ERA UMA VEZ, NUM REINO DISTANTE, UM CASTELO IMPONENTE ONDE VIVIA O REI GODOFREDO, CONHECIDO POR SEU HUMOR PECULIAR E POR SEMPRE BUSCAR FORMAS DIFERENTES DE SE ENTRETER. ENTRE OS INÚMEROS FUNCIONÁRIOS DO CASTELO, HAVIA UM QUE SE DESTACAVA POR SUA HABILIDADE INCOMUM DE FAZER TODOS RIREM: O BOBO DA CORTE, CHAMADO CRISPIM.

 

CRISPIM NÃO ERA UM BOBO QUALQUER. ELE TINHA UM TALENTO ESPECIAL PARA CONTAR HISTÓRIAS ENGRAÇADAS, FAZER CARETAS HILÁRIAS E, O MAIS IMPORTANTE, TINHA O DOM DE FALAR VERDADES AO REI DE MANEIRA QUE NINGUÉM MAIS OUSARIA. QUANDO O BANQUETE ERA SERVIDO, CRISPIM ESTAVA SEMPRE PRESENTE, SENTADO AO LADO DO REI, PRONTO PARA DIVERTIR A TODOS COM SUAS PIADAS E BRINCADEIRAS.

 

CERTO DIA, O REI GODOFREDO, QUE NUNCA ESTAVA SATISFEITO COM AS DIVERSÕES DO CASTELO, ORDENOU QUE CRISPIM TROUXESSE ALGO NOVO E SURPREENDENTE PARA A FESTA QUE ACONTECERIA NAQUELA NOITE. "QUERO ALGO QUE NUNCA VIMOS ANTES!", DECLAROU O REI, COM UM SORRISO DESAFIADOR.

 

CRISPIM, SEMPRE PRONTO PARA NOVOS DESAFIOS, PASSOU O DIA INTEIRO PENSANDO EM COMO PODERIA SURPREENDER O REI. ELE JÁ HAVIA CONTADO TODAS AS HISTÓRIAS, FEITO TODAS AS MÁGICAS, E SUAS PIADAS ERAM CONHECIDAS POR TODOS. FOI ENTÃO QUE ELE TEVE UMA IDEIA BRILHANTE: MARIONETES!

 

NAQUELA NOITE, QUANDO OS NOBRES SE REUNIRAM NO GRANDE SALÃO DO CASTELO, O REI MAL PODIA ESPERAR PARA VER O QUE CRISPIM HAVIA PREPARADO. AS MESAS ESTAVAM REPLETAS DE IGUARIAS, E AS VELAS LANÇAVAM SOMBRAS DANÇANTES NAS PAREDES. QUANDO TODOS ESTAVAM ACOMODADOS, CRISPIM ENTROU COM UMA GRANDE CAIXA DE MADEIRA NAS MÃOS.

 

"MAJESTADE, NOBRES SENHORES E SENHORAS," COMEÇOU CRISPIM, COM UMA REVERÊNCIA EXAGERADA, "HOJE, TRAGO ALGO REALMENTE NOVO! APRESENTO-LHES MINHAS MARIONETES ENCANTADAS!"

 

ELE ABRIU A CAIXA, REVELANDO VÁRIAS MARIONETES ESCULPIDAS EM MADEIRA, TODAS COM FEIÇÕES ENGRAÇADAS E VESTIDAS COMO PEQUENOS NOBRES E CAMPONESES. MAS ESSAS MARIONETES ERAM DIFERENTES DE QUALQUER OUTRA. QUANDO CRISPIM COMEÇOU A MANIPULÁ-LAS, ELAS NÃO APENAS SE MOVIAM COMO SE FOSSEM VIVAS, MAS TAMBÉM FALAVAM COM VOZES ENGRAÇADAS, CONTANDO HISTÓRIAS QUE FAZIAM TODOS RIR ATÉ AS BARRIGAS DOEREM.

 

AS MARIONETES IMITAVAM OS CONSELHEIROS DO REI, OS CAVALEIROS E ATÉ O PRÓPRIO REI GODOFREDO, SEMPRE COM MUITO HUMOR, MAS TAMBÉM COM UMA PITADA DE VERDADE. ELAS FALAVAM SOBRE OS COSTUMES DA CORTE, AS DECISÕES DO REI, E ATÉ SOBRE OS COCHILOS DO CONSELHEIRO MAIS VELHO DURANTE AS REUNIÕES.

 

TODOS RIAM, INCLUSIVE O REI, QUE SE DIVERTIA COM A IRREVERÊNCIA DAS MARIONETES. MAS, NO MEIO DA DIVERSÃO, UMA DAS MARIONETES, UMA PEQUENA BONECA COM UM VESTIDO VERMELHO, SE VIROU PARA O REI E, COM UMA VOZ DOCE, DISSE: "MAJESTADE, POR QUE PRECISAMOS TANTO DE DISTRAÇÕES? SERÁ QUE NO FUNDO, O QUE TODOS NÓS DESEJAMOS NÃO É UM POUCO MAIS DE VERDADE E MENOS MÁSCARAS?"

 

O SALÃO FICOU EM SILÊNCIO. O REI, PEGO DE SURPRESA, OLHOU PARA CRISPIM, QUE APENAS DEU DE OMBROS E SORRIU. "MEU REI," DISSE CRISPIM, "ÀS VEZES, ATÉ OS BOBOS E SUAS MARIONETES TÊM ALGO SÉRIO A DIZER. E, NO FINAL DAS CONTAS, O QUE SERIA DE NÓS SEM UMA BOA DOSE DE VERDADE, AINDA QUE CONTADA DE FORMA ENGRAÇADA?"

 

O REI FICOU PENSATIVO POR UM MOMENTO, MAS LOGO SORRIU. "CRISPIM, VOCÊ REALMENTE CONSEGUIU ME SURPREENDER. E, ALÉM DISSO, TROUXE UMA LIÇÃO QUE TODOS NÓS DEVERÍAMOS LEMBRAR. QUE HAJA MAIS VERDADE EM NOSSAS VIDAS, MAS QUE NUNCA FALTE O RISO."

 

E ASSIM, A FESTA CONTINUOU, COM CRISPIM E SUAS MARIONETES ENCANTANDO A TODOS. E DAQUELE DIA EM DIANTE, O BOBO DA CORTE NÃO ERA APENAS UM BOBO, MAS ALGUÉM QUE, COM SUAS BRINCADEIRAS E MARIONETES, TRAZIA UM POUCO MAIS DE SABEDORIA E ALEGRIA PARA O REINO.