ERA UMA MANHÃ ENSOLARADA EM ITANHAÉM, UMA CIDADE ENCANTADORA NO LITORAL DE SÃO PAULO, ONDE AS ONDAS DANÇAVAM NA PRAIA E O VENTO BALANÇAVA AS FOLHAS DOS COQUEIROS. AMANDA, UMA MENINA CURIOSA E CHEIA DE ENERGIA, ACORDOU ANIMADA, POIS SABIA QUE AQUELE SERIA UM DIA ESPECIAL. SUA MELHOR AMIGA, MAITHÊ, HAVIA PROMETIDO UMA GRANDE AVENTURA. AS DUAS ADORAVAM EXPLORAR AS BELEZAS NATURAIS DA CIDADE, SEMPRE DESCOBRINDO ALGO NOVO E MÁGICO.

 

AMANDA CORREU ATÉ A CASA DE MAITHÊ, QUE FICAVA A ALGUMAS QUADRAS DE DISTÂNCIA. ELAS SE ABRAÇARAM COMO SE NÃO SE VISSEM HÁ DIAS, EMBORA TIVESSEM BRINCADO JUNTAS NA TARDE ANTERIOR.

 

— AMANDA! — EXCLAMOU MAITHÊ, COM OS OLHOS BRILHANDO. — TENHO UM SEGREDO PRA TE CONTAR. VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DA PEDRA QUE CANTA?

 

— PEDRA QUE CANTA? NUNCA OUVI! O QUE É ISSO? — PERGUNTOU AMANDA, INTRIGADA.

 

— MINHA AVÓ ME CONTOU QUE É UMA PEDRA MÁGICA, LÁ NO MEIO DA MATA, ONDE AS ÁRVORES SÃO MAIS ALTAS. DIZEM QUE, QUANDO O SOL BATE NELA NO ÂNGULO CERTO, VOCÊ PODE OUVIR O SOM DO MAR, MESMO ESTANDO LONGE DA PRAIA. QUER DESCOBRIR COMIGO?

 

AMANDA NÃO CONSEGUIA CONTER A ANIMAÇÃO. AS DUAS PEGARAM SUAS MOCHILAS, ENCHERAM-NAS COM ÁGUA, ALGUNS LANCHES E LANTERNAS, E SE PREPARARAM PARA A AVENTURA DO DIA.

 

CAMINHANDO PELAS RUAS TRANQUILAS DE ITANHAÉM, AS MENINAS CONVERSAVAM SOBRE SUAS IDEIAS PARA O FUTURO. AMANDA QUERIA SER BIÓLOGA, APAIXONADA PELA NATUREZA COMO ERA. JÁ MAITHÊ SONHAVA EM SER FOTÓGRAFA E CAPTURAR A BELEZA DE CADA PEDACINHO DO MUNDO. ELAS COMPARTILHAVAM SEUS SONHOS E GARGALHAVAM, SENTINDO-SE LIVRES E FELIZES.

 

LOGO, O CAMINHO DE PEDRAS DA CIDADE SE TRANSFORMOU EM UMA TRILHA CERCADA PELA VEGETAÇÃO EXUBERANTE. ELAS PODIAM OUVIR O CANTO DOS PÁSSAROS E SENTIR O CHEIRO FRESCO DA MATA. O SOM DISTANTE DAS ONDAS DO MAR AINDA ECOAVA, MAS LOGO SERIA SUBSTITUÍDO PELO SOM MISTERIOSO DA PEDRA QUE CANTA, PENSAVA AMANDA.

 

CAMINHARAM DURANTE HORAS, ENFRENTANDO SUBIDAS E DESCIDAS. HAVIA MOMENTOS DE SILÊNCIO, ONDE ELAS APENAS OUVIAM O BARULHO DAS FOLHAS SOB SEUS PÉS E O SUSSURRO DO VENTO NAS ÁRVORES. ATÉ QUE, FINALMENTE, CHEGARAM A UMA CLAREIRA. NO CENTRO, HAVIA UMA ENORME PEDRA DE APARÊNCIA COMUM, EXCETO PELO BRILHO SUAVE QUE REFLETIA O SOL.

 

— É ESSA! — DISSE MAITHÊ, COM OS OLHOS ARREGALADOS. — VAMOS NOS APROXIMAR!

