NUMA PEQUENA CIDADE CERCADA POR COLINAS VERDEJANTES, HAVIA UMA CASA ANTIGA COM UM JARDIM ENCANTADOR. ESSE JARDIM PERTENCIA A DONA CELESTE, UMA SENHORA DE CABELOS PRATEADOS E OLHOS BRILHANTES, QUE PASSAVA SUAS TARDES CUIDANDO DAS FLORES E CONVERSANDO COM OS PASSARINHOS. MAS O JARDIM NÃO ERA APENAS BELO, ELE GUARDAVA UM SEGREDO QUE POUCOS CONHECIAM.

ROSA, UMA MENINA DE DEZ ANOS, ADORAVA VISITAR DONA CELESTE. COM SEUS CABELOS CASTANHOS SEMPRE PRESOS EM DUAS TRANÇAS E SUAS BOCHECHAS CORADAS, ELA ERA CURIOSA E ADORAVA AVENTURAS. TODAS AS TARDES, DEPOIS DA ESCOLA, ELA ATRAVESSAVA A CERCA DE MADEIRA MARROM QUE SEPARAVA SUA CASA DO JARDIM DA VELHA SENHORA E PASSAVA HORAS EXPLORANDO OS CANTOS ESCONDIDOS ENTRE AS PLANTAS E FLORES COLORIDAS.

CERTO DIA, ENQUANTO AJUDAVA DONA CELESTE A REGAR AS FLORES, ROSA PERCEBEU ALGO ESTRANHO. NO FUNDO DO JARDIM, ENTRE OS ARBUSTOS E UMA TRELIÇA COBERTA DE HERA, HAVIA UMA PEQUENA PORTA DE MADEIRA MARROM QUE ELA NUNCA TINHA NOTADO ANTES.

— DONA CELESTE, O QUE TEM ALI? — PERGUNTOU ROSA, APONTANDO PARA A PORTA.

A SENHORA SORRIU MISTERIOSAMENTE.

— AH, MINHA QUERIDA, ESSA É A PORTA PARA UM LUGAR ESPECIAL. MAS SÓ AQUELES COM CORAÇÃO CURIOSO E BONDOSO CONSEGUEM ATRAVESSÁ-LA.

O CORAÇÃO DE ROSA BATEU MAIS FORTE.

— EU POSSO TENTAR?

DONA CELESTE ASSENTIU E ENTREGOU-LHE UMA CHAVE DOURADA.

ROSA CAMINHOU COM PASSOS LEVES ATÉ A PORTA, ENCAIXOU A CHAVE NA FECHADURA E A GIROU DEVAGAR. COM UM RANGIDO SUAVE, A PORTA SE ABRIU, REVELANDO UM JARDIM DIFERENTE DE TUDO QUE ROSA JÁ TINHA VISTO.

O CHÃO ERA COBERTO POR UMA GRAMA MACIA E BRILHANTE. AS FLORES TINHAM CORES QUE ROSA NÃO SABIA QUE EXISTIAM, E ALGUMAS PARECIAM CANTAR BAIXINHO. BORBOLETAS DOURADAS VOAVAM AO REDOR, E AO FUNDO, UM RIACHO CRISTALINO SERPENTEAVA ENTRE ÁRVORES COM TRONCOS AZULADOS.

DE REPENTE, UM PEQUENO ESQUILO DE PELOS MARRONS E OLHOS ESPERTOS PULOU DE UM GALHO E POUSOU BEM NA FRENTE DE ROSA.

— OLÁ! — DISSE ELE, PARA SURPRESA DA MENINA. — VOCÊ DEVE SER ROSA. ESTÁVAMOS ESPERANDO POR VOCÊ!

ROSA PISCOU, INCRÉDULA.

— VOCÊ... FALA?

O ESQUILO RIU.

— CLARO! BEM-VINDA AO JARDIM MÁGICO! MEU NOME É PIPO.

ANTES QUE ROSA PUDESSE RESPONDER, UMA NUVEM DE PÉTALAS COR-DE-ROSA DANÇOU NO AR E UMA VOZ SUAVE ECOOU PELO JARDIM.

— ROSA, VOCÊ PRECISA NOS AJUDAR!

A MENINA OLHOU AO REDOR E VIU UMA PEQUENA FADA COM ASAS BRILHANTES POUSANDO EM SUA MÃO.

— O QUE ACONTECEU? — PERGUNTOU ROSA.

A FADA SUSPIROU.

— A ÁRVORE DOS SONHOS, QUE SUSTENTA A MAGIA DESTE JARDIM, ESTÁ PERDENDO SUAS FOLHAS! PRECISAMOS ENCONTRAR A FLOR DE CRISTAL PARA RESTAURÁ-LA, MAS ELA ESTÁ ESCONDIDA NO LABIRINTO DAS SOMBRAS. VOCÊ NOS AJUDARIA?

O CORAÇÃO DE ROSA SE ENCHEU DE EMPOLGAÇÃO. ELA ADORAVA DESAFIOS E, ACIMA DE TUDO, QUERIA AJUDAR.

— CLARO! ME LEVEM ATÉ LÁ.

E ASSIM COMEÇOU A GRANDE AVENTURA DE ROSA PELO JARDIM MÁGICO, CHEIA DE MISTÉRIOS, PERIGOS E DESCOBERTAS. MAS UMA COISA ERA CERTA: ELA NUNCA MAIS VERIA AS FLORES DA MESMA FORMA.