O INICIO DO FIM - PARTE 0

Era uma vez...

Um planeta chamado terra, onde viviam bilhares de pessoas divididas entre cinco continentes. Essas pessoas haviam evoluído através dos anos e no ano de 2010 já era uma sociedade bem avançada em tecnologia, porem todo esse avanço teve um preço. Essas bilhares de pessoas tinham esquecido ou nunca perceberam que o seu habitat natural era frágil, sabe-se que eles ignoraram os avisos e continuaram avançar em busca de mais poder, e quando finalmente pararam para ver o que havia acontecido era tarde.

Todos os paises do mundo reuniram seus melhores cientistas para achar a solução para o fim próximo. Mas a ciência já não podia ajudar, e a natureza estava disposta a fazer uma limpeza e excluir a sujeira acumulada durante milhares de anos.

O efeito estufa cobriu o planeta, as geleiras derreteram e inundaram grande parte do globo terrestre, as mudanças climáticas eram desastrosas, o ar não eram mais ar, a chuva ficou acida nos pontos mais poluídos do mundo. E a preciosa água, aquela em todos se gabavam de ter já não era tão preciosa assim e não dava mais para todos no mundo.

Aos poucos se instalou o caos total, milhares de pessoas morreram no inicio do fim, mas o pior ainda estava por vir.

Em um país chamado Brasil, ainda havia água e também um resto de natureza, era um paraíso onde se podia respirar, não só o Brasil, mas em todos os paises vizinhos era possível encontrar um vestígio de ar puro.

Só havia um problema, esse país era grande, mas não tão grande a ponto de abrigar, mais do que ele já tinha. E mesmo em tempos difíceis o resto do mundo decidiu que todos os recursos naturais existentes naquele país pertenciam ao mundo e todos os habitantes podiam desfrutar do que ainda restava, mas o país resistiu a essa decisão, então alguém resolveu usar as armas guardadas para uma ocasião especial.

A Guerra da Água, não durou muito e nem teve seu registro na historia, pois quando ela acabou já não existia mais historia, não havia quase nada.

E diante da destruição quase total, e de muitos fatores climáticos que impossibilitaram a vida de viver permanentemente na maior parte do mundo na superfície terrestre, os seres humanos cansados e arrependidos foram em direção ao único lugar em que poderiam viver, debaixo da terra.

E com os poucos recursos que ainda possuíam, conseguiram se readaptar ao novo modo de vida. Porem um renomado cientista tinha declarado que não adiantava mais nada, os seres humanos estavam em extinção e a grande ironia era que o responsável pela extinção era o próprio ser humano.

Tudo isso ocorreu num espaço de 60 anos, hoje só resta uns poucos desta raça que teima em viver.

- Eu não concordo com isso, é errado o mundo esta morrendo lá fora, devíamos reuni-los e leva-los conosco – a Dra. Ana Silveira de Castro gritava em plenos pulmões, com seu ex-chefe. Haviam ao longo dos anos discordado de muitas coisas, mas naquele dia quando ele apresentou aquela noticia ela decidiu que era o fim e que não podia concordar jamais.

- Ana você não percebe que é um erro leva-los, lá em cima não existe mais seres normais, não passam de marginalizados, você sabe o que fizeram há anos atrás, vão fazer tudo de novo, eles vão acabar com eles mesmos. – Fabio que um dia já fora chefe de uma equipe de cientista, hoje nada mais era que alguém que lutava pela sobrevivência dos poucos cientistas que havia sobrado. E ele sabia que depois do que havia dito, Ana seria contra, pois era sempre assim. Por isso ele nem ligava para os seus gritos nervosos.

- São pessoas que vão morrer você não pode querer criar um novo mundo, com tão poucas pessoas não vai dar certo. Vamos acabar extintos do mesmo jeito.

- Ana, admiro seu sentimentalismo, mas infelizmente, não mudarei de idéia, e nada vai mudar minha decisão e um dia quando ver o mundo lá fora vai entender o que digo, você vai entender que é o inicio do fim, mas nada mudou e talvez nunca mude.

Mesmo Ana sabendo que nada, faria Fabio mudar de idéia ela permaneceu irredutível, assim ele tomou uma decisão drástica, a de deixá-la presa no prédio, pois sua ida poderia ser prejudicial à viagem que teriam de fazer e solta-la significava que poderia contar aos outros.

Mas Fabio não sabia que existiam outras pessoas, que também eram contra sua decisão, e por isso não ficou sabendo que Ana ficou presa no prédio junto com Jorge, e também não notou que o responsável pela prisão dos dois no prédio, aplicou a vacina que aumentava as defesas do corpo para quem pretendia sair ao ar livre, que ate aquele momento não tinham sido testada em seres humanos por causar falta de memória e havia deixado todas as portas abertas.

Foi assim que Ana e Eduardo foram parar no abrigo de Marcos, e naquele dia em que ela lembrou de tudo e contou a ele, o que havia acontecido, foi tomada uma importante decisão, que tinha poucas chances de dar certo. Marcos decidiu que não só levaria seu grupo, mas todos os grupos para a mina de água potável que foi encontrada no Amazonas, ele sabia que seria difícil convencer as pessoas, pois Fabio tinha razão, poderia haver uma nova guerra, mas ele sabia que tinha de tentar, pois aquela mina significava que a natureza estava voltando ao normal e se conseguissem se unir, poderiam sobreviver.

Assim no dia seguinte, todo o grupo se reuniu, juntaram os poucos pertences e foram em busca do que poderia ser chamado de terra prometida, era um sonho de muitos anos, voltar a ver água limpa.

Marcos, Ana e Eduardo, não iriam com eles, porque primeiro tinham de reunir os outros grupos, era uma missão que poderia ser um fracasso, os riscos eram muitos, mas os três sabiam que tinham que tentar, pois era a única chance de voltarem a ser uma sociedade, e quem sabe fazer tudo diferente, era uma única chance de aprender a não destruir e entender que apesar de serem racionais e inteligentes não eram imortais.

Ouvi dizer que deu certo a decisão desses três, pois já faz mais de 100 anos e não fomos extintos e nem vivemos mais em baixo da terra. E é claro o mais importante; evoluímos. Entendemos que o fim do mundo não é algo impossível e que quase já aconteceu uma vez, e depende de nós que não aconteça de novo.