ERA UMA VEZ, EM UMA PEQUENA FAZENDA CERCADA DE ÁRVORES FRONDOSAS E UM RIO TRANQUILO, UM PATINHO CHAMADO MANECO. ELE ERA DIFERENTE DOS OUTROS PATOS DO LAGO. DESDE QUE HAVIA NASCIDO, ELE SEMPRE GOSTOU DE ESCUTAR OS SONS AO SEU REDOR E DE TENTAR IMITÁ-LOS. ENQUANTO SEUS IRMÃOS APENAS GRASNAVAM "QUÁ-QUÁ-QUÁ" O DIA INTEIRO, MANECO ADORAVA PRESTAR ATENÇÃO NOS OUTROS ANIMAIS E, COM O TEMPO, DESCOBRIU QUE PODIA SE COMUNICAR COM TODOS ELES! ELE ERA, AFINAL, UM PATINHO POLIGLOTA!

 

TUDO COMEÇOU QUANDO MANECO AINDA ERA BEM PEQUENO, SAINDO PELA PRIMEIRA VEZ DO NINHO. ELE CAMINHAVA PELA FAZENDA COM SUA MAMÃE PATA, EXPLORANDO O MUNDO. AO SE APROXIMAR DE UMA ÁRVORE, VIU UM GRUPO DE PASSARINHOS PIANDO ALEGREMENTE. MANECO, CURIOSO, TENTOU IMITAR OS SONS. "PIU-PIU-PIU!" ELE FEZ, E PARA SUA SURPRESA, OS PASSARINHOS OLHARAM PARA ELE COM CURIOSIDADE E COMEÇARAM A CONVERSAR! ELES PENSAVAM QUE MANECO ERA UM DELES!

 

— UÉ, UM PASSARINHO COM BICO DE PATO? — DISSE UM DOS PASSARINHOS, RINDO.

 

MANECO FICOU EMPOLGADO. ELE NÃO ERA SÓ UM PATO QUE FALAVA "QUÁ"! AGORA, TAMBÉM SABIA FALAR "PIU"!

 

NOS DIAS SEGUINTES, MANECO COMEÇOU A EXPLORAR AINDA MAIS. ELE CONHECEU O SENHOR GALO, QUE ACORDAVA TODOS OS ANIMAIS AO CANTAR BEM ALTO PELA MANHÃ. O GALO, COMO SEMPRE, LEVANTOU-SE COM O SOL E CANTOU "COCORICÓ!" BEM ALTO. MANECO FICOU FASCINADO. NA MANHÃ SEGUINTE, TENTOU IMITAR O CANTO DO GALO: "COCORICÓ!"

 

O GALO FICOU ESPANTADO.

 

— MAS VEJA SÓ, QUEM DIRIA QUE UM PATINHO PODE CANTAR COMO EU! — EXCLAMOU O GALO, COM UM SORRISO ORGULHOSO.

 

MANECO, FELIZ POR TER APRENDIDO MAIS UMA LÍNGUA, COMEÇOU A SE GABAR PARA SEUS IRMÃOS PATINHOS.

 

— VOCÊS PODEM FALAR COCORICÓ? NÃO? EU POSSO! — ELE DIZIA, DANDO UMA PIRUETA.

 

SEUS IRMÃOS, NO ENTANTO, NÃO ESTAVAM NEM UM POUCO IMPRESSIONADOS. PARA ELES, O IMPORTANTE ERA NADAR BEM E PEGAR MINHOCAS NO CAMPO. FALAR OUTRAS LÍNGUAS? QUE BOBAGEM!

 

MAS MANECO NÃO SE IMPORTAVA. ELE ESTAVA DETERMINADO A SE TORNAR O PATO MAIS POLIGLOTA DA FAZENDA. EM POUCO TEMPO, ELE TAMBÉM APRENDEU A CONVERSAR COM OS PORQUINHOS, GRUNHINDO "OINC-OINC" COM PERFEIÇÃO, E ATÉ COM AS VACAS, QUE MUGIAM "MUUU" SUAVEMENTE.

 

CERTA VEZ, DURANTE UMA DE SUAS AVENTURAS, MANECO CHEGOU ATÉ O CAMPO ONDE O SENHOR CAVALO ESTAVA PASTANDO. O CAVALO ERA GRANDE E MAJESTOSO, MAS SEMPRE PARECIA ESTAR COM A CABEÇA NAS NUVENS.

 

— COMO VAI, SENHOR CAVALO? — PERGUNTOU MANECO, NO IDIOMA HABITUAL DE PATO.

 

O CAVALO OLHOU PARA BAIXO, CURIOSO.

 

— ORA, VAI TUDO BEM, PATINHO. MAS VOCÊ SÓ FALA "QUÁ"?

 

MANECO RIU.

