A Décima Sinfonia

Susy McGee trabalhava duro no seu projeto final do curso de pós-graduação em Engenharia da Computação. Naquela época, comecinho do século XXI, o seu curso era um dos mais concorridos, e o mercado de trabalho estava mais que saturado. Porém, a rentabilidade desse ofício naquele mundo tão desenvolvido e, ao mesmo tempo, com tanto ainda a ser criado, fazia Susy acordar cada dia mais animada com seu projeto, pois sabia que, concluindo-os (curso e projeto), sua vida profissional garantiria um futuro bem promissor. Ao menos no que tange à parte financeira. Principalmente se o projeto funcionasse de acordo com seus planos, o que, com certeza, marcaria o nome dela na universidade e, provavelmente, no mundo. Porém ela mesmo concordava, no seu íntimo, que talvez estivesse sendo pretensiosa demais quanto a seus objetivos finais. Se bem que, comparando suas ambições com as da Direção da Faculdade, talvez ela não estivesse sonhando tão alto assim.

O projeto estava em seu nome, mas ela contava com a confortante — e às vezes indispensável — colaboração de sua prima Melissa Coverdale, formanda de Engenharia da Computação. Melissa, fornecendo apoio nas questões de ordem técnica, ainda não tinha idéia do que tudo aquilo poderia fazer, na prática. Pelo que entendia, analisando sozinha, tratava-se de um grande simulador de previsão de hipóteses com recurso de campo aberto, mas tinha certeza que, quando tudo estivesse concluído, deveria ser um aplicativo bem mais específico. Mesmo assim, não tinha feito nenhuma pergunta nesse sentido para Susy, talvez por receio de que ela respondesse: “mas você não consegue ver o óbvio?”, como de costume, situação esta que feria, inconscientemente, o já formado espírito de engenheira de Melissa. Preferia, por enquanto, manter o silêncio, enquanto Susy parecia cada vez mais empenhada em terminar a programação, agora que todo o algoritmo já estava destrinchado. Para Susy, claro.

A CPU da rede de computadores da Universidade de Oxford ficava isolada, em um andar exclusivo do prédio de Engenharia da Computação. Já não havia mais, como antigamente, microcomputadores isolados uns dos outros, em termos de processamento central. Evidentemente, o conceito de “rede” já vinha sendo aprimorado e praticado pelo menos nos últimos vinte anos do século XX, mas ainda não havia nada como o que os alunos daquela instituição podiam dispor, atualmente. Existia, na realidade, um único cérebro do sistema, que processava, simultaneamente, todas as informações das quase mil dúzias de micros, exclusividade da Faculdade de Engenharia da Computação. Evidentemente, a tecnologia ainda encontrava suas limitações, o que fazia com que a velocidade de processamento dos micros alcançasse, no máximo, seus 3 GHz, quase três vezes menos que um computador comercial. Mas estavam sendo desenvolvidos projetos para maximizar o clock da CPU da universidade, e isto, todos concordavam, era apenas uma questão de tempo.

Esse sistema de rede era, na verdade, uma experimentação, do maior dos projetos da universidade: desenvolver a tão especulada Inteligência Artificial. Não obstante de tantos avanços revolucionários na indústria da Informática e Eletrônica nos últimos anos, um computador inteligente, no rigor do termo, ainda era ficção científica, servindo de roteiro para a maioria das produções cinematográficas que estavam sendo então produzidas; apesar de já estar superada a fase de “fantasia infantil”.

A atual configuração da rede era tal a permitir que um conceito relativamente novo no mundo fosse posto em prática: o aprendizado computacional. As teorias básicas da computação afirmavam que só poderia haver um estágio de “inteligência” após serem superados os dois estágios de “aprendizado”, o induzido (de certa forma, um novo conceito de “programação”, feito ainda com a indispensável presença humana para supervisionar) e o desenvolvido (quando a máquina, por sua própria vontade — palavra de uso evitável, segundo os engenheiros — , buscasse uma informação, ou mesmo questionasse, argumentando, a partir de uma outra informação original, surgida, essa sim, de uma inteligência… humana). Nunca haveria recuos no desenvolvimento da CPU. Nenhum esforço seria em vão, pois, aprendendo, à CPU caberia comprovar a máxima que toda experiência, por mais inútil que possa parecer, é uma experiência válida…

