ERA UMA VEZ, NUM VALE PROFUNDO ENTRE AS MONTANHAS DOS ALPES, UM VILAREJO CHAMADO EDELSTEIN. AS CASINHAS DE MADEIRA ERAM COBERTAS POR UM MANTO BRANCO DE NEVE, E O SOM DOS SINOS DAS CABRAS ECOAVA PELOS VALES. ALI, OS CAMPONESES VIVIAM EM HARMONIA COM A NATUREZA, CUIDANDO DE SEUS REBANHOS E COLHENDO O QUE O CLIMA FRIO PERMITIA.
NO ENTANTO, ALGO ESTRANHO ACONTECIA NAQUELE ANO. DEZEMBRO JÁ HAVIA CHEGADO, MAS NINGUÉM PARECIA LEMBRAR DO NATAL. NÃO HAVIA GUIRLANDAS NAS PORTAS, NEM VELAS ILUMINANDO AS JANELAS. AS CRIANÇAS NÃO FALAVAM DE PRESENTES, E AS FAMÍLIAS NÃO PREPARAVAM AS RECEITAS TRADICIONAIS. A FESTA PARECIA TER SIDO COMPLETAMENTE ESQUECIDA.
NO CORAÇÃO DA MONTANHA, VIVIA UMA MENINA CHAMADA ANNELISE. COM SEUS CABELOS DOURADOS COMO O SOL E OLHOS BRILHANTES COMO O CÉU DE INVERNO, ELA ERA CONHECIDA POR SUA ALEGRIA E AMOR PELAS HISTÓRIAS DE NATAL QUE SUA AVÓ SEMPRE CONTAVA. MAS NAQUELE ANO, ATÉ A AVÓ PARECIA ESTRANHAMENTE DISTRAÍDA, FALANDO APENAS SOBRE O RIGOR DO INVERNO E O TRABALHO QUE HAVIA POR FAZER.
CERTA NOITE, ANNELISE SUBIU ATÉ O SÓTÃO EM BUSCA DE ALGO QUE A FIZESSE LEMBRAR O NATAL. LÁ, ENCONTROU UMA VELHA CAIXA DE MADEIRA COBERTA DE POEIRA. AO ABRI-LA, DESCOBRIU ENFEITES FEITOS À MÃO, UMA ESTRELA DOURADA E UM PEQUENO LIVRO DE HISTÓRIAS NATALINAS. NO TOPO DA PILHA DE ENFEITES, HAVIA UMA CARTA.
A CARTA DIZIA:
"QUANDO A NEVE CAIR E O SILÊNCIO REINAR, PROCURE A ESTRELA QUE BRILHA MAIS FORTE NO CÉU. ELA TE GUIARÁ AO VERDADEIRO ESPÍRITO DO NATAL."
INTRIGADA, ANNELISE DECIDIU SEGUIR AS PALAVRAS DA CARTA. NA NOITE MAIS FRIA DO ANO, ELA SAIU SOZINHA, ACOMPANHADA APENAS DE SEU FIEL CÃO, MAX, E DE UM LAMPIÃO QUE ILUMINAVA O CAMINHO. A NEVE FAZIA TUDO PARECER MÁGICO, MAS TAMBÉM UM POUCO ASSUSTADOR.
ELA OLHOU PARA O CÉU E VIU UMA ESTRELA DIFERENTE DAS OUTRAS, GRANDE E BRILHANTE, PENDURADA SOBRE O PICO MAIS ALTO DA MONTANHA. COM CORAGEM, ELA SEGUIU EM SUA DIREÇÃO, ATRAVESSANDO TRILHAS ÍNGREMES E FLORESTAS SILENCIOSAS.
NO TOPO DA MONTANHA, ANNELISE ENCONTROU ALGO SURPREENDENTE: UMA PEQUENA CABANA FEITA DE MADEIRA E PEDRAS, RODEADA POR ÁRVORES DECORADAS COM LUZES NATURAIS QUE PISCAVAM COMO SE FOSSEM MÁGICAS. LÁ DENTRO, UM HOMEM COM LONGAS BARBAS BRANCAS E OLHOS GENTIS A ESPERAVA.
— ENTRE, MINHA PEQUENA! — DISSE ELE COM UMA VOZ CALOROSA. — EU SOU O GUARDIÃO DA FESTA ESQUECIDA.
ANNELISE OLHOU AO REDOR E VIU QUE A CABANA ESTAVA REPLETA DE ALEGRIA: ENFEITES, DOCES E MÚSICA. NO ENTANTO, O GUARDIÃO PARECIA TRISTE.
— TODOS OS ANOS EU PREPARO ESTA FESTA PARA OS QUE SE LEMBRAM DO NATAL, MAS ESTE ANO NINGUÉM VEIO. AS PESSOAS SE ESQUECERAM DO ESPÍRITO DE AMOR E UNIÃO QUE ELE TRAZ.
A MENINA ENTÃO TEVE UMA IDEIA BRILHANTE.
— SE EU LEVAR ESTA ALEGRIA DE VOLTA AO VILAREJO, TODOS VÃO LEMBRAR!
O GUARDIÃO SORRIU E DEU A ELA UMA SACOLA CHEIA DE PEQUENOS PRESENTES, CADA UM CONTENDO UMA MENSAGEM ESPECIAL.
— ESPALHE ISSO COM SEU CORAÇÃO, ANNELISE, E O ESPÍRITO DO NATAL FLORESCERÁ NOVAMENTE.
DE VOLTA AO VILAREJO, ANNELISE COMEÇOU SUA MISSÃO. ELA PENDUROU ENFEITES NAS ÁRVORES, DISTRIBUIU PRESENTES ÀS FAMÍLIAS E CONTOU A HISTÓRIA DO GUARDIÃO E DA CABANA MÁGICA. AOS POUCOS, AS PESSOAS COMEÇARAM A SORRIR E A LEMBRAR.
QUANDO A NOITE DE NATAL CHEGOU, O VILAREJO ESTAVA TRANSFORMADO. AS LUZES BRILHAVAM, AS MÚSICAS ECOAVAM, E O AROMA DE COMIDAS DELICIOSAS ENCHIA O AR. TODOS SE REUNIRAM NA PRAÇA PRINCIPAL, ONDE ANNELISE COLOCOU A ESTRELA DOURADA NO TOPO DA MAIOR ÁRVORE DO VILAREJO.
NAQUELE MOMENTO, A ESTRELA MAIS BRILHANTE DO CÉU APARECEU NOVAMENTE, ILUMINANDO O VILAREJO E ENCHENDO OS CORAÇÕES DE TODOS COM ALEGRIA.
DESDE ENTÃO, O NATAL NUNCA MAIS FOI ESQUECIDO EM EDELSTEIN. E, TODOS OS ANOS, ANNELISE E OS CAMPONESES AGRADECIAM AO GUARDIÃO, QUE, DIZEM, CONTINUAVA A OBSERVAR DE SUA CABANA MÁGICA NO TOPO DA MONTANHA.