Background Rachel Gray Irons
Rachel Gray Irons nasceu em uma família militar. O pai, Jeremy Irons, era comandante da Black Company e a mãe, Lorens Gray, pesquisadora da Yamatto Group. Por conta da profissão da mãe, Rachel viajou durante toda a infância, situação que achava divertida, pois sempre conhecia pessoas novas e aprendia muito, através de livros e conversas, sobre os costumes e línguas locais. Enquanto sua mãe trabalhava nos laboratórios, Rachel buscava aprender a história local, e em uma das viagens, essa para China, despertou sua paixão pela arte da guerra. Já ouvira sobre heróis e famosos acontecimentos, contudo, foram os antigos e os samurais que a fascinou.
Tinha 12 anos quando o avião que levava a equipe pousou na cidade de Hefei ou Hopei como diziam os moradores mais velhos. No aeroporto aguardava por ela e sua mãe um carro estranho que as levou para o hotel. A mãe deu-lhe um beijo na face e sem descer do carro seguiu para a base montada. Rachel ficou por ali, como sempre acompanhada por dois “cães de guarda”, como seu pai os chamava.
Ah, o pai. Lembra-se do pai como um herói. Não raras foram as noites em que estava presente apenas nos sonhos, contudo, tinhas lembranças de natais e aniversários que o pai nunca deixará de participar. O herói durão, dono de amável sorriso e olhos carentes, braços fortes que a erguia do chão e a envolvia com carinho. Nunca o esquecerá, mesmo agora que não o via a tanto tempo.
Viajando em suas lembranças não percebeu que estava dentro do quarto sentada na cama observando a cidade pela janela, bela vista tinha. O hotel ficava nas margens do rio Luan, o que dava a cena uma beleza incomparável. Cansada da viagem, decidiu cumprir a rotina de chegada, sair em busca de cenas para fotografar, único hobby que seus pais não criticavam. Caminhando sobre uma ponte que cruzava o rio, se deparou com um rapaz que lhe esboçou um doce sorriso. Após longa conversa o rapaz, Ang, a convida para conhecer a arte marcial que praticava, Rachel que já desenvolvera profundo interesse por tais táticas de luta, aceitou, afinal, sua mãe não voltaria para o hotel nos próximos dias, que mal teria aprender sobre algo? E durante meses, Rachel seguiu Ang como uma discípula, desenvolvendo técnicas de meditação, e especializando-se em lutas com espadas.
Quando sua mãe voltou ao hotel, assustou-se ao ver a filha manejando uma espada com tal habilidade. Rachel explicou todos os fatos e com o consentimento de sua mãe, porém, com a desaprovação de seu pai, seguiu com os treinos após os estudos.
Passaram-se sete anos desde que chegara à China, além de inglês, alemão, italiano e português, agora era fluente em mandarim e kejia (necessário às leituras de pergaminhos antigos). Tornara-se mestre em aikido e kenjutso (técnica da espada). Era uma mulher, segundo ela se denominava, tinha agora 19 anos, porém não se interessava pelas mesmas coisas que as meninas de sua idade, dedicava horas aos estudos e treinos enquanto suas amigas de escola se interessavam pelos rapazes.
Sua mãe terminara as pesquisas e a equipe se preparava para sair do país. Voltar para casa era algo que não pensara. Tinha se encontrado ali, e não estava disposta a voltar para casa, morar em uma base militar cercada de algo que não era de seu interesse, porém, obedeceria as ordens do pai, que foi pessoalmente buscá-la no aeroporto. Correu para seus braços como fazia quando criança, o pai estava com a face envelhecida, mas, apresentava o olhar carente que cativava Rachel em suas lembranças. Foram sete anos apenas se comunicando pelo telefone.
Rachel aprendera a ser forte e estava decidida a conversar com seus pais sobre seguir seu caminho. Então, durante o jantar, Rachel informou sobre sua vontade de voltar a viver na China e aprimorar ainda mais seus conhecimentos sobre as artes marciais. Pela primeira vez viu seu pai enfurecido, sua mãe tentava acalmá-lo, contudo, com um tom autoritário que Rachel desconhecia, deixou claro que ela faria parte da única realidade que a servia. Seguiria os passos de seus pais.