Todos os projetos finais dos alunos da pós-graduação colaborariam, então, para o aprendizado da CPU, para que, a partir daí, pudesse surgir, espontaneamente, algum indício de inteligência criada por mãos humanas, ou seja, um computador consciente. Algo alcançável dentro das próximas duas décadas, segundo os mais otimistas da Faculdade. Essa pretensão a longo prazo dos diretores e coordenadores da Faculdade era sabida por todos os alunos da instituição, não havia porque a Direção manter sigilo. Mesmo com a crítica dos mais céticos, torcendo o nariz para o grande investimento financeiro da universidade nessa área. Paradoxalmente, Susy, de formação muito sólida na ciência que estudava, considerava muito fantasiosas as metas finais da universidade quanto à CPU; enquanto Melissa, ainda a concluir seu curso de Engenharia, mantinha um crescente entusiasmo a respeito do assunto, quando lia as última notícias no boletim informativo eletrônico da escola.

Como sempre, depois da última aula, Melissa foi encontrar-se com sua prima num dos laboratórios livres da pós-graduação. Porém desta vez, a cena era outra: Susy, visivelmente satisfeita, com um sorriso pouco discreto nos lábios, encarava, de pé, o monitor da unidade LM-0104 da CPU, enquanto mexia, vez ou outra, nas setas de direção do teclado. Susy percebeu Melissa chegando, e já foi contando:

— Oh, Melissa, eu já estava mesmo indo te procurar. Venha ver que beleza…

— Você… já terminou?

— Terminei. Quer dizer, faltam só uns ajustes de linkagem, e pronto.

— Puxa, eu pensei que você precisasse… quer dizer, não pensei que você conseguisse até a semana que vem… — Melissa acompanhava, com os olhos, também de pé, ao lado de Susy, a reordenação dos diretórios, após a gravação do último módulo, em que sua prima vinha trabalhando nas últimas três semanas. “Talvez eu não seja tão indispensável quanto ela me disse…” — pensou Melissa.

Mais tarde, no refeitório, Susy, entre um gole e outro de refrigerante, enquanto esperava seu cheese-burger, começou a desvendar o mistério que manteve todo aquele tempo. Foi curta e grossa:

— Diga a verdade, Melissa: você faz idéia da utilidade do meu programa?

Melissa pensou ouvir uma leve ênfase no “meu”, algo que, até então, não existia… ou talvez ela ainda não tivesse reparado. Claro, nunca ela poderia esperar que a prima usasse um “nosso”, mas essa idéia não permaneceu por muito tempo a atormentá-la.

— Bom, claro que… quer dizer… eu…

Tudo bem. — interrompeu Susy — Ninguém conseguiria mesmo fazer idéia do que isso tudo possa fazer, na prática. Só por curiosidade: você gosta de música?

Melissa resolveu deixar que Susy assumisse seu lado superior no assunto, não se importando muito em representar compreender o que, na realidade, ainda era um mistério para ela…

— Gosto, claro. Mas é isso, então? Um “compositor eletrônico”?

— Quase. Mas o queria perguntar é: música de verd… eh… música clássica?

— Bom, não é o meu gênero preferido, mas nada contra, sabe? Eu, particularmente, gosto mais da música da metade do século XX para cá, como… Jimi Hendrix…

— Rock? Você gosta de rock?

— Não! Quero dizer, não só rock… Sabe, estes últimos oitenta, quase cem anos, foram um período de muita criatividade, muita inovação, em termos de música. Muita coisa surgiu, não só… rock. Eu gosto de vários estilos, mas é mais desse período, mesmo, Susy. Eu sei que você, por ter estudado piano…

— Vou me formar no fim do ano, sabia?

— Pois é. Claro que você, por isso, acabaria gostando mais desse tipo de som, não é, Susy?

