NA PEQUENA VILA DE PESCADORES DO SOL, TRÊS IRMÃS INSEPARÁVEIS — SELMA, ADRIANA E LUCIANA — PASSAVAM SUAS FÉRIAS DE VERÃO EXPLORANDO A COSTA E OUVINDO AS HISTÓRIAS DE VOVÔ MARIANO. O VELHO MARINHEIRO, DE BARBA BRANCA COMO ESPUMA DO MAR, SEMPRE TINHA UM CONTO FASCINANTE PARA CONTAR.

CERTA NOITE, ENQUANTO SE REUNIAM EM TORNO DA FOGUEIRA, VOVÔ MARIANO FITOU O HORIZONTE E COMEÇOU:

— HÁ MUITOS ANOS, QUANDO EU ERA JOVEM COMO VOCÊS, VI UMA CRIATURA IMENSA E MAJESTOSA. UMA BALEIA TÃO GRANDE QUE FAZIA AS ONDAS PARECEREM PEQUENAS. ELA TINHA UMA MARCA BRANCA EM FORMA DE LUA NA TESTA. DIZEM QUE É UMA GUARDIÃ DOS MARES...

AS MENINAS OUVIRAM ATENTAMENTE, OS OLHOS BRILHANDO DE CURIOSIDADE.

— O QUE ACONTECEU COM ELA, VOVÔ? — PERGUNTOU LUCIANA.

— NINGUÉM SABE AO CERTO. ALGUNS DIZEM QUE ELA DESAPARECEU NAS ÁGUAS PROFUNDAS. OUTROS, QUE FOI CAPTURADA POR CAÇADORES CRUÉIS. MAS HÁ UMA LENDA QUE DIZ QUE, SE ALGUÉM CANTAR UMA MELODIA ESPECIAL, PODERÁ CHAMAR A GRANDE BALEIA DE VOLTA.

SELMA, A MAIS CORAJOSA DO GRUPO, SORRIU COM ENTUSIASMO.

— E SE NÓS TENTÁSSEMOS ENCONTRÁ-LA?

ADRIANA HESITOU.

— MAS COMO, SELMA? O MAR É IMENSO!

— PODEMOS SEGUIR AS PISTAS! VOVÔ, VOCÊ SE LEMBRA DE MAIS ALGUMA COISA SOBRE A BALEIA?

MARIANO SORRIU.

— SE QUISEREM ENCONTRAR A BALEIA, PROCUREM PELO MAPA PERDIDO. DIZEM QUE ELE ESTÁ ESCONDIDO NA CAVERNA DA FENDA NEGRA, ALÉM DO CABO DAS ESTRELAS.

NA MANHÃ SEGUINTE, AS MENINAS SE PREPARARAM PARA A AVENTURA. PEGARAM UMA LANTERNA, CORDAS E UM VELHO BARCO DE MADEIRA QUE PERTENCIA A VOVÔ MARIANO. ELE AS OBSERVAVA COM ORGULHO ENQUANTO ZARPAVAM PELO MAR AZUL.

DEPOIS DE ALGUMAS HORAS REMANDO, CHEGARAM À FENDA NEGRA. A ENTRADA DA CAVERNA ERA ESTREITA, MAS COM CUIDADO CONSEGUIRAM ENTRAR. A ESCURIDÃO ERA QUASE TOTAL, EXCETO PELO FEIXE DA LANTERNA QUE TREMIA NAS PAREDES ROCHOSAS.

DE REPENTE, ADRIANA ENCONTROU ALGO BRILHANDO ENTRE AS PEDRAS.

— ACHEI ALGUMA COISA!

ERA UM BAÚ PEQUENO E ANTIGO. COM ESFORÇO, ABRIRAM-NO E LÁ DENTRO ESTAVA UM MAPA DESENHADO À MÃO, INDICANDO UM PONTO BEM NO MEIO DO OCEANO.

— ESSE DEVE SER O LOCAL ONDE A BALEIA ESTÁ! — EXCLAMOU SELMA.

ELAS VOLTARAM AO BARCO E SEGUIRAM AS COORDENADAS DO MAPA. O MAR FICOU MAIS PROFUNDO E ESCURO, MAS ELAS NÃO DESISTIRAM. QUANDO CHEGARAM AO PONTO INDICADO, COMEÇARAM A CANTAR UMA MELODIA SUAVE, INSPIRADAS PELA LENDA.

O SILÊNCIO REINOU POR ALGUNS MINUTOS. ENTÃO, UM SOM PROFUNDO VEIO DAS ÁGUAS, SEGUIDO POR UM MOVIMENTO ENORME.

UMA IMENSA BALEIA EMERGIU, SEU CORPO BRILHANDO À LUZ DO SOL. A MARCA BRANCA EM FORMA DE LUA ESTAVA ALI, EXATAMENTE COMO VOVÔ MARIANO DESCREVERA.

AS MENINAS FICARAM ENCANTADAS.

— CONSEGUIMOS! — GRITOU LUCIANA.

A BALEIA SOLTOU UM CANTO MELODIOSO, COMO SE RESPONDESSE À MÚSICA DELAS. NADOU AO REDOR DO BARCO, DEMONSTRANDO GRATIDÃO. DEPOIS DE UM TEMPO, COM UM ÚLTIMO SALTO MAGNÍFICO, DESAPARECEU NO HORIZONTE.

DE VOLTA À VILA, CONTARAM TUDO PARA VOVÔ MARIANO, QUE SORRIU ORGULHOSO.

— VOCÊS PROVARAM QUE A CORAGEM E A AMIZADE PODEM TRAZER A MAGIA DE VOLTA AO MUNDO.

E ASSIM, SELMA, ADRIANA E LUCIANA VIVERAM A MAIOR AVENTURA DE SUAS VIDAS, SABENDO QUE, EM ALGUM LUGAR DO OCEANO, A GRANDE BALEIA CONTINUAVA A NADAR LIVREMENTE.