 

AS DUAS SE SENTARAM EM FRENTE À PEDRA E ESPERARAM. O SOL ESTAVA SE MOVENDO LENTAMENTE PELO CÉU, E, QUANDO SEUS RAIOS FINALMENTE TOCARAM A SUPERFÍCIE DA PEDRA, UM SOM SUAVE COMEÇOU A PREENCHER O AR. PARECIA O SOM DO MAR, MAS COM UMA MELODIA ENCANTADORA, COMO SE AS ONDAS ESTIVESSEM CANTANDO UMA MÚSICA ESPECIAL PARA ELAS.

 

AMANDA FECHOU OS OLHOS, SENTINDO CADA NOTA. ELA AMAVA A VIDA COM TODA A SUA INTENSIDADE NAQUELE MOMENTO. SENTADA AO LADO DE SUA MELHOR AMIGA, CERCADA PELA NATUREZA E OUVINDO A MÚSICA MÁGICA DA PEDRA QUE CANTA, ELA SABIA QUE HAVIA MUITAS AVENTURAS PELA FRENTE. ITANHAÉM ERA UM LUGAR ESPECIAL, CHEIO DE SEGREDOS, E ELA ESTAVA PRONTA PARA DESCOBRIR CADA UM DELES.

 

— ACHO QUE ESSE SOM ESTÁ NOS DIZENDO ALGO — SUSSURROU MAITHÊ, OLHANDO PARA AMANDA.

 

— ESTÁ SIM. ESTÁ DIZENDO QUE A VIDA É CHEIA DE MAGIA. E NÓS SÓ PRECISAMOS ESTAR ATENTAS PARA PERCEBER — RESPONDEU AMANDA, SORRINDO.

 

COM O CORAÇÃO LEVE E CHEIO DE GRATIDÃO, AMANDA PERCEBEU QUE, ACIMA DE QUALQUER COISA, A VERDADEIRA AVENTURA ERA VIVER. AMANDO A VIDA, CADA DETALHE, CADA DESCOBERTA E CADA AMIGO QUE FAZIA PARTE DA SUA JORNADA.

DEPOIS DE OUVIR A MÚSICA ENCANTADA DA PEDRA QUE CANTA, AMANDA E MAITHÊ SENTIRAM QUE AQUELE ERA APENAS O COMEÇO DE UMA GRANDE DESCOBERTA. ENQUANTO O SOL COMEÇAVA A SE ESCONDER ATRÁS DAS ÁRVORES, AS MENINAS DECIDIRAM QUE ERA HORA DE VOLTAR PARA CASA. MAS NO CAMINHO, ALGO INESPERADO ACONTECEU.

— OLHA AQUILO, AMANDA! — GRITOU MAITHÊ, APONTANDO PARA UMA PEQUENA TRILHA ESCONDIDA ENTRE AS ÁRVORES. ERA UM CAMINHO ESTREITO, QUE PARECIA TER SIDO POUCO USADO, MAS SUAS MARCAS ERAM NÍTIDAS O SUFICIENTE PARA AGUÇAR A CURIOSIDADE DELAS.

— SERÁ QUE DEVEMOS SEGUIR POR ALI? — PERGUNTOU AMANDA, UM POUCO HESITANTE. APESAR DE ADORAR AVENTURAS, TAMBÉM SABIA QUE A FLORESTA PODIA SER CHEIA DE SURPRESAS.

MAITHÊ, MAIS IMPULSIVA, JÁ ESTAVA NA FRENTE, ENTRANDO NA TRILHA.

— VAMOS SÓ VER ONDE ISSO VAI DAR. PROMETO QUE, SE NÃO FOR NADA, VOLTAMOS RAPIDINHO!

AMANDA SUSPIROU, MAS NÃO RESISTIU. AS DUAS MENINAS SEGUIRAM PELA TRILHA, ENQUANTO A LUZ DO SOL IA FICANDO CADA VEZ MAIS FRACA. O CAMINHO SERPENTEAVA PELA MATA, E LOGO PERCEBERAM QUE ESTAVAM SE AFASTANDO DA CLAREIRA ONDE HAVIAM ENCONTRADO A PEDRA QUE CANTA.