Acostumando-se com a idéia, Rachel dedicou-se a fazer parte deste mundo que pouco admirava, mas, que seus pais almejavam para ela. Seu pai aparentava sentir orgulho dela, havia passado tantos anos vivendo algo que finalmente seria aceito por ele. Segundo os planos que ele e sua mãe tinham, a habilidade com as espadas e as horas de treinos de aikido seriam um diferencial no projeto que eles desenvolviam, Second Heaven, modificações genéticas em soldados.
Embora não estivesse satisfeita com o que aconteceria, Rachel permitiu que seu corpo recebesse um tratamento genético que faria com que fosse preparada para combates corporais e especialmente adaptada a ações noturnas. Sua mãe sentia-se orgulhosa, tanto pelo sucesso do projeto quanto por saber que a filha, a partir de então, faria parte de uma elite de soldados. Contudo, Rachel, que apenas acatara as ordens de seu pai buscando o orgulho dele, não consegue imaginar sua habilidade marcial em um combate mortal.
Alguns anos passaram desde que foi submetida ao projeto, Rachel agora com 26 anos, tornara-se um soldado mortal, uniu o conhecimento das artes antigas com novos estudos, aprimorou sua habilidade marcial e aprendeu a lidar com armas modernas.
Contudo, ainda lembrava-se dos olhos carentes do pai e do sorriso da mãe, um delicado beijo na face é a última lembrança que tinha deles unido a uma fotografia de quando era criança que ela mesma tirara. Não havia mais tempo para sentir, sua concentração e dedicação era para a corporação, o que a tornou um dos melhores soldados, embora, às vezes, apresentasse problemas com autoridade.
Com o projeto totalmente finalizado, Rachel estava preparada para o combate, seria o teste final, tanto para o sucesso do projeto de sua mãe quanto para seu incansável treinamento. A equipe com a qual treinara por tanto tempo estava agora reunida, cada um recebera um numero de identificação e todo material e armamento necessário para a missão, extrair um membro da H-H MG.
Conforme foram treinados, o ataque ocorreu em uma rede de cavernas subterrâneas no deserto, num combate furtivo e direto, surpreendendo o inimigo. A missão foi finalizada com sucesso, a equipe retorna a ilha de BlackRock, fortaleza da Black Company, com o alvo da missão.
Ao voltar para a ilha, Rachel se depara com seu pai, com um sorriso cheio de orgulho e sua mãe, contendo a emoção do sucesso de seu projeto e de Rachel. Como que em uma comemoração particular, os pais de Rachel resolvem passar um tempo com ela, o que a fez lembrar-se de quando era criança e o pai chegava das viagens e contava longas histórias, mas, agora ela era a autora da história, e seus pais a olhavam com admiração.
Enquanto todos aproveitavam este momento, e Rachel junto aos pais se sentia uma espécie de heroína particular, um forte ataque abalou a ilha, fazendo com que a estrutura do prédio onde Rachel se encontrava estremecesse. Sem muito tempo para pensar, ela e o pai se armaram, ela com sua espada e uma pistola que estava à vista, o pai com suas pistolas companheiras de defesa.
Ao saírem do prédio se depararam com uma cena pouco comum, uma legião de veículos flutuantes atacava as estruturas da ilha enquanto motos automatizadas caçavam os soldados como ratos em um labirinto. Apesar das habilidades de Rachel e de seu pai, pouco se podia fazer, sua mãe fora gravemente ferida por uma unidade de ataque. Rachel percebera que as unidades apresentavam habilidades de luta um tanto quanto parecidas com as suas, tinham a aparência de máquinas, mas capacidades aparentemente humanas. Rachel e o pai foram em defesa de sua mãe, o pai consegui ferir a unidade de forma a fazê-la afastar-se. Enquanto Rachel ajudava a equipe de paramédicos a tirar a mãe dali, sentiu um aperto no peito, mas, logo retornou a batalha. Seu pai colocou-se a frente de uma equipe de resistência e ordenou que ela saísse dali em um módulo de fuga. Rachel vê seu pai ser ferido enquanto o módulo onde está afasta-se do centro da batalha.
