O BAÚ MÁGICO DO NATAL

ERA VÉSPERA DE NATAL NO POLO NORTE, E PAPAI NOEL ESTAVA MAIS ANIMADO DO QUE NUNCA. O TRENÓ ESTAVA PRONTO, OS PRESENTES EMPILHADOS, E AS RENAS JÁ AQUECIAM AS PATAS PARA A GRANDE NOITE. MAS HAVIA UM SEGREDO QUE NINGUÉM CONHECIA: TODOS OS ANOS, PAPAI NOEL USAVA O BAÚ MÁGICO DO NATAL, UM BAÚ ESPECIAL QUE GUARDAVA A MAGIA QUE FAZIA O NATAL ACONTECER.

ESSE BAÚ NÃO ERA APENAS UM OBJETO QUALQUER. DENTRO DELE, HAVIA O BRILHO DAS ESTRELAS, A ALEGRIA DAS CRIANÇAS, O AMOR QUE UNE AS FAMÍLIAS E ATÉ O CHEIRINHO DE BISCOITO DE GENGIBRE! SEM ELE, O NATAL PERDERIA SUA MAGIA.

MAS NAQUELA MANHÃ, QUANDO PAPAI NOEL FOI ABRIR O BAÚ PARA ESPALHAR A MAGIA SOBRE OS PRESENTES, LEVOU UM SUSTO TERRÍVEL:

— HO, HO, HO! ONDE ESTÁ O BAÚ? — EXCLAMOU COM OS OLHOS ARREGALADOS.

ELE PROCUROU POR TODA A OFICINA, PEDIU AJUDA AOS DUENDES E ATÉ ÀS RENAS, MAS O BAÚ SIMPLESMENTE TINHA DESAPARECIDO. FOI ENTÃO QUE ELE ENCONTROU UM PEQUENO BILHETE, ESCRITO COM LETRAS TORTAS E VERDES:

"FINALMENTE O NATAL SERÁ ARRUINADO! O BAÚ MÁGICO AGORA É MEU. FELIZ NADA! — GRINCH."

— OH, NÃO! — GRITOU PAPAI NOEL. — O GRINCH, AQUELE PEQUENO SER VERDE QUE DETESTA O NATAL, PEGOU NOSSO BAÚ! SE ELE FICAR COM A MAGIA, O NATAL ESTARÁ PERDIDO!

A VIAGEM EM BUSCA DO BAÚ

SEM PERDER TEMPO, PAPAI NOEL SUBIU NO TRENÓ, ACOMPANHADO DE SEU FIEL DUENDE-CHEFE, TICO.

— VAMOS RESGATAR O BAÚ MÁGICO! — DISSE PAPAI NOEL, COM DETERMINAÇÃO.

O TRENÓ VOOU VELOZMENTE POR ENTRE AS ESTRELAS, ATÉ CHEGAR NA MONTANHA SOMBRIA, ONDE O GRINCH VIVIA EM UMA CAVERNA FRIA E ESCURA. AO SE APROXIMAREM, OUVIRAM RISADAS MALVADAS.

— HEHEHE! FINALMENTE, NÃO HAVERÁ NATAL! — DIZIA O GRINCH, SEGURANDO O BAÚ MÁGICO COM SUAS MÃOS VERDES E PELUDAS.

— GRINCH! — CHAMOU PAPAI NOEL, COM SUA VOZ FIRME, MAS GENTIL. — O NATAL É UMA ÉPOCA DE ALEGRIA, AMOR E UNIÃO. POR QUE QUER DESTRUÍ-LO?

O GRINCH OLHOU PARA PAPAI NOEL, COM OS OLHOS ESTREITOS E BRILHANTES.

— PORQUE O NATAL ME FAZ LEMBRAR QUE ESTOU SOZINHO. NUNCA RECEBI PRESENTES, NUNCA FUI CONVIDADO PARA FESTAS. O NATAL NÃO É PARA MIM!

PAPAI NOEL ENTENDEU QUE, NO FUNDO, O GRINCH NÃO ODIAVA O NATAL. ELE ESTAVA APENAS TRISTE E SOLITÁRIO.

— GRINCH, VOCÊ NÃO PRECISA DESTRUIR O NATAL. VOCÊ PODE FAZER PARTE DELE! — DISSE PAPAI NOEL, ESTENDENDO A MÃO. — O NATAL É PARA TODOS. ATÉ PARA VOCÊ!

O GRINCH FICOU SURPRESO. NINGUÉM JAMAIS HAVIA FALADO COM ELE DE FORMA TÃO GENTIL. ELE OLHOU PARA O BAÚ MÁGICO E, POR UM MOMENTO, PENSOU NO QUE FAZER.

O CORAÇÃO DO GRINCH

DE REPENTE, ALGO ESTRANHO ACONTECEU. O CORAÇÃO DO GRINCH, QUE SEMPRE FORA PEQUENO E FRIO, COMEÇOU A AQUECER. ELE OLHOU PARA PAPAI NOEL, PARA TICO, E PARA O TRENÓ CHEIO DE PRESENTES.

