ERA UMA VEZ UM MENINO CHAMADO JIM, UM GAROTINHO COM UM CORAÇÃO CHEIO DE CURIOSIDADE E OLHOS BRILHANTES, QUE PARECIAM SEMPRE VER ALÉM DO QUE OS OUTROS VIAM. JIM MORAVA NUMA PEQUENA VILA RODEADA POR COLINAS VERDES E RIACHOS BRILHANTES, ONDE CADA ÁRVORE, PEDRA E GOTA DE ÁGUA ESCONDIA SEGREDOS ESPERANDO PARA SEREM DESCOBERTOS.

 

O INÍCIO DA AVENTURA

 

JIM TINHA NOVE ANOS E PASSAVA OS DIAS EXPLORANDO A VILA, PERGUNTANDO SOBRE TUDO E TODOS. ELE NÃO CONSEGUIA SE CONTENTAR COM AS RESPOSTAS SIMPLES; QUERIA SEMPRE SABER O “PORQUÊ” DAS COISAS. POR QUE O CÉU ERA AZUL? POR QUE AS FORMIGAS CAMINHAVAM EM FILEIRAS? POR QUE O RIO NUNCA PARAVA DE CORRER? ESSAS PERGUNTAS DEIXAVAM ATÉ OS ADULTOS DA VILA SEM SABER O QUE RESPONDER.

 

UMA MANHÃ, ENQUANTO JIM TOMAVA SEU CAFÉ DA MANHÃ, A AVÓ LHE DISSE:

 

— JIM, VOCÊ É UM MENINO MUITO CURIOSO! MAS, ÀS VEZES, É PRECISO CUIDADO. A CURIOSIDADE PODE NOS LEVAR A LUGARES ONDE NEM SEMPRE ENCONTRAMOS O QUE ESPERAMOS.

 

JIM SORRIU E RESPONDEU:

 

— MAS, VOVÓ, COMO VOU SABER O QUE ESSES LUGARES TÊM SE NÃO FOR ATÉ LÁ?

 

A AVÓ RIU E BALANÇOU A CABEÇA. ELA SABIA QUE NÃO ADIANTARIA TENTAR IMPEDIR JIM; ELE TINHA UM ESPÍRITO AVENTUREIRO QUE NINGUÉM PODIA CONTER.

 

 O BOSQUE MISTERIOSO

 

NAQUELA TARDE, JIM DECIDIU EXPLORAR UMA PARTE DO BOSQUE ONDE NUNCA HAVIA ESTADO. TODOS NA VILA DIZIAM QUE AQUELE LUGAR ERA MÁGICO, MAS QUE NINGUÉM OUSAVA ENTRAR MUITO FUNDO. DIZIAM QUE, À NOITE, O BOSQUE SUSSURRAVA HISTÓRIAS E ESCONDIA CRIATURAS MISTERIOSAS. ISSO DEIXOU JIM AINDA MAIS CURIOSO.

 

ASSIM, COM UMA MOCHILA CHEIA DE SUPRIMENTOS — UM PÃO, UMA MAÇÃ E UMA LANTERNA —, ELE SE AVENTUROU PELO BOSQUE. NO COMEÇO, ELE VIU OS PÁSSAROS CANTANDO NAS ÁRVORES E OS COELHOS SALTITANDO PELO CHÃO. MAS, QUANTO MAIS FUNDO ELE IA, MAIS O BOSQUE FICAVA ESCURO E SILENCIOSO. JIM SABIA QUE ESTAVA ENTRANDO EM TERRITÓRIO DESCONHECIDO.

 

 O ENCONTRO COM A RAPOSA FALANTE

 

ENQUANTO CAMINHAVA, JIM OUVIU UM LEVE SOM ATRÁS DE UMA ÁRVORE. AO ESPIAR COM CUIDADO, VIU UMA PEQUENA RAPOSA DE PELOS BRILHANTES E OLHOS ATENTOS. MAS ESSA NÃO ERA UMA RAPOSA COMUM, POIS, AO VER JIM, ELA FALOU:

 

— O QUE FAZ UM MENINO COMO VOCÊ TÃO LONGE DE CASA?

 

JIM FICOU SURPRESO, MAS SUA CURIOSIDADE FOI MAIOR QUE O SUSTO.

 

— ESTOU EXPLORANDO O BOSQUE! — RESPONDEU ELE, ANIMADO. — QUERO DESCOBRIR OS SEGREDOS DESSE LUGAR.