— Ah, não por isso. É que, se você for analisar, a música clássica, tecnicamente, harmonicamente… ah, não vou entrar no mérito da questão! Você certamente já deve ter ouvido falar em Beethoven…

— Claro…

— Pois então. Eu sou uma grande admiradora das obras dele. Gosto muito, mesmo; na minha opinião, nunca houve, e talvez nunca haverá músicos de verdade, como ele… Tenho quase todas as suas obras em casa, até mesmo algumas músicas e estudos bem raros, de quando ele ainda era adolescente…

— Puxa…

— Ah, Melissa, a música do século XIX… Um dia, quando você for lá em casa, eu te mostro alguma coisa…

— Tá , quero ver se eu já peguei a idéia… Você… com certeza tem alguma coisa da biografia do homem, não?

— Hmm… Tenho! — Susy estava um pouco surpresa, mas ao mesmo tempo satisfeita, com a possibilidade de Melissa ter entendido qual era seu verdadeiro projeto… Deixou que ela prosseguisse.

— Tudo bem. Então, ou eu estou muito enganada, ou você vai se basear na tese do professor Bekker, aquele estudo sobre variáveis de comportamento humano para algoritmos computacionais, para criar, com o seu programa — disse com ênfase clara no “seu” — a décima sinfonia de Beethoven, ou coisa parecida, certo?

Susy, boquiaberta, fez que sim com a cabeça. Risadas. Susy pegou seu sanduíche, enquanto sua prima comprava algumas balas de hortelã, mas não conseguindo resistir a tentação de desabafar…

— Que loucura, Susy!

— Também acho. Mas vamos ver no que dá…

No outro dia, sábado, as duas estavam no laboratório livre, compenetradas no trabalho, mas dessa vez para rodar o programa. Melissa já não tinha muito o que fazer, apenas acompanhava Susy entrar com as supostas variáveis comportamentais de Beethoven no micro, enquanto ia, simultaneamente, demonstrando seu “conhecimento de causa”:

— Ludwig van Beethoven, Melissa, foi, ao menos para mim, o compositor alemão mais fantástico do mundo. Com certeza, o maior do século XIX. Nasceu em 1170, e viveu apenas 57 anos. Remotas origens flamengas, filho de um músico boêmio que o quis amestrar, quando criança, para explorá-lo como menino-prodígio. Ele já demonstrava seu talento nato, desde muito cedo. Depois de uma infância infeliz, encontrou mecenas artísticos que lhe possibilitaram os estudos em Viena, onde passou a maior parte de sua vida. Sempre generosamente amparado pela aristocracia austríaca, diga-se de passagem, apesar de suas maneiras rudes, para a época, e do seu republicanismo ostensivo. A surdez isolou-o, enfim, totalmente dos homens, sabia? Mas essa doença, embora a maldição de sua vida, ajudou-o providencialmente a alcançar as alturas de uma música abstrata, além de toda beleza sensorial, compreende?

— Você diria que é isso que o fez um gênio… — “como você o considera? ”, completaria Melissa, mas desistiu da idéia — … sendo surdo, deixaria de ser influenciado pelos “modismos” da música da época?

— Certamente. Não quero dizer que foi o único motivo, afinal, seu talento foi inegável, mas esse detalhe colaborou muito para o seu sucesso.

— E é tudo isso que você destrinchou em variáveis comportamentais, que você está digitando agora?

— Muito mais que isso, Melissa. São tantos detalhes a considerar… Caso você deseje uma classificação, eu lhe diria que a música de Beethoven está entre o classicismo e o romantismo. É clássica, quando encarada do ponto de vista do romantismo alemão do século XIX; mas do ponto de vista do século XVIII e da mentalidade latina, pode-se dizer que foi romântica. É clássica pelo rigor da forma musical, e é romântica pela eloqüência torrencial e pela emoção íntima, entende o que quero dizer? Embora Beethoven não tenha renovado, revolucionariamente, as formas de seu mestre Haydn, sua música é, absolutamente, pessoal. Uma manisfestação de um dos mais poderosos temperamentos artísticos de todos os tempos.

