A Fábula do Leão e dos macacos
Em uma das florestas do belo reino, dois macacos almejavam uma grande árvore milenar, pois em seus galhos brotavam os maiores e melhores frutos, mas ambos os macacos criam que era muito difícil subir tal árvore porque havia armadilhas colocadas por caçadores no trajeto desde as grossas raízes que estavam amostra sobre o solo até o topo e, muitos obstáculos no caminho; como galhos finos e fendidos que não suportariam o peso de um corpo sobre eles.
Do chão era possível ver parte das armadilhas colocadas de forma que se alguém subisse não as poderia ver.
_Como faremos para chegar ao topo?_ Perguntou um dos primatas.
_ Não sei. _ rebateu o outro, e concluiu._ Mas devemos subir, pois é lá que estão todas as frutas de que necessitamos.
Vendo o Leão àquela cena, aproximou-se trazendo consigo a Águia em seu dorso.
_O que vocês desejam fazer neste lugar? Porventura não sabem que é local de caça aos primatas?
_ Sim! Sabemos_ Responderam eles de uma só vez_ Mas existe frutos neste lugar que em outro local não há e em grandíssima quantidade.
Então o leão perguntou:
_ O que esperam; portanto, para subir?
Um deles respondeu:
_ Não podemos subir e ver todas as armadilhas ao mesmo tempo.
_ pois eu sei como vocês podem subir._ devolveu o leão.
_Como?
_Eu estarei aqui convosco e enquanto vocês sobem, eu digo daqui do solo onde estão as armadilhas; tudo que vocês tem que fazer é ouvir a minha voz.
Pareceu a todos uma excelente idéia, porém, surgiu uma dúvida.
_ E quando estivermos tão alto que não possamos mais ouvi-lo do solo? _ questionou o símio.
_ Aí eu mandarei a águia até vós e ela transmitirá minhas palavras com exatidão, ela será minha voz, e se vocês a ouvirem mesmo quando parecer que estou dizendo algo sem sentido, certamente alcançaram o topo.
_ o que você vai ganhar em nos ajudar?_ perguntaram ao leão.
_ Conforme vocês forem subindo e alcançando os frutos, peço, separem um de cada dezena para mim, ou seja, se conseguirem dez, separem um; se conseguirem cem, separem dez e assim por diante.
Logo a indignação tomou conta de um dos primatas, mas ao outro pareceu bom aquele negócio.
_Não! Não farei isso, eu possuo a habilidade para escalar ás árvores, mas você me pede um preço muito alto por sua ajuda; eu precisarei de todas as frutas que conseguir pegar, pois possuo família e conhecidos para os quais darei.
Mas o leão ponderou:
_ Não há limites para essa floresta, existem outros animais que não possuem a mesma capacidade que vocês de subir nas árvores com tamanha destreza, mas mesmo assim são tão dignos quanto qualquer um, de comer destes belos frutos. O que vocês separarem para mim será entregue àqueles que necessitam verdadeiramente.
Um dos macacos concordou prontamente mesmo antes de saber das boas intenções do leão.
Mas o outro ainda relutava:
_ E o que você vai ganhar ajudando a outros? Quando foi que algum deles o ajudou?
_ Ora, sou o Leão, este é meu nome; eu cuido dos menos favorecidos, mesmo daqueles que não sabem muito bem disso.
Os dois macacos começaram a subida de forma tímida, mas logo passaram a ouvir a voz do leão dando as instruções; mesmo aquele que não concordou também estava fazendo uso das palavras do leão. Ambos iam subindo e derrubando as frutas que encontravam, até que ficaram muito alto e a voz do leão não podia mais ser ouvida normalmente; nesse momento a águia levantou vôo e ia e vinha levando as palavras do leão.
Em certa altura, aquele que não estava separando uma de cada dez frutas olhou para baixo e temeu porque era muito grande a distância entre eles e o chão e uma queda poderia ser fatal.
_ Olhe para baixo_ disse ao outro macaco; quando este que estava separando as frutas olhou para baixo, também temeu e para que seu medo não tomasse conta dele; parou um instante.
Faltavam poucas frutas para que ambos estivessem satisfeitos, embora a árvore possuísse um número infinitamente superior, mas logicamente não seria possível para eles consumir todas.
De repente ambos avistaram uma grande e apetitosa fruta, então rumaram naquela direção saltando pelos galhos mais firmes até lá, ela estava localizada um pouco a baixo deles, e a águia reapareceu dizendo:
“A partir do galho onde estão, vocês saltarão e em seguida devem se agarrar no galho mais fino que encontrarem, pois nestes galhos nenhum caçador colocou armadilha alguma”.
A ave mergulhou novamente em busca de mais instruções.
Aquele macaco que não queria dar ouvidos as palavras de ajuda viu um outro caminho formado por galhos mais firmes e fortes e decidiu ir por lá.
O outro também viu o mesmo caminho mais largo e aparentemente mais firme e seguro; ele já estava pronto para seguir o primeiro quando a águia retornou:
“Solte do galho onde você está e se lance no vazio, depois se segure no galho mais fino; ele vai sustentar seu peso”.
Quando este viu o galho, duvidou, porque era extremamente fino e certamente se partiria com o peso em conjunto com a força do salto; mas a águia voltou:
“Não preste atenção no que seus olhos mostram, ouça a minha voz e siga; salte com confiança sobre o galho mais fino que você encontrar”.
O primeiro macaco já estava na metade do caminho até a fruta e não havia muito tempo, por isso, fechando os olhos, o outro primata se arremessou no vazio e em meio à queda abriu os olhos para segurar no galho que envergou muito mais não partiu. Este foi o macaco que alcançou seu objetivo.
Aquele, tolo, porém, tentou fazer de seu próprio modo, mas como avisado pelo leão e pela águia foi detido por uma rede armada no galho mais largo pelos caçadores. O outro, sábio retornou ao solo com um grande número de frutas e dando ao leão uma de cada dez, pode voltar para os seus ainda com tantas frutas que levou semanas para comer todas elas e ainda ficou com a consciência em paz porque sabia que contribuíra com o leão na ajuda daqueles que em verdade precisavam.