 

A RAPOSA RIU SUAVEMENTE E DISSE:

 

— AH, VOCÊ É REALMENTE CORAJOSO, JIM. MAS SABIA QUE ALGUNS SEGREDOS SÃO GUARDADOS POR QUE SÃO PERIGOSOS?

 

JIM BALANÇOU A CABEÇA, INTRIGADO.

 

— NÃO ESTOU COM MEDO. VOCÊ PODE ME MOSTRAR UM DESSES SEGREDOS?

 

A RAPOSA OLHOU PARA ELE COM UM OLHAR PROFUNDO E DISSE:

 

— VENHA COMIGO, ENTÃO. MAS LEMBRE-SE: SÓ PODEMOS IR ATÉ ONDE A LUZ DA CURIOSIDADE ALCANÇAR. DEPOIS DISSO, É FÁCIL SE PERDER.

 

JIM ASSENTIU E SEGUIU A RAPOSA, QUE COMEÇOU A CAMINHAR COM PASSOS LEVES PELO BOSQUE.

 

A PONTE DAS MEMÓRIAS

 

APÓS CAMINHAR POR UM TEMPO, CHEGARAM A UMA PONTE DE MADEIRA QUE ATRAVESSAVA UM RIO. A PONTE PARECIA VELHA, MAS HAVIA ALGO ESPECIAL NELA: SUAS TÁBUAS ESTAVAM GRAVADAS COM NOMES DE PESSOAS QUE JIM NÃO CONHECIA. A RAPOSA EXPLICOU:

 

— ESSA É A PONTE DAS MEMÓRIAS. QUEM ATRAVESSA LEVA CONSIGO LEMBRANÇAS QUE PODEM SER ALEGRES, MAS TAMBÉM TRISTES.

 

JIM SENTIU UM FRIOZINHO NA BARRIGA, MAS A CURIOSIDADE FALOU MAIS ALTO. COM PASSOS CUIDADOSOS, ELE COMEÇOU A CRUZAR A PONTE. DE REPENTE, MEMÓRIAS COMEÇARAM A SURGIR EM SUA MENTE, COMO SE ELE ESTIVESSE ASSISTINDO A UM FILME.

 

VIU-SE BRINCANDO COM SEU PAI NO JARDIM, SORRINDO E CORRENDO. DEPOIS, LEMBROU-SE DO DIA EM QUE CAIU DE BICICLETA E DA SENSAÇÃO DA AVÓ SEGURANDO SUA MÃO E DIZENDO QUE ELE FICARIA BEM. QUANDO ATRAVESSOU A PONTE, SENTIU UMA MISTURA DE ALEGRIA E SAUDADE.

 

— CADA UM DE NÓS GUARDA MEMÓRIAS, JIM — DISSE A RAPOSA AO FIM DA PONTE. — E ELAS PODEM NOS GUIAR OU NOS PRENDER. QUAL É O SEU CAMINHO?

 

JIM FICOU EM SILÊNCIO, PENSATIVO, MAS ANTES QUE PUDESSE RESPONDER, A RAPOSA O CHAMOU PARA CONTINUAR A JORNADA.

 

 O VALE DAS ESTRELAS

 

MAIS À FRENTE, JIM E A RAPOSA CHEGARAM A UMA CLAREIRA. ERA UM LUGAR ABERTO, ONDE O CÉU PARECIA MAIS PERTO, CHEIO DE ESTRELAS QUE CINTILAVAM COM UMA LUZ ESPECIAL. JIM SENTOU-SE NA GRAMA E OLHOU PARA O CÉU COM ADMIRAÇÃO.

 

A RAPOSA, VENDO A EXPRESSÃO MARAVILHADA DE JIM, EXPLICOU:

 

— ESTE É O VALE DAS ESTRELAS. DIZEM QUE, SE VOCÊ FIZER UM PEDIDO COM O CORAÇÃO CHEIO DE CORAGEM E SINCERIDADE, ELE PODE SE REALIZAR.

 

JIM FECHOU OS OLHOS, PENSANDO PROFUNDAMENTE. ELE DESEJAVA SABER MAIS SOBRE O MUNDO, ENTENDER OS MISTÉRIOS DA NATUREZA E DESCOBRIR SEGREDOS QUE NINGUÉM MAIS CONHECIA. MAS, AO ABRIR OS OLHOS, PERCEBEU QUE A RAPOSA ESTAVA OBSERVANDO-O DE PERTO.

 

— TENHA CUIDADO, JIM. TODO DESEJO TEM UM PREÇO.

 

JIM, PORÉM, SORRIU CONFIANTE.