— VOCÊS... VOCÊS REALMENTE ACHAM QUE O NATAL PODE SER PARA MIM? — PERGUNTOU ELE, COM A VOZ TREMENDO.

— CLARO QUE SIM! — DISSE TICO. — O NATAL É FEITO DE AMOR, E SEMPRE HÁ ESPAÇO PARA MAIS UM CORAÇÃO.

COM UM SUSPIRO PROFUNDO, O GRINCH ENTREGOU O BAÚ MÁGICO PARA PAPAI NOEL. NO MESMO INSTANTE, UMA LUZ DOURADA BRILHOU, ILUMINANDO TODA A CAVERNA. A MAGIA DO NATAL VOLTOU COM FORÇA TOTAL, ESPALHANDO ALEGRIA POR TODO O MUNDO.

— FELIZ NATAL, GRINCH! — DISSE PAPAI NOEL, COM UM SORRISO. — AGORA VOCÊ FAZ PARTE DA NOSSA GRANDE FAMÍLIA!

O GRINCH SORRIU, E PELA PRIMEIRA VEZ, SENTIU O VERDADEIRO ESPÍRITO DO NATAL. ELE AJUDOU PAPAI NOEL E TICO A CARREGAREM O TRENÓ E, NAQUELA NOITE, TODOS TRABALHARAM JUNTOS PARA ENTREGAR OS PRESENTES ÀS CRIANÇAS DO MUNDO TODO.

COM UM SUSPIRO PROFUNDO, O GRINCH ENTREGOU O BAÚ MÁGICO PARA PAPAI NOEL. NO MESMO INSTANTE, UMA LUZ DOURADA BRILHOU, ILUMINANDO TODA A CAVERNA. A MAGIA DO NATAL VOLTOU COM FORÇA TOTAL, ESPALHANDO ALEGRIA POR TODO O MUNDO.

MAS ANTES QUE PUDESSEM SAIR DA MONTANHA, O CHÃO COMEÇOU A TREMER. O GRINCH ARREGALOU OS OLHOS.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! — PERGUNTOU ELE, ASSUSTADO.

TICO, O DUENDE-CHEFE, OBSERVOU PREOCUPADO.

— A MAGIA DO BAÚ ESTÁ SE DESCONTROLANDO! — EXPLICOU ELE. — FICAR TANTO TEMPO FORA DA OFICINA FEZ COM QUE A ENERGIA SE TORNASSE INSTÁVEL! SE NÃO AGIRMOS RÁPIDO, TODA ESSA MONTANHA PODE DESABAR... E O NATAL SERÁ DESTRUÍDO!

PAPAI NOEL SABIA QUE PRECISAVA AGIR DEPRESSA. ELE ABRIU O BAÚ E, COM UM BRILHO NO OLHAR, DISSE:

— SÓ HÁ UMA MANEIRA DE ESTABILIZAR A MAGIA: PRECISAMOS LEVAR O BAÚ DE VOLTA PARA A OFICINA DE NATAL ANTES DA MEIA-NOITE. MAS O CAMINHO É LONGO E PERIGOSO.

O GRINCH DEU UM PASSO À FRENTE, O MEDO MISTURADO COM DETERMINAÇÃO.

— EU AJUDEI A CAUSAR ISSO. AGORA VOU AJUDAR A CONSERTAR! — DISSE ELE, COM FIRMEZA. — CONHEÇO ATALHOS PELA MONTANHA. SE ME SEGUIREM, PODEMOS CHEGAR LÁ A TEMPO!

SEM HESITAR, PAPAI NOEL, TICO E O GRINCH CORRERAM PELOS TÚNEIS ESTREITOS E GELADOS DA MONTANHA SOMBRIA. O TREMOR AUMENTAVA, AS PEDRAS COMEÇAVAM A CAIR, E UMA AVALANCHE DE GELO SE FORMAVA ATRÁS DELES.

— MAIS RÁPIDO! — GRITOU TICO, OLHANDO PARA TRÁS.

A FUGA ALUCINANTE

OS TRÊS CORRERAM O MAIS RÁPIDO QUE PODIAM. O GRINCH, COM SUAS PERNAS ÁGEIS, LIDERAVA O CAMINHO, PULANDO SOBRE FENDAS E DESVIANDO DE ROCHAS QUE DESMORONAVAM. PAPAI NOEL, EMBORA PESADO, SEGUIA COM PASSOS LARGOS, CARREGANDO O BAÚ MÁGICO COM CUIDADO.

DE REPENTE, UMA PONTE DE GELO À FRENTE COMEÇOU A RACHAR.

— CUIDADO! — ALERTOU O GRINCH. — PRECISAMOS ATRAVESSAR ANTES QUE ELA CAIA!

ELES CORRERAM, MAS O GELO ESTALAVA CADA VEZ MAIS. NO ÚLTIMO SEGUNDO, QUANDO TUDO PARECIA PERDIDO, PAPAI NOEL USOU A MAGIA RESTANTE DO BAÚ PARA LANÇAR UMA PONTE LUMINOSA, QUE OS LEVOU COM SEGURANÇA PARA O OUTRO LADO.

