ERA UMA VEZ UMA COELHINHA CHAMADA LILI, QUE VIVIA EM UM LINDO BOSQUE CHEIO DE FLORES COLORIDAS E ÁRVORES FRONDOSAS. LILI ERA TÃO BRANCA QUANTO AS OUTRAS COELHINHAS, MAS HAVIA ALGO QUE A TORNAVA ESPECIAL: SUAS ORELHAS ERAM GRANDES, LONGAS E MUITO PELUDAS.

 

UM BELO DIA, AO SAIR DE SUA TOCA, LILI EXCLAMOU COM ALEGRIA: 

— AH, COMO ME SINTO BEM COM ESSAS BELÍSSIMAS ORELHAS! SÃO TÃO GRANDES E TÃO BELAS!

 

AS OUTRAS COELHINHAS A OLHAVAM E BALANÇAVAM A CABEÇA, MEIO CONFUSAS. ALGUMAS ATÉ RIAM, ACHANDO QUE LILI SE IMPORTAVA DEMAIS COM SUAS ORELHAS. MAS LILI NÃO SE IMPORTAVA COM OS OLHARES; ELA AMAVA SUAS ORELHAS E ESTAVA DETERMINADA A MOSTRAR AO MUNDO COMO ELAS ERAM INCRÍVEIS.

 

CERTA MANHÃ, ENQUANTO EXPLORAVA O BOSQUE, LILI ENCONTROU SEU AMIGO, O ESQUILO TICO, QUE ESTAVA TENTANDO ESCALAR UMA ÁRVORE ALTA. ELE OLHOU PARA LILI E DISSE: 

— OI, LILI! VOCÊ PODE ME AJUDAR? NÃO CONSIGO ALCANÇAR A NOZ QUE ESTÁ BEM LÁ NO ALTO!

 

LILI TEVE UMA IDEIA BRILHANTE. 

— ESPERE UM MOMENTO! — DISSE ELA, PULANDO DE ALEGRIA. — VOU USAR MINHAS ORELHAS!

 

ELA ESTICOU SUAS ORELHAS GRANDES E, COM TODA A FORÇA QUE TINHA, CONSEGUIU ALCANÇAR A NOZ. TICO FICOU TÃO IMPRESSIONADO QUE GRITOU: 

— UAU, LILI! SUAS ORELHAS SÃO REALMENTE INCRÍVEIS! VOCÊ CONSEGUIU PEGAR A NOZ!

 

LILI SORRIU, FELIZ POR TER AJUDADO O AMIGO. MAS ELA AINDA QUERIA MAIS. ENTÃO, DECIDIU QUE ERA HORA DE MOSTRAR O QUE SUAS ORELHAS PODIAM FAZER. FOI ATÉ O RIACHO, ONDE VIU A RAPOSA FIFI TENTANDO PESCAR. A ÁGUA ESTAVA TURVA, E FIFI ESTAVA TENDO DIFICULDADES.

 

— OI, FIFI! POSSO AJUDAR? — PERGUNTOU LILI.

 

— AH, LILI! NÃO SEI SE VOCÊ PODE — RESPONDEU A RAPOSA, DESANIMADA.

 

MAS LILI NÃO DESISTIU. ELA SE APROXIMOU DO RIACHO E, COM UM MOVIMENTO SUAVE, USOU SUAS ORELHAS PARA ABANAR A ÁGUA. AS ONDAS SE ACALMARAM E, PARA SURPRESA DE FIFI, OS PEIXES COMEÇARAM A APARECER NA SUPERFÍCIE!

 

— VOCÊ FEZ ISSO! — GRITOU FIFI, COM OS OLHOS BRILHANDO. — SUAS ORELHAS SÃO MÁGICAS!

 

COM CADA AVENTURA, LILI DESCOBRIA NOVAS MANEIRAS DE USAR SUAS ORELHAS GRANDES PARA AJUDAR SEUS AMIGOS. ELA AS USOU PARA VOAR UM POUCO NO VENTO, COMO SE FOSSEM ASAS, E ATÉ PARA OUVIR OS SEGREDOS DAS FLORES QUE CRESCIAM NO BOSQUE.

 

OS ANIMAIS COMEÇARAM A ADMIRAR AS ORELHAS DE LILI E A PERCEBER QUE, ÀS VEZES, O QUE NOS FAZ DIFERENTES PODE SER O QUE NOS TORNA ESPECIAIS. LILI, ANTES INSEGURA, AGORA ESTAVA CHEIA DE CONFIANÇA E AMOR PRÓPRIO.

 

UM DIA, TODOS OS ANIMAIS DO BOSQUE SE REUNIRAM PARA UMA GRANDE FESTA EM HOMENAGEM A LILI. HAVIA BALÕES COLORIDOS, DANÇAS E MUITAS COMIDAS GOSTOSAS. DURANTE A FESTA, TICO SUBIU EM UMA PEDRA E FALOU: 

— VAMOS CELEBRAR A COELHINHA DAS ORELHAS GRANDES! ELA NOS MOSTROU QUE SER DIFERENTE É ALGO MARAVILHOSO!

 

TODOS APLAUDIRAM, E LILI, EMOCIONADA, SORRIU DE ORELHA A ORELHA. A PARTIR DAQUELE DIA, LILI NUNCA MAIS SE SENTIU SOZINHA OU ESTRANHA. ELA APRENDEU A AMAR SUAS ORELHAS E A ENTENDER QUE CADA UM TEM SUA PRÓPRIA BELEZA.

 

E ASSIM, NO BOSQUE ALEGRE E COLORIDO, LILI E SEUS AMIGOS VIVERAM MUITAS AVENTURAS, SEMPRE COM AS ORELHAS GRANDES E CHEIAS DE HISTÓRIAS PARA CONTAR.