O MACACO E O CAMALEÃO
EM UMA LINDA E ENSOLARADA SAVANA AFRICANA, VIVIAM DOIS GRANDES AMIGOS: WILLI, O MACACO CURIOSO, E ALAN, O CAMALEÃO CALMO. ELES ERAM VIZINHOS DE ÁRVORE E ADORAVAM CONVERSAR E BRINCAR JUNTOS. A ÁRVORE DELES ERA ENORME, CHEIA DE GALHOS VERDES E FRESQUINHOS, ONDE WILLI GOSTAVA DE PULAR DE UM LADO PARA O OUTRO, ENQUANTO ALAN PREFERIA FICAR QUIETINHO, MUDANDO DE COR DE ACORDO COM O AMBIENTE.
UM DIA, ENQUANTO WILLI SE BALANÇAVA DE GALHO EM GALHO, AVISTOU UMA CUMBUCA BRILHANTE NO CHÃO. ERA ALGO CURIOSO, E VOCÊ JÁ SABE, WILLI NÃO RESISTIA A NADA QUE FOSSE NOVO E INTERESSANTE! ELE DESCEU RAPIDINHO E FOI OLHAR DE PERTO.
– O QUE SERÁ ISSO? – PERGUNTOU ELE, COÇANDO A CABEÇA.
DENTRO DA CUMBUCA, HAVIA UMA BANANA DELICIOSA, BEM MADURA. WILLI, SEM PENSAR DUAS VEZES, ENFIOU A MÃO LÁ DENTRO PARA PEGAR A BANANA. MAS HAVIA UM PROBLEMA: A CUMBUCA ERA PEQUENA E, AO FECHAR A MÃO PARA SEGURAR A FRUTA, WILLI NÃO CONSEGUIA MAIS TIRAR A MÃO DE DENTRO.
ELE PUXAVA E PUXAVA, MAS NADA DA MÃO SAIR.
– OH NÃO! ESTOU PRESO! – GRITOU WILLI, COMEÇANDO A SE DESESPERAR.
ALAN, QUE OBSERVAVA TUDO LÁ DO ALTO DA ÁRVORE, DESCEU COM CALMA. O CAMALEÃO ERA SEMPRE MUITO TRANQUILO, NUNCA TINHA PRESSA, E SUA PELE IA MUDANDO DE COR CONFORME DESCIA PELOS TRONCOS DA ÁRVORE: VERDE, MARROM, CINZA. QUANDO CHEGOU PERTO DE WILLI, ESTAVA QUASE INVISÍVEL NO CHÃO POEIRENTO.
– O QUE ACONTECEU, WILLI? – PERGUNTOU ALAN, COM SUA VOZ SUAVE.
– ESTOU PRESO NESSA ARMADILHA! – RESPONDEU O MACACO. – EU SÓ QUERIA A BANANA, MAS AGORA MINHA MÃO NÃO SAI!
ALAN OLHOU PARA WILLI COM SEUS OLHOS GIRATÓRIOS E SORRIU.
– WILLI, VOCÊ JÁ PENSOU QUE, SE LARGAR A BANANA, SUA MÃO SAI LIVREMENTE?
WILLI PAROU POR UM MOMENTO. ELE NÃO QUERIA LARGAR A BANANA. ERA UMA BANANA TÃO GOSTOSA! MAS, AO MESMO TEMPO, QUERIA SE SOLTAR DA CUMBUCA.
– MAS... SE EU LARGAR A BANANA, VOU PERDÊ-LA! – RECLAMOU O MACACO.
ALAN SUSPIROU COM PACIÊNCIA. ELE SABIA QUE ÀS VEZES WILLI ERA MUITO IMPULSIVO.
– ÀS VEZES, PARA SERMOS LIVRES, PRECISAMOS RENUNCIAR A COISAS QUE ACHAMOS IMPORTANTES. A BANANA ESTÁ TE PRENDENDO, WILLI.
ENQUANTO WILLI PENSAVA, ALAN VOLTOU A CAMINHAR LENTAMENTE EM DIREÇÃO À IMENSA SAVANA. ELE NÃO TINHA PRESSA. AO CONTRÁRIO DE WILLI, QUE CORRIA DE UM LADO PARA O OUTRO, ALAN SEMPRE SEGUIA SEU CAMINHO DEVAGAR E COM CUIDADO. ELE SABIA QUE, AO SER PACIENTE E PRESTAR ATENÇÃO AO SEU REDOR, CONSEGUIA ENCONTRAR TODAS AS CORES DA SAVANA PARA SUA COLEÇÃO DE TECIDOS INVISÍVEIS. POR ISSO, ALAN PODIA MUDAR DE COR QUANDO QUISESSE, CAMUFLANDO-SE NO MEIO DA NATUREZA.
ENQUANTO ALAN SE AFASTAVA, WILLI OLHOU NOVAMENTE PARA SUA MÃO PRESA E PARA A BANANA. ELE SUSPIROU E, FINALMENTE, SOLTOU A FRUTA. E ADIVINHE SÓ? SUA MÃO SAIU RAPIDINHO DA CUMBUCA!
WILLI DEU UMA RISADA. AGORA ELE ENTENDIA O QUE ALAN ESTAVA TENTANDO ENSINAR. ÀS VEZES, É MELHOR DEIXAR ALGUMAS COISAS DE LADO PARA ENCONTRAR LIBERDADE E SEGUIR EM FRENTE.
COM A MÃO LIVRE, WILLI SUBIU NA ÁRVORE E FOI CORRENDO CONTAR A ALAN O QUE TINHA APRENDIDO.
– VOCÊ ESTAVA CERTO, ALAN! ÀS VEZES, SER LIVRE É MAIS IMPORTANTE DO QUE SEGURAR ALGO QUE PARECE BOM.
ALAN, QUE AGORA ESTAVA TODO COLORIDO, SORRIU NOVAMENTE.
– NÃO TENHO PRESSA, WILLI. DEVAGAR, A GENTE APRENDE TUDO O QUE PRECISA.
E ASSIM, WILLI E ALAN VOLTARAM A BRINCAR JUNTOS, PULANDO DE GALHO EM GALHO E EXPLORANDO A GRANDE SAVANA. A PARTIR DAQUELE DIA, WILLI FICOU MAIS ATENTO ÀS LIÇÕES DA VIDA, E SEMPRE QUE SE SENTIA PRESO, LEMBRAVA-SE DE ALAN E DE COMO ÀS VEZES É PRECISO SOLTAR PARA SEGUIR EM FRENTE.
E, ASSIM, OS DOIS AMIGOS CONTINUARAM SUAS AVENTURAS, UM CURIOSO E RÁPIDO, O OUTRO CALMO E SÁBIO, SEMPRE SE DIVERTINDO E APRENDENDO COM A VIDA NA PERIGOSA, MAS FASCINANTE, SAVANA AFRICANA.