NUMA PEQUENA PROVÍNCIA DA BISCAIA, NO NORTE DA ESPANHA, EXISTIA UM LUGAR ESPECIAL CHAMADO HUERTA ENCANTADA, ONDE CRESCIAM OS VEGETAIS MAIS SAUDÁVEIS E SABOROSOS DO MUNDO. LÁ VIVIA UMA CEBOLINHA MUITO ESPECIAL CHAMADA MUNGUIA. DIFERENTE DAS OUTRAS CEBOLAS, MUNGUIA ERA CONHECIDA POR ALGO BASTANTE PECULIAR: ELA ESTAVA SEMPRE FELIZ, MESMO SABENDO QUE FAZIA OS OUTROS CHORAREM.

 

MUNGUIA ERA UMA CEBOLINHA PEQUENINA E REDONDA, COM UMA CASCA BRILHANTE E VERDE QUE RELUZIA AO SOL. ELA ADORAVA VIVER NA HUERTA ENCANTADA, ONDE PASSAVA SEUS DIAS AO LADO DE SUAS AMIGAS, AS ALFACES FOFINHAS, AS CENOURAS RISONHAS E OS TOMATES VERMELHINHOS.

 

TODAS AS MANHÃS, QUANDO O SOL DESPONTAVA NO HORIZONTE, MUNGUIA ABRIA SEUS OLHINHOS E SORRIA PARA O MUNDO. ELA BALANÇAVA SUAS FOLHINHAS VERDES, CUMPRIMENTANDO A TODOS AO SEU REDOR.

 

— BOM DIA, ALFACE! COMO ESTÁ SE SENTINDO HOJE? — PERGUNTAVA MUNGUIA COM SEU TOM ALEGRE.

 

— BOM DIA, MUNGUIA! ESTOU ME SENTINDO FRESQUINHA COMO SEMPRE, E VOCÊ? — RESPONDIA A ALFACE, RETRIBUINDO O SORRISO.

 

— AH, EU ESTOU FELIZ, COMO SEMPRE! — DIZIA MUNGUIA, PULANDO DE ALEGRIA.

 

MAS HAVIA UMA COISA QUE MUNGUIA SABIA MUITO BEM: SEMPRE QUE ALGUÉM A CORTAVA, LÁGRIMAS ROLAVAM PELOS OLHOS DE QUEM ESTIVESSE POR PERTO. MAS, PARA MUNGUIA, ISSO NUNCA FOI MOTIVO DE TRISTEZA. ELA SABIA QUE, APESAR DAS LÁGRIMAS, ELA FAZIA PARTE DE ALGO MUITO ESPECIAL. COM SEU SABOR ÚNICO, ELA TRANSFORMAVA AS REFEIÇÕES EM VERDADEIRAS DELÍCIAS.

 

CERTO DIA, UMA FAMÍLIA QUE MORAVA EM UMA CASINHA PRÓXIMA À HUERTA ENCANTADA FOI COLHER VEGETAIS PARA O ALMOÇO. A PEQUENA MARIA, DE OLHOS CURIOSOS, VIU MUNGUIA BRILHANDO NO MEIO DA HORTA E DECIDIU COLHÊ-LA.

 

— MAMÃE, VAMOS LEVAR ESSA CEBOLINHA? — PERGUNTOU MARIA, SEGURANDO MUNGUIA COM CUIDADO.

 

— CLARO, QUERIDA! — RESPONDEU A MÃE. — ESSA CEBOLINHA VAI DAR UM SABOR ESPECIAL À NOSSA SOPA.

 

DE VOLTA À COZINHA, MARIA E SUA MÃE COMEÇARAM A PREPARAR A REFEIÇÃO. QUANDO A MÃE DE MARIA CORTOU MUNGUIA, LOGO SURGIRAM LÁGRIMAS EM SEUS OLHOS.

 

— OH, POR QUE ESTOU CHORANDO? — PERGUNTOU A MÃE, SORRINDO ATRAVÉS DAS LÁGRIMAS.

 

MUNGUIA, MESMO SENDO CORTADA, AINDA CONSEGUIA SENTIR A FELICIDADE EM SEU PEQUENO CORAÇÃO. ELA SABIA QUE, APESAR DAS LÁGRIMAS, ESTAVA TRAZENDO ALEGRIA E SABOR ÀQUELA FAMÍLIA.

 

ENQUANTO A SOPA COZINHAVA, O AROMA DELICIOSO SE ESPALHOU PELA CASA, E TODOS FICARAM ANSIOSOS PARA EXPERIMENTAR. QUANDO FINALMENTE SE SENTARAM À MESA, A MÃE DE MARIA SERVIU A SOPA E TODOS DERAM A PRIMEIRA COLHERADA.

 

— QUE SOPA MARAVILHOSA! — EXCLAMOU O PAI DE MARIA. — ESTÁ CHEIA DE SABOR E AMOR!

 

MARIA SORRIU E OLHOU PARA SUA MÃE.

 

— ACHO QUE FOI A CEBOLINHA QUE FEZ A MÁGICA, MAMÃE. MESMO QUE ELA TENHA NOS FEITO CHORAR, AGORA ESTAMOS TODOS FELIZES.

 

MUNGUIA, LÁ NA PANELA, SENTIU UMA IMENSA ALEGRIA. ELA HAVIA CUMPRIDO SEU PAPEL DE TRAZER FELICIDADE ÀQUELA REFEIÇÃO. MESMO SABENDO QUE SEU DESTINO ERA FAZER OS OUTROS CHORAREM, ELA NUNCA DEIXOU DE SER FELIZ, POIS COMPREENDIA QUE SUA MISSÃO ERA IMPORTANTE.

 

E ASSIM, MUNGUIA CONTINUOU SUA JORNADA, ESPALHANDO FELICIDADE POR ONDE PASSAVA, SEMPRE COM UM SORRISO, MESMO QUE ALGUMAS LÁGRIMAS VIESSEM JUNTO. AFINAL, ELA SABIA QUE A FELICIDADE MUITAS VEZES PODE VIR ACOMPANHADA DE ALGUMAS LÁGRIMAS, MAS QUE, NO FIM, O QUE IMPORTA É O AMOR QUE COLOCAMOS EM TUDO O QUE FAZEMOS.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 29/08/2024
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