O INICIO DO FIM - PARTE II

- Então você é a Ana?

- Acho que sou e você? Quem é?

- Esperava que me dissesse.

Era uma voz de homem, Ana preferiu não entrar no que pareceu ser um quarto igual ao seu, nem o homem se aproximou, durante algum tempo conversaram assim, sem ver o rosto um do outro.

- Você tem luz, que bom detesto o escuro, havia uma lâmpada aqui, mas a luz se extinguiu há pouco tempo. Alias de onde você veio?

- De outro quarto parecido com este. Como sabia quem eu era?

- Tinha um cartão dizendo que a Ana abriria a porta. Então a saída é por ai?

- Não. Não há nada por este túnel, só o quarto onde eu estava que fica na outra ponta. E aqui nenhum indicio de saída?

- Não. Não encontrei nada.

- Procurou no chão? – disse Ana entrando no quarto.

- Como? No chão? – disse o homem se aproximando da mulher, a meia luz da lamparina pode ver que era jovem e bonita, tinha longos cabelos lisos que estavam soltos pelas costas. Ana também observou o homem, achou-o simpático, e a primeira coisa que pensou foi que ele tinha cara de intelectual, viu também que ele já não era tão jovem, pois havia alguns cabelos brancos.

- A minha estava no chão – Ana se abaixara para ver se havia algum sinal no piso – qual o seu nome?

- Não sei, não em lembro de nada, mas no cartão estava escrito Eduardo, não sei por que, mas me identifiquei com o nome.

- O mesmo aconteceu comigo – Ana examinava o chão com a ajuda da lamparina. – Achei. Tem uma porta aqui, vê se acha um piso solto pode ser a maçaneta.

Rapidamente localizaram a maçaneta, e ao abrirem à tampa, perceberam que estavam sob o teto de uma enorme sala. Sem perda de tempo pularam.

A sala que estava totalmente iluminava era bem diferente de onde estavam, pois era enorme e cheia de aparelhagem.

- O que é isso? – perguntou Eduardo admirado.

- Não sei, mas diz nesta placa que é um centro de pesquisa biológica. – disse que Ana que estava lendo uma pequena placa na parede.

- Parece que ninguém vem aqui há muito tempo, esta tudo meio abandonado.

- Parece mais que foi abandonado as presas, tem muita coisa jogada. – Ana andava pela sala, examinando tudo.

- O que será que pesquisavam aqui? – perguntou Eduardo que também examinava a sala.

- Parece que era sobre a resistência humana ou algo parecido, diz aqui que era uma espécie de laboratório para testar as resistências do ser humano e fala também sobre o estudo da genética – Ana lia um arquivo que achara jogado no chão entre a papelada espalhada, que falava sobre os objetivos da pesquisa. – E parece que esse não era o único centro de pesquisa, existem outros. A cientista chefe, que coordenava tudo se chamava Dra. Ana Silveira de Castro...

- Será que é você? Tem alguma coisa sobre Eduardo? – interrompeu ele ansioso, pois queria descobrir quem era.

Ana procurou e localizou o nome Eduardo Gouveia que era o medico do centro.

- Será não tem nada aqui que fale mais, gostaria de achar algo que me dissesse quem sou e o que estou fazendo aqui. – Eduardo começou a procurar pelos arquivos, ele estava mais desesperado que Ana, pois achava aquele vazio na mente enlouquecedor – Mas parece que esses arquivos só falam de experiências e resultados.

Ana também procurava, mas não encontrou mais nada. Aquele era o único arquivo que explicava o que era o lugar e citava nomes. Os dois procuraram algum tempo, mas logo desistiram. Na sala não havia mais nada e os computadores que havia não ligavam por algum motivo. Ana guardou o arquivo numero I, como era chamado na capa.

Após algum tempo os dois começaram ter fome e como não havia nada para comer ali, acharam melhor achar uma saída. E dessa vez não precisaram procurar muito, já que a porta era bem visível, e estava apenas encostada.

A porta dava acesso a um longo corredor e no final havia outra porta, estava tudo bem iluminado, e os dois seguiram em direção a porta o mais rápido que puderam.

Esta porta também estava encostada, os dois a empurraram com cuidado, e do outro lado para a surpresa de ambos havia uma sala, com dois sofás e uma mesa.

A porta do lado da sala imitava uma estante de livros, o que significava que era uma porta secreta.

- Tudo aqui é muito estranho. – disse Eduardo – cada porta e uma surpresa, e o mais engraçado e não existem janelas.

- Tem comida aqui – exclamou Ana que havia localizado uma pequena geladeira.

Os dois comeram o que acharam, o que não era grande coisa, sem contar que a comida estava meio velha, realmente tudo parecia abandonado há muito tempo.

Sem querer se demorar ali, Eduardo foi ver a outra porta que havia na sala, e ficou mais espantado ao ver que a porta era um acesso a uma escada, que parecia tão grande que mal se via fim.

A falta de opção fez com que subissem, pois nenhum dos dois tinha intenção de ficar ali em baixo.

Era uma subida cansativa, tinham de parar varias vezes para respirar, pois a escada era bem inclinada. Com muito esforço e após quase 40 minutos subindo chegaram ao topo. Onde havia uma porta, com um letreiro informando que era a saída. Os dois passaram e chegaram a um enorme saguão, do lado da mesma porta havia muitas outras portas e na frente havia uma porta de vidro, que dava para fora do lugar.

- Estávamos em baixo da terra! – disse Ana espantada.

- Olha lá fora, esta tudo destruído parece que houve uma guerra por aqui – Eduardo via pela porta de vidro os destroços do que parecia ter sido uma cidade, ele se preparava para abrir a porta quando Ana pediu que ele não fizesse isso.

- Olhe aqui, tem duas mascaras, duas peças de roupas e garrafas de água. – Ana havia encontrado tudo num canto atrás de um velho vaso de planta. – Tem um bilhete dizendo para não sairmos sem isso.

Mesmo em duvida, os dois vestiram os dois macacões, calçaram as botas e colocaram as mascaras, a água colocaram em um bolso que ficava no peito.

Quando saíram, entederam o porquê da mascara e da roupa, no ar havia uma espécie de fumaça cinza e o calor era tão grande que poderiam torrar sem a roupa especial.

Andaram a esmo, por um bom tempo até pararem para descansar. Durante todo o tempo, não viram nada alem de casas e prédios destruídos, o que não estava destruído via-se que estava abandonado há muito tempo, e o único lugar que não estava destruído era o prédio que tinham a acabado de sair.

- Esse silencio engana a gente, mas acho que ouvi uns ruídos esquisitos enquanto andávamos. – comentou Ana.

- Eu também ouvi, parece que tem alguém nos seguindo. – sussurrou Eduardo. – não sei o que pode ser, mas acho melhor continuarmos a andar.

- Pra onde?

- Não sei. Mas vamos andar.

Mal os dois se levantaram quando foram cercados por um grupo de pessoas que também usavam macacão e mascara.

Ana e Eduardo não se mexeram, pois o grupo estava armado, uma das pessoas se aproximou e perguntou.

- Quem são vocês?