ERA UMA VEZ, EM UM LUGAR ONDE O SILÊNCIO ERA TÃO GRANDE QUE SE PODIA OUVIR O VENTO CONTAR HISTÓRIAS, UM GRUPO MUITO DIVERTIDO DE CAVEIRINHAS QUE ADORAVA BRINCAR DE PEGA-PEGA. ELAS MORAVAM NUM CAMPO CHEIO DE FLORES BRILHANTES E COLORIDAS, E SUAS RISADINHAS ECOAVAM PELO AR ENQUANTO CORRIAM UMAS ATRÁS DAS OUTRAS.

 

ENTRE ESSAS CAVEIRINHAS, HAVIA UMA CHAMADA BILU, QUE ERA A MAIS RÁPIDA DE TODAS. ELA TINHA UMA FAIXA VERMELHA ENROLADA NO CRÂNIO E SEMPRE FICAVA À FRENTE NAS CORRIDAS. SEUS AMIGOS, TITO E MIMI, TENTAVAM ALCANÇÁ-LA, MAS NUNCA CONSEGUIAM.

 

UM DIA, ENQUANTO ESTAVAM BRINCANDO DE PEGA-PEGA COMO DE COSTUME, AS CAVEIRINHAS COMEÇARAM A CORRER MAIS LONGE DO QUE DE COSTUME. ELAS NÃO PERCEBERAM QUE ESTAVAM SE APROXIMANDO DA RUA DA CASA DE DONA IRACEMA, UMA SENHORA MUITO SIMPÁTICA, MAS QUE, COMO QUALQUER OUTRA PESSOA, SE ASSUSTAVA COM COISAS INESPERADAS.

 

DONA IRACEMA ESTAVA REGANDO SUAS PLANTAS NO JARDIM QUANDO, DE REPENTE, OUVIU O SOM DE PASSOS APRESSADOS. AO SE VIRAR, ELA SAIU NA RUA E VIU AS CAVEIRINHAS CORRENDO NA SUA DIREÇÃO, COM AS MANDÍBULAS SORRINDO DE ORELHA A ORELHA (SE TIVESSEM ORELHAS, CLARO). SEUS OSSINHOS TILINTAVAM COMO SININHOS NO AR. BILU, TITO E MIMI VINHAM RÁPIDOS, BRINCANDO E RINDO ALTO, SEM PERCEBER QUE DONA IRACEMA ESTAVA ALI.

 

"AI MEU DEUS!" – GRITOU A SENHORA, LARGANDO O REGADOR E COLOCANDO AS MÃOS NO PEITO DE SUSTO. ELA PENSOU QUE TINHA VISTO FANTASMAS! MAS NÃO ERAM FANTASMAS, APENAS CAVEIRINHAS BRINCALHONAS.

 

AO VEREM DONA IRACEMA ASSUSTADA, AS CAVEIRINHAS PARARAM IMEDIATAMENTE. BILU, A LÍDER, CHEGOU PERTO COM SEU SORRISO AMISTOSO E DISSE: 

"DESCULPA, SENHORA! A GENTE NÃO QUERIA ASSUSTAR VOCÊ. ESTAMOS SÓ BRINCANDO DE PEGA-PEGA!"

 

DONA IRACEMA, AINDA COM O CORAÇÃO BATENDO FORTE, OLHOU PARA AQUELAS CAVEIRINHAS E PERCEBEU QUE, POR MAIS DIFERENTES QUE PARECESSEM, ELAS SÓ ESTAVAM SE DIVERTINDO. NÃO HAVIA NADA DE ASSUSTADOR NAQUELAS CRIATURINHAS. NA VERDADE, ELA ATÉ COMEÇOU A ACHAR GRAÇA NO JEITO ANIMADO DELAS.

 

"AH, ESTÁ TUDO BEM, MINHAS QUERIDAS," DISSE DONA IRACEMA, RINDO UM POUCO. "SÓ NÃO ESPERAVA VER CAVEIRINHAS BRINCANDO NO MEU JARDIM!"

 

MIMI, A CAVEIRINHA MENOR, EXPLICOU COM SUA VOZ SUAVE: "SOMOS CAVEIRAS POR FORA, MAS POR DENTRO SOMOS COMO TODO MUNDO: GOSTAMOS DE BRINCAR, CORRER E SORRIR. TODO MUNDO, NO FUNDO, TEM UMA CAVEIRINHA DENTRO DE SI, SABIA? SÓ QUE A NOSSA É POR FORA!"

 

DONA IRACEMA RIU MAIS AINDA E, DE REPENTE, O SUSTO TINHA VIRADO PURA ALEGRIA. ELA ATÉ PENSOU QUE, AFINAL, AS CAVEIRINHAS ERAM BEM ENGRAÇADAS E AMIGÁVEIS.

 

"ENTÃO, POSSO BRINCAR TAMBÉM?" PERGUNTOU ELA, COM UM SORRISO CURIOSO.

 

AS CAVEIRINHAS FICARAM SUPER ANIMADAS! E, ANTES QUE ELA PUDESSE PERCEBER, DONA IRACEMA ESTAVA CORRENDO JUNTO COM BILU, TITO E MIMI, PARTICIPANDO DO PEGA-PEGA MAIS DIVERTIDO DE SUA VIDA. SEUS PASSOS ERAM UM POUCO MAIS LENTOS, MAS ELA SE DIVERTIA COMO UMA CRIANÇA.

 

E ASSIM, NAQUELA TARDE ENSOLARADA, ENQUANTO O VENTO SUSSURRAVA E AS FLORES BALANÇAVAM, O CAMPO VIU ALGO INCRÍVEL: CAVEIRINHAS E UMA SENHORA DE CORAÇÃO JOVEM CORRENDO E RINDO JUNTAS. PORQUE, NO FINAL DAS CONTAS, POR TRÁS DE TODA A BELEZA HUMANA, TODOS NÓS TEMOS UMA CAVEIRINHA QUE SÓ QUER BRINCAR E SER FELIZ.

 

E QUEM DIRIA? ATÉ DONA IRACEMA DESCOBRIU QUE PODIA SER MUITO DIVERTIDA NO PEGA-PEGA DAS CAVEIRAS!

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 18/09/2024
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