— Você é uma fã de verdade…

Susy continuou, parecendo não dar ouvidos à prima. Digitava agora com maior rapidez:

— Apesar de lhe ter sido imposta, pelo pai, a aparência de menino-prodígio, Beethoven não foi, a rigor, precoce. Bom, se tivesse morrido com a idade de Schubert, mal lhe seria hoje lembrado o nome…

“Assim como o próprio…” — pensou, maldosamente, Melissa.

— … teve evolução difícil, sabe? Percorreu, conforme tese geralmente aceita por nós hoje…

“Nós quem?” — Melissa quase esboçou um sorriso, não de humor.

— … três fases distintas: a juvenil, a madura, e uma terceira que eu, particularmente, acho que não convém designar como estilo de velhice, num artista que não chegou sequer aos seus sessenta anos. A primeira fase, juvenil, é caracterizada por estilo patético e tempestuosamente emocional, contemporâneo do pré-romantismo alemão, como Sturm und Drang, embora ainda persistissem nele a serenidade mozartiana.

“Só falta ela querer fazer o mesmo com Mozart, agora!” — a prima olhou para o relógio do monitor do LM-0104.

— A segunda fase é a da plena maturidade: clássica nas formas, apesar de continuar romanticamente individualista o fundo humano…

Melissa já há muito havia parado de prestar atenção no assunto. Apenas não o demonstrava para não magoar Susy, enquanto tentava lembrar uma música das preferidas do seu avô: Epic, de uma antiga banda denominada Faith No More. Bem mais empolgante que a atual onda de músicas que emplacavam os hits das rádios FM, extremamente açucaradas, na opinião dela.

— A última fase é a da mais profunda interiorização, chegando a expressões que os contemporâneos só sabiam explicar pela surdez. Eu, quando escuto algumas peças dessa fase, como Hammerklavier (sonatas para piano op. 106), quase que consigo perceber suas abstrações sobre-humanas… ah, você precisa escutar, Melissa… subjetividades excêntricas… é lindo! Bom, terminei…

— Acabou? Todas as variáveis?

— Calma. Agora falta o principal: suas peças. Você pode pegar minha maleta ali no canto, por favor? Obrigada…

Melissa assobiou, querendo demonstrar surpresa pelo volume de papel das partituras de Susy. Ligou, então, a unidade LM-0105, e passou a dividir o trabalho braçal com a prima, scanneando todas aquelas intermináveis peças. Seria enormemente mais trabalhoso, estava ciente disso, se tivessem que digitar todas as partituras nos micros… Nesse meio tempo, Melissa puxou a conversa:

— Você já pensou, Susy, se realmente der certo, além de música, criando obras que os autores ainda teriam a realizar, se continuassem vivos, as demais aplicações? É… maravilhoso!

— Com certeza. Mas isso depende do resultado que obtivermos aqui…

O verbo flexionado na primeira pessoa do plural agradou Melissa.

— … pois, daí para a frente, muita coisa poder acontecer. Programando variáveis comportamentais de personalidades como Shakespeare, Victor Hugo, Edgar Allan Poe…

— Arthur Clarke, Asimov… — Melissa pensou, em voz alta.

— Que seja. Mas é isso aí: obras post-mortem, via o meu programa…

O retorno à flexão do verbo em primeira pessoa atingiu Melissa novamente…

— … portanto, trata-se de um teste importantíssimo. Sem falsa modéstia, eu tenho um ouvido ideal para identificar Beethoven, e a minha avaliação da música-resultado…

— Você quer dizer a décima sinfonia?

— Hmm, sejamos mais modestas, Melissa. Mas você entendeu porque começar com a música, não?

— O tratamento matemático…

— Óbvio. Música é, em última análise, matemática pura, e isso facilitou muito o meu projeto. No caso de literatura, seria extremamente penoso criar um módulo no programa para análise sintática, estruturas de coerência, morfologia… um texto, criado por uma pessoa, é um trabalho muito denso, no ponto de vista computacional. Claro, isso fatalmente deverá ser feito, será a próxima etapa, dependendo do que sair do CPU agora…

O processo de scanneamento já havia sido terminado; elas aguardavam a resposta do computador, que não demorou mais que alguns segundos. A tela do micro começou a ser preenchida:

PROCESSANDO VARIÁVEIS COMPORTAMENTAIS: L. V. BEETHOVEN

ANÁLISE #1

MELODIA PRINCIPAL ESTRUTURADA E VERIFICADA

VARIAÇÕES NECESSÁRIAS DA ORIGINAL: 1163

— O que significa, Susy?

