ERA UMA VEZ, NUMA PEQUENA VILA CERCADA POR COLINAS VERDES E CÉUS ESTRELADOS, UMA MOCINHA CHAMADA RUBIANA. ELA TINHA LONGOS CABELOS RUIVOS COMO A CEREJA E OLHOS BRILHANTES, SEMPRE CURIOSOS SOBRE O MUNDO AO SEU REDOR. AO SEU LADO, EM TODAS AS AVENTURAS, ESTAVA SEU FIEL AMIGO E COMPANHEIRO, UM GATO DE PELO PRATEADO CHAMADO DIAMANTINO. SEU NOME VINHA DE SEUS OLHOS, QUE BRILHAVAM COMO DIAMANTES AO REFLETIREM A LUZ DA LUA.

 

RUBIANA ADORAVA OLHAR AS ESTRELAS. TODAS AS NOITES, ELA SUBIA ATÉ O ALTO DA COLINA, COM DIAMANTINO NO COLO, E FICAVA ALI, CONTEMPLANDO O CÉU ESCURO, REPLETO DE PONTOS LUMINOSOS. O QUE MAIS A FASCINAVA ERA O BRILHO DAS ESTRELAS, TÃO LONGE E MISTERIOSAS, COMO SE CADA UMA GUARDASSE UM SEGREDO.

 

— NÃO TENHO CERTEZA DE NADA, MAS A VISÃO DAS ESTRELAS ME FAZ SONHAR — RUBIANA DIZIA A SEU GATO, QUE RONRONAVA BAIXINHO EM RESPOSTA.

 

UMA NOITE, ENQUANTO OBSERVAVA O CÉU, ALGO DIFERENTE ACONTECEU. UMA ESTRELA CADENTE CRUZOU O HORIZONTE, ILUMINANDO A NOITE POR ALGUNS SEGUNDOS. RUBIANA FICOU ENCANTADA, MAS PERCEBEU QUE AQUELA ESTRELA NÃO DESAPARECEU COMO AS OUTRAS. AO INVÉS DISSO, ELA COMEÇOU A BRILHAR CADA VEZ MAIS FORTE, ATÉ QUE UMA VOZ SUAVE SUSSURROU NO VENTO:

 

— RUBIANA, NÃO TENHA MEDO DOS CONFRONTOS. ATÉ OS PLANETAS SE CHOCAM, E DO CAOS NASCEM AS ESTRELAS.

 

A MOCINHA OLHOU AO REDOR, SURPRESA. QUEM TERIA FALADO? MAS NÃO HAVIA NINGUÉM, APENAS O CÉU INFINITO E SEU GATO DIAMANTINO. AINDA ASSIM, AQUELAS PALAVRAS PARECIAM FAZER SENTIDO. RUBIANA SABIA QUE NEM SEMPRE A VIDA ERA FÁCIL, MAS, ASSIM COMO AS ESTRELAS, ERA PRECISO BRILHAR, MESMO NAS NOITES MAIS ESCURAS.

 

DIAS DEPOIS, UMA TEMPESTADE FORTE ATINGIU A VILA. AS NUVENS ESCURAS COBRIRAM O CÉU, E AS ESTRELAS DESAPARECERAM POR COMPLETO. RUBIANA, QUE SEMPRE ENCONTRAVA PAZ AO OBSERVAR O CÉU ESTRELADO, SE SENTIU PERDIDA SEM SUA LUZ. ELA SUBIU ATÉ A COLINA, APESAR DOS VENTOS FORTES E DA CHUVA QUE CAÍA, MAS NÃO HAVIA UMA ÚNICA ESTRELA À VISTA.

 

DIAMANTINO, ENCOLHIDO EM SEU COLO, PARECIA TAMBÉM SENTIR A TRISTEZA DE SUA DONA. RUBIANA SEGUROU O GATO FIRME E, COM OS OLHOS FECHADOS, FEZ UM PEDIDO SILENCIOSO ÀS ESTRELAS.

 

— QUANDO A NOITE ESCONDE A LUZ, DEUS ACENDE AS ESTRELAS — ELA SUSSURROU PARA SI MESMA, ACREDITANDO QUE, MESMO ATRÁS DAS NUVENS, ELAS AINDA ESTAVAM LÁ, BRILHANDO.

 

NO INSTANTE SEGUINTE, AS NUVENS COMEÇARAM A SE ABRIR, E, DEVAGAR, UMA A UMA, AS ESTRELAS VOLTARAM A APARECER. O CÉU ANTES ESCURO FOI PREENCHIDO NOVAMENTE COM A LUZ BRILHANTE QUE RUBIANA TANTO AMAVA. ELA SORRIU, SENTINDO O CORAÇÃO LEVE, COMO SE AS ESTRELAS ESTIVESSEM RESPONDENDO AO SEU CHAMADO.

 

— VIU, DIAMANTINO? — DISSE RUBIANA ACARICIANDO O GATO. — NÃO DEVEMOS TER MEDO DAS NOITES ESCURAS. AS ESTRELAS SEMPRE VOLTAM A BRILHAR, MESMO QUANDO NÃO PODEMOS VÊ-LAS.

 

E ASSIM, COM O TEMPO, RUBIANA ENTENDEU QUE OS MOMENTOS DIFÍCEIS ERAM COMO AS TEMPESTADES QUE ESCONDIAM AS ESTRELAS. MAS, NO FINAL, A LUZ SEMPRE RETORNAVA, MAIS FORTE E MAIS BRILHANTE. A CADA NOVA NOITE, AO LADO DE SEU FIEL AMIGO DIAMANTINO, ELA SUBIA A COLINA, CERTA DE QUE, MESMO NO MEIO DO CAOS, AS ESTRELAS NUNCA DEIXARIAM DE BRILHAR.

 

E ASSIM, RUBIANA E DIAMANTINO SEGUIRAM SUAS NOITES ESTRELADAS, APRENDENDO QUE A VERDADEIRA LUZ MORA DENTRO DE NÓS, E QUE, MESMO QUANDO PARECE QUE TUDO ESTÁ ESCURO, BASTA ACREDITAR — E A LUZ VOLTARÁ A ILUMINAR O CAMINHO.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 27/09/2024
Reeditado em 27/09/2024
Código do texto: T8161490
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