O homem da criança de colo

Já fazia muito tempo que ele cortava campos, cidades abandonadas, estradas de ferro, ruínas diversas, trincheiras de guerra, florestas, montanhas e colinas. Seja em tempos de paz, guerras, calor, frio, dia ou noite. Toda esta grande peregrinação, fugindo da guerra de sua cidade, deixando pra trás, tudo o que um dia se apegou.

A sua esposa saiu de casa e não voltou, soube que fora capturada por um grupo de um exército estrangeiro. Que pegava pessoas para trabalhos forçados além de outras não melhores sortes. Então, na noite em que começou a guerra que chegou à sua cidade, ele pegou seu maior tesouro, seu pequeno filho de não mais que 4 meses. E pôs-se a caminhar fugindo da guerra e em busca de sua amada. De campo em campo de concentração, esgueirando-se por matos, barrancos, driblando a segurança de campos de refugiados, fortes e prisões. Para colher preciosas informações que o levasse à sua querida mulher.

E numa estação de trem, ele esperava um dos muitos trens de refugiados e prisioneiros que por ali passavam. Quando o trem finalmente chegou à estação e parou para novos embarques e reabastecimento, bem como a manutenção. Ai ele ver um soldado e perguntá-lhe:

- o senhor pode me dá uma informação a cerca de uma passageira?

O jovem soldado de aparência seria, médio e educado responde:

- bem, depende meu amigo, quem é esta?

O homem, de estranha aparência, baixo, com um bolsa nas costas, e outra de lado e uma pequena criança de colo replica quase desesperado:

- ela é alta, ruiva, de um sorriso destinto, adora conversar e se chama Simone Denttvilla, por favor, diga que a viu!

E o jovem saldado que ouviu atentamente a estranha figura, descrevendo ainda com gestos engraçados a sua querida esposa que fora capturada:

- hum, posso conferir a lista pra você, não há de me custar nada:

assim, o jovem soldado convidado o estranho senhor para tomar um café, enquanto este procurava na extensa lista o procurado nome. E procuraram por mais de uma hora até esgotar a grande lista, livros, cadernos e blocos de lotas, e nada de encontrar. Os dois ficaram desapontados, o solado bem que tentou, falou com vários soldados. Conversou com outros passageiros, de mendigos a capitães. E nada e nada. Então:

- meu amigo, infelizmente eu peço desculpas por não te poder ajudar. Mas me prontifico a ajudá-lo a encontrara. Meu nome é soldado Alexandre Ximenez, sou responsável pelo transporte de refugiados, prisioneiros e soldados para guerra. Te darei um mapa e neste terás as coordenadas para me encontras nas devidas estações além dos dias que o trem irá passar.

O homem disse:

- meu nome é Bernardos Romano, sou pai desta pequena criança que se encontra comigo. Andamos dia-após-dias por muitos lugares sempre em busca de nossa amada Clarisse Romano. Assim vou vivendo como a um peregrino,de cidade em cidade sem nunca poupar forças para caminhar. Agradecemos sua preciosa ajuda.

Desta forma os homens se cumprimentaram, Bernardos seguiu seu caminho e o soldado embarcou em direção a uma cidade de refugiados. O trem partiu, Ximenez sorria da porta do último vagão, e Bernardos acenava feliz por conhecer um boa pessoa no mais improvável lugar: entre soldados.

E mais tarde, o desajeitado senhor Bernardos corria sem sucesso atrás de um outro trem que passava cheio quem sabe de refugiados. Mas,desta vez ninguém parou e nenhum soldado foi cordial. A não ser um monte de soldados sisudos, com tom de ameaça.

Assim o sol se preparava para dormir, a noite caia e o frio desta castigava mais uma vez o mundo com todas as suas coisas.

Extraído do livro do autor jhonathan de França, " a criança perdida e o ditador", de 2009.

J F de Sá
Enviado por J F de Sá em 05/06/2009
Código do texto: T1633543
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