— Foi um recurso que eu achei interessante implementar. Eu não gostaria que a música-resultado ficasse parecida com nenhuma das obras scanneadas… Para não dizerem depois que houve chuncho…

— Certo…

ARRANJOS MUSICAIS COMPLEMENTARES FINALIZADOS

EQUALIZAÇÃO: CLÁSSICA modo II

PEÇA ORQUESTRADA

SALVANDO ARQUIVO-TESTE

PROCESSADO

DESEJA OUVIR A MÚSICA, SUSY?

Susy poderia simplesmente clickar o mouse para responder à CPU, mas preferiu, como numa espécie de “ritual”, pressionar Y no teclado, enquanto não deixava de fitar a tela do monitor. Melissa pedia silêncio no recinto, e os demais ocupantes, como se pressentindo o momento talvez histórico, aglomeravam-se, respeitosamente em silêncio, em torno delas.

Enquanto a melodia era tocada, a reação das pessoas era da mais profunda admiração, pois sabiam que, pela primeira vez na vida, estavam escutando uma música criada por um computador. Quase todas estavam literalmente boquiabertas, poucas deixando de olhar para o monitor, que exibia, simultaneamente, a partitura daquela música tão singular.

A reação de Susy era o mais profundo gelo, não demonstrando emoção alguma, o que, de certo modo, chamou a atenção de sua prima. Começava a juntar muita gente no local, os transeuntes do corredor ouviam a música e vinham se juntar à platéia. A sala estava quase que completamente tomada; alguém teve a feliz idéia de desligar a iluminação, deixando um ar de “misticismo eletrônico” no laboratório.

DEVO REPETIR A EXECUÇÃO?

Susy não pensou duas vezes em autorizar o computador. Mas, antes do primeiro minuto do “bis”, levantou-se, contrariada, e confessou à Melissa:

— Fracasso… Fracasso total…

— Ei, o que você está querendo dizer, Susy? A música é… linda!

Depois de um suspiro, forçado para ser bem audível, Susy completou:

— Pode ser, Melissa. Mas isso, definitivamente, não é Beethoven. Alguma coisa deu errada… Preciso esfriar um pouco a cabeça, com licença…

“Mas a música é linda, poxa!” — pensou Melissa, admirada com a reação estranha da prima. Voltou ao LM-0104. Alguns elogiavam, outros perguntavam detalhes técnicos, mas ela fez que não os ouviu. Acessou o módulo de equalização, e tentou fazer algumas mudanças… Não que tivesse qualquer intenção maior com isso, simplesmente sentiu a necessidade de fazer alguma coisa.

EQUALIZAÇÃO: CLÁSSICA modo II

EQUALIZAÇÃO: ROCK N’ ROLL

PEÇA ORQUESTRADA

PROCESSADO

DESEJA OUVIR A MÚSICA, SUSY?

“Susy não, mas eu desejo, sim…” — pensava ela, enquanto clickava a resposta afirmativa. A música foi executada novamente, em novo arranjo, e o sucesso entre os ouvintes eventuais das redondezas não foi menor que na primeira vez.

Um professor dela passava pelo corredor, ouviu aquela melodia tão antiga, que parecia perdida no tempo, sorriu e entrou no laboratório, sem fazer cerimônia…

— Bom dia, crianças. Posso brincar também? — perguntou, em tom sarcástico.

Melissa apenas o encarou, sem dar alguma resposta. O professor se aproximou, e indagou:

— Ora, Srta. Coverdale, não sabia que essas músicas do meu tempo também interessavam vocês, jovens de hoje em dia… Muito interessante essa sua versão de Children Of The Sea…

— O quê?

— Children Of The Sea, do inigualável Black Sabbath, não é mesmo? Muito interessante, gostei dessa versão instrumental… Foi idéia sua, Melissa?