ERA UMA VEZ,  NUMA VILA À BEIRA DO RIO, UM BURRINHO CHAMADO ELVIS. ELE NÃO ERA UM BURRINHO COMUM, PORQUE, ALÉM DE SER MUITO ESPERTO, TINHA UMA GRANDE RESPONSABILIDADE: ELVIS ERA O TIMONEIRO DE UM BARCO MUITO ESPECIAL CHAMADO "VENTO NORTE".

 

O BARCO VENTO NORTE NAVEGAVA PELAS ÁGUAS SERENAS DO RIO E, ÀS VEZES, PELAS ÁGUAS AGITADAS DO MAR. ERA UM BARCO USADO EM REGATAS, AQUELAS CORRIDAS DE BARCOS QUE ACONTECEM EM DIAS DE VENTO FORTE. E, APESAR DE SER UM BURRINHO, ELVIS ERA QUEM FICAVA NO TIMÃO, GUIANDO O BARCO E A TRIPULAÇÃO COM TODA A SUA SABEDORIA.

 

ELVIS HAVIA APRENDIDO TUDO SOBRE O VENTO, AS MARÉS E AS ESTRELAS COM O VELHO CAPITÃO JOÃO, QUE O ENSINARA A LER OS SINAIS DA NATUREZA PARA SABER PARA ONDE IR. ASSIM, O BURRINHO NÃO SÓ SABIA MANEJAR O TIMÃO, COMO TAMBÉM DOMINAVA AS VELAS, ESPECIALMENTE A VELA GRANDE, A PRINCIPAL, QUE PRECISAVA SER AJUSTADA CONFORME O VENTO SOPRAVA.

 

CERTA VEZ, EM UMA GRANDE REGATA, TODOS OS BARCOS ESTAVAM PRONTOS PARA PARTIR. O VENTO SOPRAVA FORTE, E O RIO ESTAVA CHEIO DE ONDULAÇÕES. OS OUTROS BARCOS TINHAM MARINHEIROS EXPERIENTES NO COMANDO, MAS O VENTO NORTE TINHA ELVIS, O BURRINHO TIMONEIRO, E UMA TRIPULAÇÃO CHEIA DE ANIMAIS DA FAZENDA, COMO PAT, A GALINHA VIGIA, E TICO, O GATO QUE CUIDAVA DAS CORDAS.

 

QUANDO O SINAL DA LARGADA FOI DADO, TODOS OS BARCOS COMEÇARAM A VELEJAR COM O VENTO A FAVOR. ELVIS, COM SUAS ORELHAS SEMPRE ATENTAS AO SOM DO VENTO, PERCEBEU QUE UMA GRANDE RAJADA ESTAVA PRESTES A MUDAR DE DIREÇÃO. ELE SABIA QUE PRECISARIA AJUSTAR A VELA GRANDE RAPIDAMENTE PARA MANTER O BARCO NO RUMO CERTO.

 

COM SUAS PATAS FIRMES NO TIMÃO, ELVIS GRITOU PARA TICO: 

— VAMOS AJUSTAR A VELA GRANDE! O VENTO VAI VIRAR!

 

OS OUTROS BARCOS CONTINUARAM A VELEJAR NA MESMA DIREÇÃO, SEM PERCEBER A MUDANÇA NO VENTO. MAS ELVIS, COM SUA SABEDORIA, GIROU O TIMÃO NA HORA EXATA E, JUNTO COM TICO E PAT, FEZ A MANOBRA PERFEITA. O VENTO NORTE PEGOU A RAJADA DE VENTO DA MANEIRA CERTA, GANHANDO MUITA VELOCIDADE E ULTRAPASSANDO TODOS OS OUTROS BARCOS.

 

— VIVA O ELVIS! — GRITARAM OS ANIMAIS A BORDO.

 

MAS A REGATA NÃO TINHA ACABADO. MAIS À FRENTE, AS NUVENS ESCURAS COMEÇARAM A SE FORMAR NO CÉU. UMA TEMPESTADE SE APROXIMAVA, E OS OUTROS BARCOS COMEÇARAM A PERDER O CONTROLE, DESVIANDO PARA TODOS OS LADOS. ALGUNS MARINHEIROS FICARAM APAVORADOS, POIS AS ONDAS COMEÇARAM A FICAR ENORMES E O VENTO SOPRAVA FURIOSAMENTE.

 

ELVIS, NO ENTANTO, MANTEVE A CALMA. ELE SABIA QUE, EM UMA TEMPESTADE, ERA IMPORTANTE NÃO LUTAR CONTRA O VENTO, MAS TRABALHAR COM ELE. ASSIM, ELE ORDENOU:

 

— VAMOS COLOCAR O BARCO CONTRA O VENTO POR UM MOMENTO, PARA ACALMAR AS VELAS! DEPOIS, FAREMOS A MANOBRA E SEGUIREMOS EM FRENTE!

 

A TRIPULAÇÃO OBEDECEU, E ELVIS, FIRME NO TIMÃO, CONDUZIU O VENTO NORTE COM SEGURANÇA. A TEMPESTADE PASSOU, E LOGO O CÉU CLAREOU, REVELANDO UM BELO ARCO-ÍRIS NO HORIZONTE.

 

QUANDO A REGATA TERMINOU, ADIVINHEM QUEM FOI O PRIMEIRO BARCO A CRUZAR A LINHA DE CHEGADA? ISSO MESMO, O VENTO NORTE, GUIADO PELO GRANDE ELVIS, O BURRINHO TIMONEIRO.

 

OS OUTROS MARINHEIROS FICARAM MARAVILHADOS COM A HABILIDADE DE ELVIS E FORAM ATÉ ELE PARA PERGUNTAR COMO CONSEGUIA GUIAR O BARCO TÃO BEM. O BURRINHO, COM UM SORRISO NO ROSTO, APENAS DISSE:

 

— BASTA OUVIR O VENTO, SENTIR AS ONDAS E NUNCA PERDER A CALMA. ASSIM, O CAMINHO SEMPRE SE REVELA.

 

E ASSIM, ELVIS FICOU CONHECIDO COMO O MELHOR TIMONEIRO DE TODOS OS TEMPOS. DESDE ENTÃO, ELE CONTINUOU A GUIAR O VENTO NORTE EM MUITAS OUTRAS AVENTURAS, SEMPRE MOSTRANDO QUE, MESMO SENDO UM BURRINHO, SUA CORAGEM E SABEDORIA O FAZIAM CAPAZ DE ENFRENTAR QUALQUER DESAFIO.

 

E TODOS NA VILA SEMPRE LEMBRAVAM: “NÃO SUBESTIMEM O BURRINHO TIMONEIRO!”