 

— EU SEI, MAS ESTOU DISPOSTO A PAGAR.

 

A RAPOSA SORRIU DE VOLTA, SATISFEITA COM A RESPOSTA DE JIM.

 

### A ÁRVORE DO TEMPO

 

APÓS DEIXAR O VALE DAS ESTRELAS, ELES SEGUIRAM ATÉ ENCONTRAR UMA ÁRVORE IMENSA, MAIOR QUE QUALQUER ÁRVORE QUE JIM JÁ HAVIA VISTO. SEUS GALHOS PARECIAM ALCANÇAR O CÉU, E SUAS FOLHAS BRILHAVAM COMO PRATA.

 

— ESTA É A ÁRVORE DO TEMPO — DISSE A RAPOSA. — CADA FOLHA REPRESENTA UMA HISTÓRIA, UMA VIDA. SE VOCÊ TOCAR UMA DELAS, PODE VER O PASSADO E O FUTURO, MAS SÓ O QUE O TEMPO QUISER MOSTRAR.

 

JIM HESITOU. ELE SEMPRE FOI CURIOSO SOBRE O QUE O FUTURO LHE RESERVAVA, MAS TAMBÉM SABIA QUE ALGUMAS COISAS DEVERIAM PERMANECER DESCONHECIDAS.

 

— VOU ARRISCAR — DISSE ELE, FINALMENTE.

 

ELE ESTICOU A MÃO E TOCOU UMA FOLHA PRATEADA. DE REPENTE, VIU FLASHES DE SUA PRÓPRIA VIDA. VIU-SE CRESCENDO, TORNANDO-SE UM ADULTO E VIVENDO MUITAS AVENTURAS. MAS TAMBÉM VIU MOMENTOS TRISTES E DESAFIOS. NO FINAL DA VISÃO, VIU-SE IDOSO, SENTADO AO LADO DE UMA JANELA, AINDA COM UM OLHAR CHEIO DE CURIOSIDADE.

 

QUANDO A VISÃO ACABOU, JIM ESTAVA COM LÁGRIMAS NOS OLHOS, MAS SENTIA-SE MAIS CORAJOSO E DETERMINADO.

 

 A VOLTA PARA CASA

 

A RAPOSA OLHOU PARA ELE COM TERNURA E DISSE:

 

— AGORA VOCÊ VIU UM POUCO DO QUE ESTÁ POR VIR. MAS LEMBRE-SE: O FUTURO É FEITO DAS ESCOLHAS QUE VOCÊ FAZ HOJE.

 

JIM AGRADECEU À RAPOSA E SENTIU QUE ERA HORA DE VOLTAR PARA CASA. AO CAMINHAR DE VOLTA, SENTIA-SE DIFERENTE. A CURIOSIDADE AINDA BRILHAVA DENTRO DELE, MAS AGORA ELE ENTENDIA QUE CADA DESCOBERTA TRAZIA TAMBÉM UMA RESPONSABILIDADE.

 

 O RETORNO À VILA

 

AO CHEGAR EM CASA, SUA AVÓ ESTAVA À PORTA, ESPERANDO POR ELE COM UM SORRISO ACOLHEDOR.

 

— COMO FOI A AVENTURA, MEU CURIOSO MENINO?

 

JIM SORRIU E RESPONDEU:

 

— FOI INCRÍVEL, VOVÓ. DESCOBRI TANTAS COISAS! MAS APRENDI QUE ALGUMAS PERGUNTAS SÃO RESPONDIDAS COM O TEMPO, E QUE É PRECISO PACIÊNCIA PARA ENTENDER AS RESPOSTAS.

 

A AVÓ RIU E O ABRAÇOU.

 

— AH, MEU QUERIDO JIM, ÀS VEZES, É PRECISO APENAS OLHAR PARA DENTRO DE SI PARA ENCONTRAR AS RESPOSTAS MAIS IMPORTANTES.

 

E ASSIM, JIM CRESCEU E CONTINUOU SUA VIDA DE AVENTURAS E DESCOBERTAS. ELE NUNCA PERDEU A CURIOSIDADE, MAS AGORA SABIA QUE ALGUMAS PERGUNTAS TINHAM UM VALOR ESPECIAL E QUE CERTAS RESPOSTAS SÓ PODIAM SER COMPREENDIDAS NO TEMPO CERTO.

 

E ELE VIVEU FELIZ, CURIOSO E SÁBIO, SEMPRE EM BUSCA DE NOVOS MISTÉRIOS E NOVOS SEGREDOS PARA DESCOBRIR.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 29/10/2024
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