NA ROTA DO VIAJOR

Lua, ano de 2378.
Transformada em uma prisão espacial, devido a alta taxa de população carcerária no planeta terra.
Era também um campo avançado de estudos espaciais, com telescópios gigantes, campos de lançamento de satélites e  foguetes.
Funcionava há pelo menos 180 anos e era a primeira defesa da terra em posição de rechaçar ataques alienígenas, ultimamamente frequentes, e outros.
Além de 45 mil presos, tinha uma equipe  que dirigia o presídio, composta do seu diretor, e mais duzentos funcionários das nações unidas.
Além destes, uma força militar de 100 mil homens e máquinas de guerra, para defesa.
A tarefa de administração e controle aéreo era de responsabilidade de uma equipe civil e mais alguns presos com soltura registrada e autorizada para trabalhos externos ao presidio.
Na terra ja não havia mais tais controles há anos, e tudo era feito da lua.
Em quase todos os setores da administração havia um condenado a trabalhar.
Estes setores eram divididos, e no setor de vigilancia espacial com telescópios estavam 2 condenados, 24 horas por dia.
Estes condenados, foram degredado para a lua, há 7 anos, por crimes comuns e deveriam ficar em reclusão por mais 8 anos.
A lua possuia enormes capsulas de sobrevivencia e tudo era adaptado para que fossem instalados dentro delas.
Em seu turno de trabalho, um dos presos, posicionou-se em frente ao telescópio e ao lado do computador para passar os dados recolhidos na vigilancia.
A primeira coisa que olhava no espaço era a terra, e quanta saudade tinha.
Desde que injustamente, segundo o seu entender, fora condenado nunca mais voltara a ela.
No fundo, tinha profundo ódio de algumas pessoas, e desde pequeno vivera sózinho, pouca coisa mudara na sua vida.
Depois de 25 minutos vigiando o universo, observou a esquerda da terra, uma luz nova, de um brilho intenso.
Aproximou mais o foco e viu que a luz parecia estática.
Nesta noite nada anotou no relatório queria ter mais certeza dos dados.
Ao passar o turno nada disse ao preso que assumiu o controle, somente na manhã seguinte, perguntou se tudo fora normal. Tudo normal, lhe disse o outro preso.
Apressou-se a observar o objeto, e lá estava...150 anos-luz, aproximando-se, trajetória...
Primeiramente um frio lhe percorreu a espinha, mas pensou em outras possibilidades...Sorriu.
Quando entregou o plantão o objeto ja estava a 74 anos-luz.
O medo de que o outro soubesse atormentava-o, porisso fez a proposta:
Trabalhar 15 dias em seguida e o outro trabalharia depois os 15 dias seguintes.
Acertaram-se na proposta, sentiu um alívio.
Continuou  a observação enquanto o outro afastou-se para o seu alojamento.
Há 37 anos-luz  teve a certeza, o objeto colidiria com a terra...Seu tamanho, duas vezes o tamanho da lua..
Suou gelado, mas tranquilizou-se pensando no quanto está sofrendo.
Pensou...A terra terá seu castigo.
Pelos seus cálculos colidiria em dois dias, já não dormia mais esperando a tragédia.
Assistiria de camarote.
A ultima noite foi especial, 2 anos-luz e o fim...
Era passado das tres horas da manhã, sentou, seus olhos brilhavam, agora colocaria o telescópio em sua frente
para, pela ultima vez ver a terra.
Sentou, baixou o telescópio nos olhos, e gelou...
Uma grande bola de fogo aproximou-se e o impacto de 5.000 kilotons, pulverizou a lua, como se fosse
uma pequena folha de papel e seguiu seu caminho.
O meteoro gigante, passou raspando a terra e pegou em cheio a lua e seu vingativo vigilante.
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 02/04/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1519510
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