Em meio a tais acontecimentos, Rachel retorna para a China, na esperança de reencontrar seus pais, já que sua mãe sabia que ali se sentira em casa. Muitas mudanças aconteceram na Black Company, o que para Rachel de início não pareceu ser tão ruim, afinal, estava ali apenas para satisfazer a vontade de seus pais, com essas mudanças Rachel fora afastada da Black Company, o que a levou a seguir um caminho diferente. Passou a dedicar-se ao ensino da arte que admirava, o kenjutso, e voltou a estudar sobre história, agora não mais focada no passado e sim no presente. Buscava descobrir o que eram as unidades que atacaram a BlackRock e por que fariam isso.
Alguns meses após o ataque, Rachel conseguira estabelecer uma vida prática, e entre lembranças e estudos, dedicava-se aos alunos, Ming de 15 anos e Lian de 17 anos, eram garotos dedicados que a fazia se lembrar de quando conhecera a arte da luta. Ming era bom com os braços, mas, Lian tinha uma atenção especial, pois apresentava maior habilidade com a espada. Enquanto testava seus treinamentos, agentes da GUC – Global Union Concil – a procuravam. Guiado pelos moradores do vilarejo, os agentes observavam as habilidades que Rachel mostrava aos aprendizes, que se dedicavam a reproduzir os movimentos o mais idênticos possíveis.
Vendo os agentes ali, Rachel dirigiu-se a eles, curiosa para saber o que queriam. Eles fizeram diversas perguntas sobre o ataque, porém, Rachel pouco lembrava, e contou-lhe apenas o que achava necessário para conhecimento deles. Os agentes, com cara de pouco satisfeitos, retiraram-se e Rachel retornou ao treino com seus alunos.
Dois anos se passaram, Rachel sentia cada vez mais saudade de seus pais e cada vez menos esperança de revê-los. Enquanto meditava e se preparava para treinar avistou ao longe uma silhueta familiar,homem de ombros largo e passos marcados, conforme se aproxima reconheceu o semblante sério inconfundível, era Adan Pegasus, um dos poucos parceiros que fizera dentro da Black Company.Apesar de sentir certa felicidade em rever o parceiro, Rachel apenas o cumprimentou, como sempre fizera enquanto equipe.
Adan agora fazia parte de uma equipe chamada WolfHound, o que para Rachel parecia ser uma legião de mercenários. Como confiava na capacidade de Adan, aceitou o convite que ele a fizera. Adan disse lhe para ir a Lancaster, Inglaterra, e entrar em contato com Edward Von Marquer. Após isso Adan entrega a Rachel uma foto, nela havia um homem que aparentava ter uma idade levemente avançada. Adan esclareceu que este era o chefe das operações da WolfHound, ele buscava montar uma nova equipe para trabalhar com a VR Tecnologic Research, uma indústria de pesquisas tecnológicas. Durante as explicações de Adan, Rachel lembrou-se de seus pais, afinal, passou boa parte de sua vida viajando com a mãe enquanto ela fazia esse tipo de pesquisa que mudara sua vida.
Enquanto Adan ajudava Rachel em seu treino diário, o que fez seus alunos ficarem sentados admirados com tamanha destreza de ambos, Adan comentou sobre alguns fatos que ocorreram após o ataque à Black Company. Ele falou sobre o interesse da GUC sobre o ataque, investigando cada um dos envolvidos buscando descobrir os motivos e as circunstancias do ataque. A única coisa que se descobriu é que o ataque partiu da Silicon Group, o pouco que se sabia sobre este grupo é que era comandada por um AI (inteligência artificial). Rachel nunca duvidara disso, afinal, já tivera contato com todo tipo de sistema automatizado. Esse comentário de Adan fez Rachel se lembrar das motos e das unidades de ataque. Lembrou-se das habilidades de luta que as unidades mostravam. Seria uma explicação um tanto lógica para tal capacidade. Perdida em meio aos pensamentos e lembranças daquele dia, Rachel não percebeu quando Adan a imobilizou de forma que ela não conseguia se soltar. Esboçando leve sorriso no canto dos lábios, Adan a solta e se despede dela com a velha continência seguida de um aperto de mãos e acena para os alunos que ainda não entenderam como ele havia conseguido tal proeza. Rachel olhou para os meninos e os chamou para iniciarem seu treinamento. Enquanto os alunos se aqueciam ela via apenas a silhueta de Adan sumir no horizonte, e tinha em sua cabeça um único pensamento, seguir aquilo que seus pais tanto desejaram para ela. Voltaria as batalhas.