— ACHO QUE JÁ FOMOS LONGE DEMAIS... — DISSE AMANDA, TENTANDO ESCONDER A PREOCUPAÇÃO NA VOZ. — DEVÍAMOS VOLTAR.

MAITHÊ, NO ENTANTO, OLHOU À FRENTE E PAROU DE REPENTE.

— AMANDA, OLHA! — DISSE ELA, COM OS OLHOS BRILHANDO DE ENTUSIASMO.

NA FRENTE DELAS, ESCONDIDO POR GALHOS E FOLHAS, ESTAVA UM ARCO DE PEDRA COBERTO DE MUSGO, QUE PARECIA SER UMA ENTRADA PARA ALGUM TIPO DE CONSTRUÇÃO ANTIGA.

— O QUE É ISSO? — SUSSURROU AMANDA, MARAVILHADA.

— NÃO SEI, MAS PARECE ALGO MUITO ANTIGO. TALVEZ SEJA UM TEMPLO OU UM LUGAR SAGRADO. — MAITHÊ APROXIMOU-SE COM CUIDADO, PASSANDO AS MÃOS SOBRE AS PEDRAS FRIAS E RUGOSAS. — VAMOS ENTRAR?

DESSA VEZ, AMANDA NÃO HESITOU. A CURIOSIDADE TOMOU CONTA DELA, E JUNTAS ELAS PASSARAM PELO ARCO. DO OUTRO LADO, HAVIA UM PEQUENO ESPAÇO, COMO UM JARDIM SECRETO, CHEIO DE PLANTAS QUE PARECIAM CRESCER LIVRES E SELVAGENS. NO CENTRO, UMA ÁRVORE IMENSA, COM TRONCO GROSSO E RAÍZES QUE SERPENTEAVAM PELO CHÃO, CHAMOU A ATENÇÃO DELAS.

— ISSO É TÃO BONITO! — EXCLAMOU AMANDA, FASCINADA PELA GRANDIOSIDADE DA ÁRVORE. — NUNCA VI NADA ASSIM ANTES.

ENQUANTO CAMINHAVAM EM VOLTA DA ÁRVORE, PERCEBERAM ALGO BRILHANDO ENTRE AS RAÍZES. ERA UMA PEQUENA CAIXA DE MADEIRA, DESGASTADA PELO TEMPO, MAS COM DETALHES GRAVADOS EM SUA SUPERFÍCIE.

— O QUE SERÁ QUE TEM DENTRO? — PERGUNTOU MAITHÊ, SEUS OLHOS AGORA CHEIOS DE EXPECTATIVA.

AMANDA SE AJOELHOU E, COM CUIDADO, PUXOU A CAIXA. ELA PARECIA LEVE, MAS ESTAVA TRANCADA COM UM PEQUENO CADEADO ENFERRUJADO. AS MENINAS TROCARAM OLHARES E, ANTES QUE PUDESSEM PENSAR NO QUE FAZER, OUVIRAM UMA VOZ SUAVE ECOANDO AO REDOR DELAS.

— VOCÊS SÃO AS PRIMEIRAS A ENCONTRAR ESTE LUGAR EM MUITOS ANOS...

AS DUAS MENINAS CONGELARAM. OLHARAM AO REDOR, MAS NÃO HAVIA NINGUÉM. A VOZ PARECIA VIR DE TODOS OS LADOS, COMO SE A PRÓPRIA FLORESTA ESTIVESSE FALANDO COM ELAS.

— QUEM... QUEM ESTÁ AÍ? — PERGUNTOU AMANDA, COM A VOZ TRÊMULA.

— SOU O ESPÍRITO GUARDIÃO DESTA ÁRVORE — DISSE A VOZ, AGORA MAIS CLARA. — ESTA CAIXA CONTÉM ALGO MUITO ESPECIAL, ALGO QUE APENAS CORAÇÕES PUROS PODEM ENCONTRAR. ELA GUARDA A ESSÊNCIA DA VIDA, O PODER DE PROTEGER O QUE É MAIS PRECIOSO: A NATUREZA AO SEU REDOR.

AMANDA E MAITHÊ SE ENTREOLHARAM, AGORA MAIS INTRIGADAS DO QUE ASSUSTADAS.