ELES CONTINUARAM CORRENDO ATÉ AVISTAREM, AO LONGE, AS LUZES QUENTES DA OFICINA DE NATAL.

— ESTAMOS QUASE LÁ! — GRITOU TICO, ESPERANÇOSO.

A CORRIDA CONTRA O TEMPO

MAS QUANDO CHEGARAM À PLANÍCIE COBERTA DE NEVE QUE LEVAVA ATÉ A OFICINA, UM VENTO PODEROSO COMEÇOU A SOPRAR, TENTANDO APAGAR A MAGIA DO BAÚ. UMA TEMPESTADE MÁGICA SE FORMAVA NO CÉU, COM NUVENS ESCURAS E RELÂMPAGOS DOURADOS.

— NÃO VAMOS CONSEGUIR! — DISSE TICO, DESESPERADO. — O BAÚ ESTÁ PERDENDO FORÇA!

O GRINCH OLHOU PARA PAPAI NOEL E DEPOIS PARA O CÉU. ELE RESPIROU FUNDO.

— TENHO UMA IDEIA! — DISSE ELE. — MAS VOCÊS PRECISAM CONFIAR EM MIM.

SEM ESPERAR RESPOSTA, O GRINCH PEGOU O BAÚ DAS MÃOS DE PAPAI NOEL, SUBIU NO TRENÓ E CHAMOU AS RENAS.

— RENAS, VOEM COMIGO! VAMOS CORTAR CAMINHO PELO CÉU!

— MAS, GRINCH, VOCÊ NUNCA GUIOU UM TRENÓ! — DISSE PAPAI NOEL, SURPRESO.

— HOJE VOU GUIAR! O NATAL DEPENDE DISSO!

AS RENAS RELINCHARAM E, COM UM SALTO PODEROSO, O TRENÓ DECOLOU. O GRINCH SEGURAVA FIRME AS RÉDEAS ENQUANTO CRUZAVA O CÉU TEMPESTUOSO, DESVIANDO DOS RAIOS DOURADOS QUE TENTAVAM ATINGIR O BAÚ. O TEMPO ESTAVA SE ESGOTANDO.

— VAMOS, RENAS! SÓ MAIS UM POUCO! — GRITOU O GRINCH.

LÁ EMBAIXO, PAPAI NOEL E TICO OBSERVAVAM COM OS CORAÇÕES NA MÃO. A TEMPESTADE PARECIA ENGOLIR O TRENÓ, MAS, DE REPENTE, UMA LUZ INTENSA BRILHOU NO CÉU.

ERA O GRINCH. ELE HAVIA USADO A ÚLTIMA FAÍSCA DE MAGIA DO BAÚ PARA ABRIR UM PORTAL DIRETO PARA A OFICINA DE NATAL! O TRENÓ DESAPARECEU DENTRO DA LUZ E, EM UM INSTANTE, REAPARECEU EM SEGURANÇA DENTRO DA OFICINA.

A VITÓRIA DO GRINCH

PAPAI NOEL E TICO CORRERAM PARA DENTRO, ONDE ENCONTRARAM O GRINCH, EXAUSTO, MAS SORRINDO. O BAÚ MÁGICO AGORA BRILHAVA COM TODA SUA FORÇA, ESPALHANDO MAGIA POR TODA A OFICINA. A TEMPESTADE DESAPARECEU, E O NATAL ESTAVA SALVO.

PAPAI NOEL COLOCOU A MÃO NO OMBRO DO GRINCH.

— VOCÊ SALVOU O NATAL, GRINCH. HOJE, VOCÊ SE TORNOU UM HERÓI.

O GRINCH OLHOU PARA OS LADOS, VENDO OS DUENDES QUE APLAUDIAM E AS LUZES QUE BRILHAVAM COM MAIS FORÇA DO QUE NUNCA.

— EU... EU CONSEGUI! — DISSE ELE, COM OS OLHOS MAREJADOS.

— MAIS DO QUE ISSO — DISSE TICO, SORRINDO. — VOCÊ NÃO SÓ SALVOU O NATAL. VOCÊ ENCONTROU SEU LUGAR NELE.

E NAQUELA NOITE, PAPAI NOEL FEZ UMA COISA QUE NUNCA HAVIA FEITO ANTES: CONVIDOU O GRINCH PARA VIAJAR COM ELE PELO MUNDO, ENTREGANDO PRESENTES E ESPALHANDO A MAGIA DO NATAL.

E ASSIM, EM TODOS OS LARES, NÃO SÓ PAPAI NOEL, MAS TAMBÉM O GRINCH FOI LEMBRADO COMO AQUELE QUE, UM DIA, APRENDEU QUE O NATAL NÃO É APENAS UMA DATA... É UM SENTIMENTO QUE AQUECE ATÉ OS CORAÇÕES MAIS GELADOS.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 28/11/2024
Código do texto: T8207469
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