ERA UMA VEZ, NUMA PEQUENA CIDADE CERCADA POR MONTANHAS E CAMPOS VERDES, UMA ÁRVORE CENTENÁRIA QUE TODOS CONHECIAM COMO SABINA. SABINA ERA A MAIOR E MAIS ANTIGA ÁRVORE DA REGIÃO, COM GALHOS QUE SE ESTENDIAM COMO BRAÇOS, PRONTOS PARA ABRAÇAR QUEM QUER QUE SE SENTASSE À SUA SOMBRA. MAS O QUE NINGUÉM SABIA, EXCETO ALGUMAS CRIANÇAS MUITO ESPECIAIS, ERA QUE SABINA NÃO ERA APENAS UMA ÁRVORE. ELA TINHA O DOM DE FALAR – MAS SÓ COM AQUELES QUE A RESPEITAVAM E ESTAVAM DISPOSTOS A OUVIR SUAS HISTÓRIAS.

 

UM DESSES MENINOS ERA JOÃO, QUE ADORAVA BRINCAR PERTO DA ÁRVORE DEPOIS DA ESCOLA. JOÃO SEMPRE FICAVA CURIOSO AO OUVIR OS SUSSURROS DAS FOLHAS DE SABINA QUANDO O VENTO PASSAVA. CERTO DIA, ELE DECIDIU SE APROXIMAR MAIS E, COM UM CERTO RECEIO, SENTOU-SE EMBAIXO DA COPA GIGANTE.

 

– OI, SABINA, – JOÃO SUSSURROU, SEM MUITA ESPERANÇA DE RESPOSTA. MAS, PARA SUA SURPRESA, OUVIU UMA VOZ SUAVE E ACOLHEDORA.

 

– OLÁ, JOÃO. – RESPONDEU SABINA COM UMA RISADINHA DE FOLHAS BALANÇANDO. – ESTÁ PRONTO PARA APRENDER ALGO NOVO HOJE?

 

JOÃO ARREGALOU OS OLHOS, MAL ACREDITANDO NO QUE OUVIA.

 

– V-VOCÊ FALA?! – GAGUEJOU ELE.

 

– SIM, E SEMPRE ESTOU PRONTA PARA AJUDAR AQUELES QUE TÊM CORAÇÃO ABERTO, – RESPONDEU SABINA COM SERENIDADE.

 

NAQUELE MESMO DIA, JOÃO TINHA MUITA DIFICULDADE COM SUA LIÇÃO DE CASA DE MATEMÁTICA. ELE NÃO CONSEGUIA ENTENDER COMO FAZER AS CONTAS DE MULTIPLICAÇÃO QUE A PROFESSORA DONA CLARA HAVIA PASSADO. ENTÃO, COM A AJUDA GENTIL DE SABINA, ELE COMEÇOU A VER A MATEMÁTICA DE UM JEITO NOVO. SABINA USAVA OS GALHOS PARA DESENHAR NÚMEROS NO CHÃO, E LOGO JOÃO ESTAVA CONTANDO AS FOLHAS PARA ENTENDER MELHOR AS MULTIPLICAÇÕES.

 

NO DIA SEGUINTE, JOÃO CONTOU PARA SEUS MELHORES AMIGOS, CLARA E LUCAS, SOBRE O QUE TINHA ACONTECIDO. ELES, CLARO, FICARAM INCRÉDULOS NO COMEÇO.

 

– UMA ÁRVORE QUE FALA? AH, JOÃO, VOCÊ ESTÁ BRINCANDO! – DISSE CLARA, CRUZANDO OS BRAÇOS.

 

– É VERDADE, – INSISTIU JOÃO. – VENHAM COMIGO DEPOIS DA AULA E VOCÊS VÃO VER!

 

E ASSIM FOI. LOGO APÓS O ÚLTIMO SINAL DA ESCOLA, OS TRÊS CORRERAM ATÉ O PARQUE, ONDE SABINA FICAVA. QUANDO CHEGARAM, LUCAS FOI O PRIMEIRO A SE SENTAR EMBAIXO DA ÁRVORE.