— MAS POR QUE NÓS? — PERGUNTOU MAITHÊ. — SOMOS APENAS DUAS MENINAS CURIOSAS.

— JUSTAMENTE POR ISSO — RESPONDEU A VOZ, SUAVE COMO O VENTO ENTRE AS FOLHAS. — VOCÊS POSSUEM A CURIOSIDADE E O AMOR PELA VIDA, ALGO QUE É RARO DE ENCONTRAR. PARA ABRIR ESSA CAIXA, PRECISAM PRIMEIRO PROVAR QUE ENTENDEM O VERDADEIRO VALOR DA NATUREZA E DA AMIZADE.

AMANDA OLHOU PARA A CAIXA EM SUAS MÃOS E SENTIU O PESO DE UMA RESPONSABILIDADE MAIOR DO QUE ESPERAVA. ELAS AMAVAM EXPLORAR, MAS SERÁ QUE ESTAVAM PRONTAS PARA ALGO TÃO GRANDIOSO?

— O QUE PRECISAMOS FAZER? — PERGUNTOU AMANDA, DECIDIDA.

— A RESPOSTA ESTÁ DENTRO DE VOCÊS — DISSE A VOZ. — OBSERVEM A ÁRVORE, OUÇAM OS SUSSURROS DA FLORESTA. PROTEJAM O QUE É BELO E VERDADEIRO, E A CAIXA SE ABRIRÁ NO MOMENTO CERTO.

AS MENINAS FICARAM EM SILÊNCIO, CONTEMPLANDO A GRANDE ÁRVORE DIANTE DELAS. MAITHÊ TIROU SUA CÂMERA E COMEÇOU A TIRAR FOTOS, ENQUANTO AMANDA SE SENTOU PERTO DAS RAÍZES, TOCANDO O CHÃO E SENTINDO A FORÇA DA TERRA.

— ACHO QUE JÁ SEI O QUE SIGNIFICA — DISSE AMANDA, DEPOIS DE UM TEMPO. — NÃO SE TRATA DE ABRIR A CAIXA DE QUALQUER JEITO. SE NÓS CUIDARMOS DO QUE É IMPORTANTE, A CAIXA SE ABRIRÁ SOZINHA, PORQUE O QUE ESTÁ DENTRO DELA É UMA PARTE DAQUILO QUE JÁ CARREGAMOS AQUI — E ELA TOCOU O CORAÇÃO.

MAITHÊ ASSENTIU, ENTENDENDO. E ASSIM, AS DUAS SE COMPROMETERAM A PROTEGER AQUELE LUGAR, VOLTANDO SEMPRE PARA CUIDAR DA GRANDE ÁRVORE E DE TUDO AO SEU REDOR.

NAQUELA NOITE, QUANDO O SOL JÁ HAVIA DESAPARECIDO COMPLETAMENTE, AS DUAS MENINAS PARTIRAM DE VOLTA PARA CASA, LEVANDO CONSIGO A PROMESSA DE GUARDAR O SEGREDO DAQUELE JARDIM ESPECIAL. AMANDA SENTIA QUE HAVIA APRENDIDO ALGO MUITO MAIOR DO QUE QUALQUER AVENTURA ANTERIOR: O VALOR DE AMAR E CUIDAR DO MUNDO AO SEU REDOR.

E ENQUANTO CAMINHAVAM, MAITHÊ OLHOU PARA AMANDA E DISSE:

— AMANDA, ACHO QUE VOCÊ ESTAVA CERTA. A VIDA É CHEIA DE MAGIA, MAS A VERDADEIRA MAGIA ESTÁ EM COMO A GENTE CUIDA DELA.

AMANDA SORRIU.

— SIM, MAITHÊ. E EU VOU AMAR A VIDA, TODOS OS DIAS.

E ASSIM, NAQUELE DIA, ENTRE RISADAS, SONS MÁGICOS E O AMOR PELA NATUREZA, AMANDA E MAITHÊ SELARAM MAIS UMA PÁGINA DA AMIZADE DELAS, SABENDO QUE OUTRAS AVENTURAS ESTAVAM POR VIR.

 

 

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 11/10/2024
Reeditado em 14/10/2024
Código do texto: T8170998
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