NO CENTRO DE UMA GRANDE CIDADE, EM MEIO AO BARULHO DOS CARROS E AO MOVIMENTO DAS PESSOAS APRESSADAS, VIVIA UM MENINO CHAMADO BARNABÉ. ELE ERA PEQUENO, MAGRO, COM CABELOS DESALINHADOS E OLHOS TRISTES QUE CARREGAVAM O PESO DE UMA VIDA DIFÍCIL. BARNABÉ NÃO CONHECIA O CONFORTO DE UM LAR, O CALOR DE UM ABRAÇO OU A DOÇURA DE PALAVRAS GENTIS. DESDE MUITO PEQUENO, SUA VIDA HAVIA SIDO MARCADA POR PERDAS E SOFRIMENTO.

 

SEUS PAIS, PESSOAS QUE ESCOLHERAM CAMINHOS ERRADOS, DEIXARAM ESTE MUNDO CEDO, E BARNABÉ FICOU SOZINHO. SEM NINGUÉM PARA CUIDAR DELE, ENCONTROU REFÚGIO EM UM LUGAR INESPERADO: UM GRANDE BARRIL DE MADEIRA, VELHO E ESQUECIDO, QUE FICAVA ATRÁS DE UMA DAS GRANDES LOJAS DA CIDADE. AQUELE BARRIL, EMBORA PEQUENO E FRIO, ERA TUDO O QUE BARNABÉ TINHA. ELE O CHAMAVA DE CASA, E ALI SE ESCONDIA DAS TEMPESTADES, DO FRIO E DA SOLIDÃO.

 

AS PESSOAS QUE PASSAVAM PELO BARRIL FREQUENTEMENTE NOTAVAM O MENINO, MAS POUCAS SE IMPORTAVAM. ALGUMAS, AO MENOS, LHE OFERECIAM COMIDA OU UMA MOEDA. PORÉM, BARNABÉ SEMPRE SENTIA QUE FALTAVA ALGO MAIS, ALGO QUE NEM ELE SABIA EXPLICAR.

 

UM DIA, ENQUANTO ESTAVA ENCOLHIDO DENTRO DE SEU BARRIL, PROTEGENDO-SE DO VENTO GELADO, UM HOMEM PASSOU POR ALI. ELE ERA DIFERENTE DOS OUTROS, POIS SEUS OLHOS ERAM CHEIOS DE BONDADE, E SEU SORRISO, DE COMPREENSÃO. O HOMEM SE ABAIXOU PARA FALAR COM BARNABÉ, E SUAS PALAVRAS ERAM SUAVES COMO UMA CANÇÃO.

 

— OLÁ, MEU JOVEM — DISSE ELE. — COMO VOCÊ SE CHAMA?

 

— BARNABÉ — RESPONDEU O MENINO, HESITANTE.

 

O HOMEM SORRIU MAIS UMA VEZ.

 

— BARNABÉ, VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DE JESUS?

 

O MENINO BALANÇOU A CABEÇA NEGATIVAMENTE. NÃO SABIA QUEM ERA JESUS, MAS ALGO NA MANEIRA COMO O HOMEM FALAVA DESPERTOU SUA CURIOSIDADE.

 

— JESUS É ALGUÉM QUE TE AMA MUITO, BARNABÉ — CONTINUOU O HOMEM. — ELE CONHECE A SUA DOR, A SUA SOLIDÃO, E QUER TE DAR UM NOVO COMEÇO, UM CORAÇÃO CHEIO DE AMOR E ESPERANÇA.

 

BARNABÉ SENTIU ALGO NOVO EM SEU CORAÇÃO, COMO SE UMA CHAMA SUAVE TIVESSE SIDO ACESA ALI. AQUELE HOMEM, QUE SE CHAMAVA JOÃO, CONTOU-LHE SOBRE O AMOR DE JESUS E COMO ELE HAVIA DADO SUA VIDA PARA SALVAR A TODOS. AQUELAS PALAVRAS TOCARAM O FUNDO DA ALMA DE BARNABÉ, E ELE SENTIU QUE FINALMENTE HAVIA ENCONTRADO O QUE TANTO PROCURAVA.

 

— EU QUERO CONHECER JESUS — DISSE O MENINO, COM OS OLHOS BRILHANDO DE ESPERANÇA.

 

JOÃO SORRIU, PEGOU AS MÃOS SUJAS DE BARNABÉ NAS SUAS E, ALI MESMO, AO LADO DO BARRIL, FIZERAM UMA ORAÇÃO. BARNABÉ ACEITOU JESUS COMO SEU SALVADOR, E NAQUELE INSTANTE, UMA PAZ INDESCRITÍVEL TOMOU CONTA DE SEU CORAÇÃO. ELE SENTIU COMO SE NÃO ESTIVESSE MAIS SOZINHO.

 

ANTES DE PARTIR, JOÃO ENTREGOU A BARNABÉ UM PEQUENO LIVRO, O EVANGELHO DE JOÃO, E DISSE:

 

— ESTE LIVRO VAI TE CONTAR MAIS SOBRE JESUS. LEIA-O, E SEMPRE QUE PRECISAR, ORE. JESUS ESTARÁ SEMPRE COM VOCÊ.

 

BARNABÉ SEGUROU O LIVRINHO COM CUIDADO, COMO SE FOSSE O MAIOR TESOURO DO MUNDO. DEPOIS DE SE DESPEDIR DE JOÃO, ELE VOLTOU PARA SEU BARRIL, MAS ALGO HAVIA MUDADO. O BARRIL AINDA ERA O MESMO, MAS BARNABÉ NÃO. AGORA, ELE TINHA ESPERANÇA, E SABIA QUE, MESMO NAS NOITES MAIS ESCURAS E FRIAS, ELE NÃO ESTARIA MAIS SOZINHO.

 

E ASSIM, O MENINO DO BARRIL ENCONTROU UM NOVO LAR, NÃO NAS PAREDES DE TIJOLOS, MAS NO AMOR DE JESUS, QUE HABITAVA EM SEU CORAÇÃO. CADA DIA, BARNABÉ LIA SEU PEQUENO EVANGELHO, E SENTIA-SE MAIS AMADO, MAIS FORTE E MAIS FELIZ.

 

E ASSIM, NO MEIO DA GRANDE CIDADE, ENTRE O BARULHO E A PRESSA, HAVIA UM MENINO QUE, DENTRO DE UM BARRIL, ENCONTROU O VERDADEIRO LAR: O AMOR DE JESUS.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 29/08/2024
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