O NATAL HAVIA CHEGADO. A NEVE COBRIA O CHÃO DA ALDEIA, FORMANDO UM TAPETE BRANCO QUE FAZIA TUDO PARECER MÁGICO. O COELHO BOLOTA, O LAGARTO RUPI E A PORQUINHA ROSA CAMINHAVAM ALEGREMENTE DE VOLTA PARA SUAS CASAS. TINHAM ACABADO DE DAR UM PASSEIO PELO BOSQUE E PARADO NA LANCHONETE BEIJA-FLOR, ONDE TOMARAM UM DELICIOSO CHOCOLATE QUENTE. ESTAVAM QUENTINHOS E CONFORTÁVEIS, TROCANDO RISADAS E HISTÓRIAS.

DE REPENTE, AO DOBRAR A ESQUINA DA PRAÇA DA ALDEIA, ELES OUVIRAM SONS QUE NÃO COMBINAVAM COM O ESPÍRITO NATALINO: RISADAS MALICIOSAS E O SOM DE BOLAS DE NEVE SENDO ATIRADAS.

— O QUE É ISSO? — PERGUNTOU RUPI, FRANZINDO A TESTA.

OS TRÊS AMIGOS SE APROXIMARAM COM CUIDADO E, ESCONDIDOS ATRÁS DE UMA CERCA, VIRAM UM GRUPO DE MOLEQUES TRAVESSOS ATIRANDO BOLAS DE NEVE EM UM PEQUENO CACHORRO QUE ESTAVA ENCURRALADO CONTRA UMA PAREDE. ELE TREMIA DE FRIO, E SEUS OLHOS ASSUSTADOS IMPLORAVAM POR AJUDA.

— POBREZINHO! — EXCLAMOU ROSA. — ELE ESTÁ GELADO! E COMO TREME!

— VAMOS ESPANTAR ESSES MOLEQUES! — DISSE BOLOTA, DETERMINADO.

SEM HESITAR, OS TRÊS AMIGOS CORRERAM EM DIREÇÃO AOS MENINOS, GRITANDO:

— DEIXEM-NO EM PAZ! JÁ BASTA!

ASSUSTADOS, OS MENINOS LARGARAM AS BOLAS DE NEVE E FUGIRAM CORRENDO PELA RUA. O CACHORRO, AINDA TREMENDO, OLHOU PARA OS NOVOS AMIGOS COM GRATIDÃO.

— ESTÃO VENDO? ATÉ ENTROU NEVE EM MINHAS ORELHAS! — QUEIXOU-SE ELE, ABANANDO O RABO FRAQUINHO.

ROSA PEGOU O PEQUENO CÃOZINHO NO COLO E O ACONCHEGOU.

— VAMOS LEVÁ-LO ATÉ A CASA DA VOVÓ CORUJA. ELA TEM UMA LAREIRA QUENTINHA! — SUGERIU BOLOTA.

NO CAMINHO ATÉ A CASA DA VOVÓ CORUJA, OS AMIGOS NOTARAM ALGO ESTRANHO: AS LUZES DA ALDEIA ESTAVAM APAGADAS, AS DECORAÇÕES DE NATAL PARECIAM TRISTES, E UM SILÊNCIO DESANIMADO PAIRAVA NO AR.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — PERGUNTOU RUPI. — ONDE ESTÁ A ALEGRIA DO NATAL?

QUANDO CHEGARAM À CASA DA VOVÓ CORUJA, ELA OS RECEBEU COM UM SORRISO CALOROSO, MAS TAMBÉM COM PREOCUPAÇÃO NO OLHAR.

— OH, MEUS QUERIDOS, ALGO TERRÍVEL ACONTECEU! — DISSE ELA ENQUANTO PREPARAVA UMA SOPA QUENTE PARA O CÃOZINHO. — O VELHO NOEL NÃO PASSOU POR AQUI ESTE ANO. SEM ELE, O ESPÍRITO DO NATAL ESTÁ DESAPARECENDO DA ALDEIA. AS PESSOAS ESTÃO TRISTES E DESANIMADAS.

— MAS POR QUÊ? — PERGUNTOU ROSA. — O QUE ACONTECEU COM O VELHO NOEL?

ANTES QUE A VOVÓ PUDESSE RESPONDER, OUVIRAM UM SOM DISTANTE: O TILINTAR DE SINOS E O FARFALHAR DE TRENÓS. TODOS CORRERAM PARA A JANELA E VIRAM, PARA SUA SURPRESA, O VELHO NOEL ENTRANDO NA ALDEIA COM SEU TRENÓ PUXADO POR RENAS BRILHANTES!

— ELE ESTÁ AQUI! — EXCLAMOU BOLOTA.

O VELHO NOEL PAROU NA PRAÇA CENTRAL, ONDE TODOS OS MORADORES COMEÇARAM A SE REUNIR, CURIOSOS E ESPERANÇOSOS. COM SEU SORRISO BONDOSO E OLHOS QUE BRILHAVAM COMO ESTRELAS, ELE EXPLICOU:

— NESTE ANO, MINHA VIAGEM FOI DIFÍCIL. A NEVE ESTAVA PESADA, E MUITAS ALDEIAS ESTAVAM TRISTES E ESQUECIDAS. MAS GRAÇAS À CORAGEM E BONDADE DE TRÊS PEQUENOS AMIGOS QUE SALVARAM UM CÃOZINHO EM APUROS, ENCONTREI O CAMINHO PARA CÁ. VOCÊS MOSTRARAM O VERDADEIRO ESPÍRITO DO NATAL: AJUDAR QUEM PRECISA.

OS MORADORES APLAUDIRAM, EMOCIONADOS. O VELHO NOEL ENTÃO LEVANTOU O CAJADO MÁGICO E, COM UM TOQUE NO CHÃO, AS LUZES DA ALDEIA SE ACENDERAM, AS ÁRVORES SE ENCHERAM DE ENFEITES BRILHANTES, E UM AROMA DELICIOSO DE BISCOITOS E CHOCOLATE QUENTE SE ESPALHOU PELO AR.

AS CRIANÇAS COMEÇARAM A CANTAR, AS FAMÍLIAS SE REUNIRAM PARA CELEBRAR, E O PEQUENO CÃOZINHO, AGORA AQUECIDO E FELIZ, CORREU ALEGREMENTE PELA PRAÇA.

— VIVA O NATAL! — GRITARAM TODOS EM CORO.

E ASSIM, NAQUELA NOITE MÁGICA, A PEQUENA ALDEIA FOI SALVA. TUDO GRAÇAS À BONDADE DE TRÊS AMIGOS QUE, SEM SABER, TROUXERAM DE VOLTA O BRILHO DO NATAL.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 30/11/2024
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