 

– SE VOCÊ REALMENTE PODE FALAR, ME AJUDE COM A MINHA REDAÇÃO, – DESAFIOU LUCAS, QUE SEMPRE ACHAVA DIFÍCIL INVENTAR HISTÓRIAS PARA ESCREVER.

 

SABINA BALANÇOU SUAS FOLHAS COMO SE ESTIVESSE RINDO.

 

– TUDO BEM, LUCAS. FECHE OS OLHOS E OUÇA O QUE VOU CONTAR...

 

E ENTÃO, SABINA COMEÇOU A NARRAR UMA AVENTURA MÁGICA SOBRE DRAGÕES, CASTELOS E REINOS DISTANTES. LUCAS, OUVINDO COM ATENÇÃO, FOI SE ENCHENDO DE IDEIAS. QUANDO ABRIU OS OLHOS, JÁ SABIA EXATAMENTE O QUE ESCREVER.

 

CLARA, QUE ERA MUITO CURIOSA, PEDIU AJUDA PARA ENTENDER UM POEMA DIFÍCIL QUE A PROFESSORA HAVIA PASSADO. SABINA, COM A SABEDORIA DE QUEM JÁ VIU GERAÇÕES E GERAÇÕES PASSAREM, EXPLICOU O SIGNIFICADO POR TRÁS DAS PALAVRAS DE FORMA TÃO CLARA QUE CLARA FICOU ENCANTADA. ELA ENTENDEU QUE OS POEMAS NÃO SÃO APENAS PALAVRAS BONITAS, MAS SENTIMENTOS QUE A GENTE PODE SENTIR COM O CORAÇÃO.

 

COM O PASSAR DOS DIAS, AS CRIANÇAS VOLTARAM SEMPRE À ÁRVORE PARA FAZER SUAS LIÇÕES. SABINA, PACIENTE E CARINHOSA, AJUDAVA TODOS IGUALMENTE, ENSINANDO NÃO APENAS MATEMÁTICA, REDAÇÃO E POESIA, MAS TAMBÉM LIÇÕES VALIOSAS SOBRE AMIZADE, PACIÊNCIA E RESPEITO PELA NATUREZA.

 

– LEMBREM-SE, CRIANÇAS, – DIZIA SABINA, – O CONHECIMENTO É COMO MINHAS FOLHAS. ELE CRESCE E SE ESPALHA COM O TEMPO, MAS SÓ FLORESCE QUANDO VOCÊS CUIDAM BEM DELE.

 

JOÃO, CLARA E LUCAS COMEÇARAM A CONTAR PARA OUTRAS CRIANÇAS DA ESCOLA SOBRE SABINA. LOGO, MAIS E MAIS MENINOS E MENINAS IAM ATÉ A ÁRVORE PARA APRENDER. E TODOS SAÍAM DE LÁ COM ALGO MAIS DO QUE APENAS LIÇÕES FEITAS. ELES SAÍAM COM O CORAÇÃO MAIS CHEIO, COM UMA SENSAÇÃO DE QUE O MUNDO ERA MAIOR E MAIS INCRÍVEL DO QUE ELES IMAGINAVAM.

 

SABINA, A ÁRVORE DOS AMIGOS, CONTINUAVA LÁ, FIRME E SÁBIA, SEMPRE PRONTA PARA ENSINAR A QUEM QUISESSE OUVIR. E AS CRIANÇAS, COM SUAS MENTES E CORAÇÕES ABERTOS, NUNCA MAIS DEIXARAM DE VISITÁ-LA. AFINAL, APRENDER COM SABINA ERA MAIS DO QUE APENAS ENTENDER AS LIÇÕES DE CASA – ERA DESCOBRIR QUE A VERDADEIRA SABEDORIA ESTAVA EM COMPARTILHAR E CUIDAR UNS DOS OUTROS, ASSIM COMO A ÁRVORE CUIDAVA DE CADA UMA DE SUAS FOLHAS.

 

E ASSIM, A ÁRVORE DOS AMIGOS CONTINUOU A CONTAR SUAS HISTÓRIAS, DEIXANDO UM PEDACINHO DE SABEDORIA EM CADA CORAÇÃO QUE SE SENTAVA SOB SUA SOMBRA.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 19/10/2024
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