UMA VIDA... MUITAS TRISTEZAS
A cada aurora que passa renasce a esperança... O sofrimento é o pai da sabedoria e do amadurecimento. É igual em qualquer lugar do planeta, a qualquer momento. O que muda, são as circunstâncias que o provoca.
Ouvi esta oração reflexível de um filósofo há muito tempo. Naquela época eu era feliz, minhas folhas perduravam com suas lindas cores verdes e amarelas, pois é, sou patriota, acho que o último... As folhas verdes ficam e as amarelas se vão, que lástima! Foi-se o tempo em que esta praça era freqüentada... As crianças quer dizer, as sapecas, ascendiam em mim para se esconderem ou ver a linda paisagem de outrora. Quando suas mães as chamavam, geralmente fingiam que eram moucas. Naquele tempo o homem ainda era humano, além do dinheiro, enxergava outras coisas.
As árvores adjacentes propiciavam a alegria e harmonia constante... Daqui vi até comício. Houve uma vez que o prefeito, num passeio com seu cachorro pastor alemão surgira um pequeno problema. No mesmo instante em que o prefeito passava, um velho fora assaltado, de imediato ele gritou:
- Pega ladrão, pega ladrão!
Assim que o cachorro escutou, pulou em cima do seu dono, ou seja, o prefeito, e começou a mordê-lo.
Como sou? Bem, sou alta, aproximadamente uns dez metros, dá ver as planícies e este imenso deserto que se formou por causa das guerras...
Desculpe-me, não pude evitar, minhas folhas sempre caem quando choro, com essa que acaba de cair não tenho mais nenhuma.
Eu tinha um amigo, chamavam-no de ecologista, sempre me dava banho, mas o mataram após tirarem-no do hospício. Acho que fizeram isso para construírem aquela usina nuclear... Ele dava carinho, até falava comigo.
Que sonho tenho? Queria ter pernas para sair daqui, não suporto ver as pessoas se matarem por causa da ganância e da ânsia pelo poder!
O homem é um coitado, se acha racional mas está morrendo aos poucos por causa do efeito estufa. Hoje em dia chove e faz frio no verão, no inverno faz calor, o clima está doido, o planeta está transtornado! Não agüento mais assistir a tudo isso imóvel. Bem, senhor vento, me desculpe por não ouvir seus zumbidos, pois tenho que contar os mortos.
Três bilhões e um, três bilhões e dois, três bilhões e três...