e os assaltantes não o levaram?

Decidi não pensar mais nisso e ir embora para casa. Estava cansado demais para tentar fazer o trabalho da policia.

Chegando em casa a minha secretaria eletrônica estava cheia de mensagens. !Nossa!!! Eu me esqueci completamente que havia marcado de me encontrar com uns amigos no Jully’s (bar que onde aconteciam reuniões entre os não casados da empresa). Pensei em não ir, mas acho que a desculpa da “dor de barriga” não vai colar de novo.

Tirei o terno e coloquei uma roupa mais descontraída para ir até lá.

No caminho, tive de passar pela Avenida que aconteceu o acidente, pois era o caminho mais perto e eu já estava atrasado.

O sinal fechou no cruzamento, e quando olhei para a placa da Rua 9...

***

Nossa! Que demora a Dele! – ela se ajeitou no banco do carro e olhou para o relógio. 9:00 em ponto. Derrepente um homem quebrou bruscamente a janela do carro e destrancou as portas, puxando a moça para fora, a jogando no chão e lhe deu um tiro na cabeça. Um outro homem veio correndo do outro lado da rua, mas o assaltante era mais forte, e quando ele chegou perto, este o jogou no chão e antes que pudesse matá-lo fugiu correndo pela rua.

***

Só percebi que eu estava parado, enquanto o sinal já havia ficado verde, quando um policial bateu no vidro do meu carro

- O senhor está bem?

- Oh! – eu esfreguei os olhos - - Sim... estou – eu estava confuso, quem seria aquela mulher que eu havia visto?

- Posso ver seus documentos?

- Claro! – eu entreguei - - Acho que dormi ao volante!

- eu vi... está tudo ok – ele me entregou os documentos - - Tem um hotel aqui perto se o senhor quiser dormir um pouco

***

Nossa Carlos, você demorou! – esse policial estava deitado em uma cama só de cueca enquanto outro homem entrava no quarto de hotel...

***

- Hey senhor!- o policial disse nervoso

- Oh – não me controlei e ri - - Acho que prefiro ir dormir em outro hotel... em todo caso não vou lhe ocupar mais... sua noite vai ser cheia policial

- Como é?

- Digo, o senhor tem que tomar conta de um cruzamento... e eu não posso lhe atrapalhar – eu liguei o motor do carro

- Certo... toma mais cuidado no volante

- Vou tomar! – eu arranquei com o carro e ri até o momento que me lembrei do que tinha visto. Aquela não era uma visão do futuro e sim do passado! – a lembrança do anel que vi na mão do corpo hoje pela manhã e na minha visão veio na minha cabeça. - - Claro! É a mulher que morreu... - - eu pensei alto. E eu estava certo, não foi somente um assalto... foi um assassinato premeditado.

Eu estava um pouco nervoso quando cheguei no Jully’s e Nick percebeu isso

- Hey cara, o que aconteceu?

- Nada não Nick

- teve novas visões? – ele falou baixo me puxando para um canto

- sim... mas não quero falar sobre

- Ok... então vamos beber! – ele abriu um sorriso enorme e pegou uma tulipa de chope. - O que você vai querer?

- Um café... não quero beber hoje

- Ok... – ele me olhou desconfiado e pegou um capuccino gelado pra mim.

Quando encostei no café me desceu um arrepio na coluna e eu deixei o copo cair e me encostei na parede.

***

- Alô? Filha? – a mulher do acidente falou

- Oi mãe! To ligando para confirmar se você e o pai vão estar as nove na frente do museu

- Sim, acho que não vamos atrasar... engraçado, rua nove... às nove... – ela riu dentro do carro

- Pois é... mas não atrasem... vou ver se tiro uns minutos para ver vocês

- Não vamos atrasar filha... Beijo

- tchau mãe!

...

Quando o marido dela estacionou na frente do museu acabou entornando capuccino na sua roupa e saiu do carro para pegar alguns guardanapos na lanchonete que tinha em frente.

Nossa! Que demora a Dele! – a mulher se ajeitou no banco do carro e olhou para o relógio. 9:00 em ponto. Derrepente um homem quebrou bruscamente a janela do carro e destrancou as portas, puxando a moça para fora, a jogando no chão e lhe deu um tiro na cabeça. O marido dela veio correndo do outro lado da rua, mas o assaltante era mais forte, e quando ele chegou perto, este o jogou no chão e antes que pudesse matá-lo fugiu correndo pela rua.

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*** ²

O homem que matou a mulher chegou perto de uma jovem que esperava a duas quadras dali.

- E aí? – ela perguntou ansiosa

- Bom..,. sua mãe se foi... mas não deu tempo de matar o seu pai...

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Eu me levantei bruscamente da mesa onde tinham me deitado

- Foi ela!

- Gabriel? VocÊ está bem? – Nick perguntou - - Você estava se debatendo todo!

- Eu preciso de um papel e uma caneta...

Assim escrevi um bilhete anônimo para a policia, dando cada detalhe do qual eu havia visto.

1 semana depois...

“manchete de jornal

Filha planeja assassinato dos pais.

Provas encontradas em seu apartamento

e em ligações gravadas ”

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 24/11/2009
Reeditado em 17/06/2010
Código do texto: T1942315
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