ERA UMA VEZ UM MENINO CHAMADO LEO, QUE ADORAVA PASSAR AS TARDES NA CASA DO VOVÔ LUPÉRSIO. O VOVÔ LUPÉRSIO NÃO ERA COMO OS OUTROS AVÔS. ELE TINHA UMA LONGA BARBA PRATEADA QUE BRILHAVA NO ESCURO E OLHOS QUE MUDAVAM DE COR CONFORME O TEMPO PASSAVA. QUANDO CHOVIA, SEUS OLHOS FICAVAM VERDES COMO AS FOLHAS DAS ÁRVORES, E QUANDO FAZIA SOL, ELES BRILHAVAM COMO DUAS ESTRELAS DOURADAS.

 

CERTO DIA, LEO ESTAVA CURIOSO DEMAIS PARA SE CONTER. ELE HAVIA OUVIDO MUITOS RUMORES NA ESCOLA SOBRE UM PLANETA MISTERIOSO DEPOIS DE NETUNO, LÁ NO DISTANTE CINTURÃO DE KUIPER, ONDE MORAM OS PLANETAS-ANÕES. ELE SABIA QUE SEU AVÔ TINHA UM SEGREDO, ENTÃO DECIDIU PERGUNTAR:

 

— VOVÔ, VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DO CINTURÃO DE KUIPER? — PERGUNTOU LEO, COM OS OLHOS ARREGALADOS DE CURIOSIDADE.

 

O VOVÔ LUPÉRSIO SORRIU DE UM JEITO QUE SÓ ELE SABIA FAZER, UM SORRISO QUE PARECIA ESCONDER MIL AVENTURAS.

 

— AH, MEU QUERIDO LEO, NÃO SÓ OUVI FALAR, COMO JÁ ESTIVE LÁ — RESPONDEU ELE, PISCANDO COM OS OLHOS QUE, NAQUELE MOMENTO, ESTAVAM DE UM AZUL PROFUNDO COMO O OCEANO.

 

LEO QUASE CAIU DA CADEIRA DE TANTA SURPRESA.

 

— ESTE PLANETA É MINHA CASA — CONTINUOU O VOVÔ. — UM LUGAR MÁGICO CHAMADO ASTRIDUM. EU VIM PARA A TERRA HÁ MUITO TEMPO, NUMA MISSÃO ESPECIAL.

 

— MISSÃO ESPECIAL? — LEO ESTAVA COMPLETAMENTE FASCINADO. — O QUE VOCÊ VEIO FAZER AQUI, VOVÔ?

 

— VIM PARA OBSERVAR COMO VOCÊS, HUMANOS, VIVEM E APRENDER SOBRE SUAS MANEIRAS. TAMBÉM VIM PROTEGER A TERRA DE PERIGOS DO ESPAÇO. MAS, SHHH! — ELE COLOCOU UM DEDO NOS LÁBIOS. — É UM SEGREDO QUE QUASE NINGUÉM SABE!

 

LEO ESTAVA ENCANTADO. QUEM PODERIA IMAGINAR QUE SEU VOVÔ VINHA DE UM PLANETA TÃO DISTANTE E MISTERIOSO?

 

NAQUELA TARDE, VOVÔ LUPÉRSIO DECIDIU COMPARTILHAR MAIS SOBRE SUA TERRA NATAL. ELE CONTOU QUE EM ASTRIDUM, OS CAMPOS ERAM FEITOS DE CRISTAIS COLORIDOS QUE CANTAVAM MÚSICAS QUANDO O VENTO SOPRAVA, E AS ÁRVORES BRILHAVAM COMO AS ESTRELAS NO CÉU NOTURNO. OS HABITANTES DE ASTRIDUM, CHAMADOS DE ASTRIDIANOS, ERAM CRIATURAS BONDOSAS COM ORELHAS PONTUDAS E PÉS QUE FLUTUAVAM LEVEMENTE ACIMA DO CHÃO.

 

— E EU POSSO CONHECER ASTRIDUM ALGUM DIA, VOVÔ? — PERGUNTOU LEO, CHEIO DE ESPERANÇA.

 

— QUEM SABE? — DISSE O VOVÔ LUPÉRSIO, COM UM SORRISO MISTERIOSO. — MAS ANTES, VOCÊ PRECISA CONHECER ALGUÉM MUITO ESPECIAL.

 

ENTÃO, VOVÔ LUPÉRSIO LEVOU LEO ATÉ O QUINTAL E ASSOBIOU UMA MELODIA ENCANTADORA. DO CÉU, UM SER FLUTUANTE, PARECIDO COM UMA BOLHA GIGANTE DE SABÃO, DESCEU LENTAMENTE. ERA ZIF, O AMIGO FIEL DE VOVÔ LUPÉRSIO, QUE TAMBÉM VEIO DE ASTRIDUM. ZIF ERA TRANSPARENTE COMO O CRISTAL, COM LUZES CINTILANTES DANÇANDO DENTRO DELE.

 

— OLÁ, PEQUENO LEO — DISSE ZIF, COM UMA VOZ SUAVE E MELODIOSA. — É UM PRAZER FINALMENTE CONHECÊ-LO.

 

LEO ESTAVA DESLUMBRADO. ELE NUNCA TINHA VISTO NADA IGUAL.

 

— ZIF É MEU COMPANHEIRO DE AVENTURAS — EXPLICOU O VOVÔ. — ELE ME AJUDA A VIAJAR ENTRE OS PLANETAS E CUIDAR DAS ESTRELAS.

 

NAQUELA NOITE, LEO FOI DORMIR COM O CORAÇÃO CHEIO DE ALEGRIA E A MENTE FERVILHANDO DE SONHOS. ELE SABIA QUE TINHA O AVÔ MAIS INCRÍVEL DO MUNDO, OU MELHOR, DO UNIVERSO INTEIRO. E, ANTES DE FECHAR OS OLHOS, LEO FEZ UM PEDIDO ÀS ESTRELAS: QUE UM DIA ELE PUDESSE VISITAR ASTRIDUM E VIVER AVENTURAS AO LADO DE VOVÔ LUPÉRSIO E ZIF.

 

ENQUANTO ELE ADORMECIA, UMA SUAVE BRISA SOPROU PELA JANELA, TRAZENDO CONSIGO UM LEVE BRILHO PRATEADO. ERA O VOVÔ LUPÉRSIO, QUE DEIXAVA UMA PEQUENA POEIRA ESTELAR EM SEU NETO, PARA QUE ELE SEMPRE SONHASSE COM AS MARAVILHAS DE ASTRIDUM.

 

E ASSIM, LEO SOUBE QUE, NÃO IMPORTA O QUE ACONTECESSE, ELE SEMPRE TERIA UM PEDACINHO DE ASTRIDUM COM ELE, EM SEUS SONHOS E EM SEU CORAÇÃO.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 04/09/2024
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