ERA UMA VEZ, NA VÉSPERA DE NATAL, UMA MONTANHA ALTA E COBERTA DE NEVE, ONDE MORAVA UMA PEQUENA FAMÍLIA EM UMA CASINHA ACONCHEGANTE NO TOPO. OS TELHADOS BRANCOS, A CHAMINÉ SOLTANDO FUMAÇA QUENTINHA, E AS JANELAS ILUMINADAS PELA LUZ DAS VELAS FAZIAM A CASA PARECER UM CENÁRIO DE CONTO DE FADAS. PORÉM, NAQUELA NOITE MÁGICA, ALGO INESPERADO ACONTECEU.

O PAPAI NOEL, COM SEU TRENÓ CHEIO DE PRESENTES PUXADO PELAS RENAS MÁGICAS, JÁ ESTAVA QUASE TERMINANDO SUA LONGA VIAGEM AO REDOR DO MUNDO. FALTAVA APENAS UMA CASA PARA VISITAR: A CASINHA NO TOPO DA MONTANHA.

— VAMOS LÁ, RENAS! SÓ MAIS UMA ENTREGA E TERMINAMOS! — DISSE PAPAI NOEL, ACARICIANDO O FOCINHO DA RENA LÍDER, RODOLFO.

AS RENAS VOARAM COM FORÇA, ATRAVESSANDO NUVENS E NEVE. MAS, QUANDO CHEGARAM PERTO DA MONTANHA, UMA FORTE TEMPESTADE COMEÇOU A SOPRAR. O VENTO UIVAVA, A NEVE RODOPIAVA AO REDOR DELAS, E O CÉU FICOU TÃO ESCURO QUE NEM MESMO O NARIZ BRILHANTE DE RODOLFO CONSEGUIA ILUMINAR O CAMINHO.

— TEMOS QUE POUSAR! — GRITOU PAPAI NOEL, SEGURANDO FIRME AS RÉDEAS.

COM MUITO ESFORÇO, AS RENAS CONSEGUIRAM POUSAR EM UMA CLAREIRA NO MEIO DA MONTANHA. O TRENÓ ESCORREGOU, MAS CONSEGUIU PARAR SEM VIRAR. PAPAI NOEL OLHOU AO REDOR. A CASINHA AINDA ESTAVA LONGE, LÁ NO ALTO DA MONTANHA, E O CAMINHO ERA ÍNGREME E COBERTO DE NEVE ESPESSA.

— VAMOS, MINHAS RENAS! — DISSE ELE, TENTANDO PUXAR O TRENÓ.

MAS A NEVE ERA PROFUNDA DEMAIS. AS RENAS NÃO CONSEGUIAM AVANÇAR. PAPAI NOEL SABIA QUE, SE NÃO ENTREGASSE O PRESENTE ÀQUELA FAMÍLIA, A MAGIA DO NATAL NÃO ESTARIA COMPLETA.

— PARECE QUE VOU TER QUE IR A PÉ — DISSE ELE COM UM SORRISO CORAJOSO.

VESTIU SEU CASACO VERMELHO BEM APERTADO, COLOCOU AS LUVAS QUENTINHAS E PEGOU O SACO COM O ÚLTIMO PRESENTE. E ASSIM, PAPAI NOEL COMEÇOU A SUBIR A MONTANHA, DEIXANDO PEGADAS NA NEVE MACIA.

A CADA PASSO, O VENTO FICAVA MAIS FORTE, E A NEVE CAÍA MAIS PESADA. PAPAI NOEL PAROU POR UM MOMENTO PARA DESCANSAR.

— PRECISO CONTINUAR... — MURMUROU ELE, OLHANDO PARA O TOPO QUE AINDA PARECIA TÃO DISTANTE.

ELE DEU MAIS UM PASSO... E OUTRO... E OUTRO. AS PEGADAS IAM FICANDO PARA TRÁS, E ELE SEGUIA EM FRENTE, DETERMINADO. NO MEIO DO CAMINHO, ENCONTROU UM COELHINHO BRANCO TREMENDO DE FRIO.

— ORA, ORA, VOCÊ ESTÁ PERDIDO? — PERGUNTOU PAPAI NOEL.

— SIM... A TEMPESTADE ME AFASTOU DA MINHA TOCA — RESPONDEU O COELHINHO COM UMA VOZ TRÊMULA.

— ENTÃO, VENHA COMIGO! — DISSE PAPAI NOEL, COLOCANDO O COELHINHO DENTRO DE SEU CASACO.

JUNTOS, ELES CONTINUARAM A SUBIR. MAIS ADIANTE, PAPAI NOEL ENCONTROU UM PÁSSARO COM AS ASAS MOLHADAS DE NEVE.

— VOCÊ TAMBÉM ESTÁ PERDIDO? — PERGUNTOU ELE.

— SIM... NÃO CONSIGO MAIS VOAR — PIOU O PÁSSARO TRISTEMENTE.

— SUBA NO MEU OMBRO! — DISSE PAPAI NOEL.

AGORA, COM O COELHINHO NO CASACO E O PÁSSARO NO OMBRO, PAPAI NOEL SEGUIA, DEIXANDO PEGADAS QUE A NEVE MAL CONSEGUIA APAGAR. APÓS MUITO ESFORÇO, ELE FINALMENTE CHEGOU AO TOPO. A CASINHA ESTAVA ALI, COM SUAS LUZES PISCANDO E O CALOR DA LAREIRA ESCAPANDO PELA CHAMINÉ.

— CONSEGUIMOS! — DISSE ELE COM ALEGRIA.

ENTROU SILENCIOSAMENTE PELA CHAMINÉ, COLOCOU O PRESENTE AO LADO DA ÁRVORE DE NATAL, E DEIXOU UM PEQUENO BILHETE:

"QUE A MAGIA DO NATAL AQUEÇA SEMPRE ESTE LAR. COM CARINHO, PAPAI NOEL."

QUANDO SAIU DA CASA, A TEMPESTADE HAVIA DIMINUÍDO. O CÉU ESTAVA LIMPO, E A LUA ILUMINAVA O CAMINHO DE VOLTA. O COELHINHO ENCONTROU SUA TOCA, O PÁSSARO CONSEGUIU VOAR NOVAMENTE, E PAPAI NOEL RETORNOU AO TRENÓ, ONDE AS RENAS O ESPERAVAM ANSIOSAS.

— HORA DE VOLTAR PARA CASA! — DISSE ELE, SORRINDO.

E, ENQUANTO O TRENÓ VOAVA PELO CÉU ESTRELADO, AS PEGADAS QUE ELE DEIXOU NA NEVE PERMANECERAM ALI, COMO UM LEMBRETE DA AVENTURA DE NATAL QUE PAPAI NOEL VIVEU NAQUELA NOITE MÁGICA.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 30/11/2024
Código do texto: T8208782
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.