 

— CLARO QUE NÃO! EU FALO PIU, COCORICÓ, OINC, MUU, E... QUAL É O SOM QUE VOCÊ FAZ?

 

O CAVALO FICOU SURPRESO, MAS ENTÃO RELINCHOU COM ORGULHO: "IRRRÍ!"

 

MANECO, ESPERTO, LOGO IMITOU: "IRRRÍ!"

 

O CAVALO GARGALHOU.

 

— VOCÊ É REALMENTE ESPECIAL, MANECO. NUNCA CONHECI UM PATO TÃO FALANTE!

 

AOS POUCOS, MANECO SE TORNOU O TRADUTOR OFICIAL DA FAZENDA. SEMPRE QUE ALGUM ANIMAL PRECISAVA FALAR COM OUTRO, ELE ERA CHAMADO PARA AJUDAR. UM DIA, A VACA QUERIA EXPLICAR ALGO PARA O GALO SOBRE O MELHOR LUGAR PARA ENCONTRAR MILHO, MAS ELES NÃO SE ENTENDIAM. MANECO FOI LÁ E FEZ A PONTE: "MUUU" PARA A VACA E "COCORICÓ" PARA O GALO. PROBLEMA RESOLVIDO!

 

CERTA MANHÃ, ALGO INESPERADO ACONTECEU. UM GRUPO DE TURISTAS CHEGOU À FAZENDA. ENTRE ELES, UMA MENINA CHAMADA JÚLIA, QUE ERA UMA GRANDE FÃ DE PATOS. ELA OLHOU PARA MANECO, QUE ESTAVA ALI, ORGULHOSO, COM SEU BICO BRILHANTE E PENAS MACIAS, E CORREU ATÉ ELE.

 

— OLÁ, PATINHO! — DISSE JÚLIA, COM CARINHO.

 

MANECO OLHOU PARA ELA, MAS DESSA VEZ ELE NÃO ENTENDEU O QUE ELA DISSE. ERA UM SOM DIFERENTE, ALGO QUE ELE NUNCA TINHA OUVIDO ANTES. ELE FICOU CURIOSO. "COMO ASSIM? SERÁ QUE ELA FALA UMA LÍNGUA NOVA QUE EU NÃO CONHEÇO?", PENSOU.

 

JÚLIA CONTINUOU FALANDO, MAS MANECO NÃO CONSEGUIA ENTENDER UMA PALAVRA. ELE TENTOU RESPONDER COM SEU HABITUAL "QUÁ-QUÁ", MAS ELA RIU E BALANÇOU A CABEÇA.

 

— VOCÊ NÃO ENTENDE, NÉ, PATINHO? — DISSE JÚLIA, SORRINDO.

 

MANECO, DETERMINADO A DESCOBRIR COMO FALAR A LÍNGUA DA MENINA, DECIDIU QUE PRECISAVA APRENDER. DURANTE DIAS, ELE A SEGUIA POR TODO LADO, ESCUTANDO ATENTAMENTE CADA PALAVRA QUE ELA DIZIA. E, DEPOIS DE MUITO ESFORÇO, ALGO INCRÍVEL ACONTECEU! UM BELO DIA, MANECO ABRIU O BICO E DISSE, COM UMA VOZ SUAVE E ENGRAÇADA:

 

— OLÁ, JÚLIA!

 

A MENINA FICOU BOQUIABERTA. UM PATO FALANTE?!

 

— VOCÊ ESTÁ FALANDO?! — GRITOU ELA, MARAVILHADA.

 

— SIM! — RESPONDEU MANECO. — EU FALO MUITAS LÍNGUAS, SABIA? PIUPIU, COCORICÓ, OINC, MUU... E AGORA, EU FALO A SUA LÍNGUA TAMBÉM!

 

JÚLIA COMEÇOU A RIR E LOGO TODOS OS ANIMAIS DA FAZENDA CORRERAM PARA VER A CENA. O PATINHO POLIGLOTA HAVIA APRENDIDO A FALAR A LÍNGUA DOS HUMANOS! A NOTÍCIA SE ESPALHOU PELA REGIÃO, E LOGO A FAZENDA DE MANECO FICOU FAMOSA. TODOS QUERIAM CONHECER O PATO QUE SABIA FALAR COM QUALQUER UM.

 

MANECO SE TORNOU UM GRANDE AMIGO DE TODOS, SEMPRE AJUDANDO A TRADUZIR CONVERSAS ENTRE OS ANIMAIS E OS HUMANOS. ELE ERA O ELO ENTRE DOIS MUNDOS, E NUNCA DEIXOU DE APRENDER NOVAS PALAVRAS E SONS.

 

E ASSIM, MANECO VIVEU FELIZ, SEMPRE EXPLORANDO NOVOS IDIOMAS E, MAIS IMPORTANTE, ESPALHANDO ALEGRIA E UNIÃO POR ONDE PASSAVA.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 14/10/2024
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