NUM PEQUENO SÍTIO, CERCADO POR COLINAS VERDES E CAMPOS FLORIDOS, VIVIA UM JOVEM CHAMADO RODOLFO. ELE ERA UM RAPAZ DE CORAÇÃO PURO E ADORAVA CUIDAR DE SUA HORTA, ONDE PLANTAVA UMA VARIEDADE DE FRUTAS E VEGETAIS. SEU ORGULHO E ALEGRIA ERAM OS ABACATES, QUE ELE ESPERAVA ANSIOSAMENTE QUE CRESCESSEM SAUDÁVEIS E FORTES.

 

UM DIA, AO VISITAR SUA HORTA, RODOLFO PERCEBEU QUE UM DE SEUS ABACATEIROS ESTAVA MURCHANDO. AS FOLHAS, QUE DEVERIAM ESTAR VIBRANTES E VERDES, ESTAVAM SECAS E QUEBRADIÇAS. O JOVEM TENTOU DE TUDO: REGOU A PLANTA, USOU FERTILIZANTES ESPECIAIS E ATÉ MESMO CONVERSOU COM ELA, MAS NADA PARECIA FUNCIONAR.

 

ENQUANTO ELE TRABALHAVA INCANSAVELMENTE, UMA FIGURA MISTERIOSA O OBSERVAVA DE LONGE. ESMERALDA, A BRUXA DO ABACATEIRO, TINHA TODA A PELE DE SEU CORPO NA COR VERDE, UMA MARCA DE UM ANTIGO FEITIÇO QUE HAVIA LANÇADO. CERTA VEZ, EM UM MOMENTO DE RAIVA, ESMERALDA AMALDIÇOOU UM ABACATEIRO, SUGANDO TODA A SUA ENERGIA E FAZENDO COM QUE ELE NUNCA CRESCESSE. COMO RESULTADO, SUA PRÓPRIA PELE FICOU DA COR DO ABACATE, UMA LEMBRANÇA CONSTANTE DE SUA MALDIÇÃO.

 

ESMERALDA, AO VER O JOVEM RODOLFO LUTANDO PARA SALVAR SEU ABACATEIRO, DECIDIU SE APROXIMAR. COM SUA VOZ ROUCA E MISTERIOSA, ELA DISSE:

 

— JOVEM RODOLFO, SEI QUE VOCÊ ESTÁ TENTANDO SALVAR SEU ABACATEIRO, MAS DEVO AVISÁ-LO: ELE ESTÁ SOB MINHA MALDIÇÃO.

 

RODOLFO, SURPRESO E UM POUCO ASSUSTADO, PERGUNTOU:

 

— QUEM É VOCÊ, E POR QUE AMALDIÇOOU MEU ABACATEIRO?

 

— EU SOU ESMERALDA, A BRUXA DO ABACATEIRO. HÁ MUITOS ANOS, EM UM MOMENTO DE RAIVA E FRUSTRAÇÃO, AMALDIÇOEI UM ABACATEIRO E, COMO RESULTADO, MINHA PELE FICOU VERDE. ESSE ABACATEIRO AGORA É MEU, E SE VOCÊ TENTAR ARRANCÁ-LO, SOFRERÁ UM ENCANTAMENTO AINDA PIOR DO QUE O QUE EU LANCEI SOBRE ELE.

 

RODOLFO, DETERMINADO A SALVAR SUA PLANTA, RESPONDEU CORAJOSAMENTE:

 

— EU NÃO QUERO CAUSAR MAIS PROBLEMAS, MAS ESSE ABACATEIRO É IMPORTANTE PARA MIM. O QUE EU POSSO FAZER PARA QUEBRAR ESSA MALDIÇÃO?

 

ESMERALDA, TOCADA PELA SINCERIDADE DO JOVEM, PENSOU POR UM MOMENTO ANTES DE RESPONDER:

 

— HÁ UMA MANEIRA, MAS NÃO SERÁ FÁCIL. VOCÊ DEVE ENCONTRAR A FLOR DA VIDA, QUE CRESCE NO TOPO DA MONTANHA DAS NÉVOAS. ESSA FLOR TEM O PODER DE RESTAURAR A ENERGIA DO ABACATEIRO E QUEBRAR MINHA MALDIÇÃO.

 

SEM HESITAR, RODOLFO DECIDIU ACEITAR O DESAFIO. ELE SE PREPAROU PARA A JORNADA, LEVANDO CONSIGO APENAS O NECESSÁRIO. A CAMINHADA ATÉ A MONTANHA DAS NÉVOAS FOI LONGA E DIFÍCIL, MAS RODOLFO NÃO DESISTIU. SUBIU ENCOSTAS ÍNGREMES, ATRAVESSOU FLORESTAS DENSAS E ENFRENTOU VENTOS FORTES, SEMPRE COM O OBJETIVO DE ENCONTRAR A FLOR DA VIDA.

 

DEPOIS DE DIAS DE VIAGEM, FINALMENTE CHEGOU AO TOPO DA MONTANHA. LÁ, EM MEIO À NÉVOA, AVISTOU UMA PEQUENA FLOR BRILHANTE. COM CUIDADO, COLHEU A FLOR E A GUARDOU EM UM TECIDO MACIO.

 

AO RETORNAR AO SÍTIO, RODOLFO FOI DIRETAMENTE À SUA HORTA E PLANTOU A FLOR DA VIDA AO LADO DO ABACATEIRO AMALDIÇOADO. PARA SUA SURPRESA E ALEGRIA, AS FOLHAS SECAS COMEÇARAM A REVIVER, TORNANDO-SE VERDES E SAUDÁVEIS NOVAMENTE.

 

ESMERALDA, OBSERVANDO DE LONGE, SENTIU SUA PELE MUDAR. AOS POUCOS, O TOM VERDE DESAPARECEU, E ELA VOLTOU A TER UMA APARÊNCIA NORMAL. A BRUXA, EMOCIONADA, SE APROXIMOU DE RODOLFO E DISSE:

 

— VOCÊ QUEBROU A MALDIÇÃO, JOVEM RODOLFO. SUA CORAGEM E DETERMINAÇÃO TROUXERAM VIDA DE VOLTA AO ABACATEIRO E ME LIBERTARAM DE MINHA PRÓPRIA MALDIÇÃO. OBRIGADA.

 

RODOLFO SORRIU E RESPONDEU:

 

— NÃO FIZ ISSO APENAS POR MIM, MAS PELO BEM DE TODOS. AGORA, PODEMOS CULTIVAR ABACATES SAUDÁVEIS E COMPARTILHAR A ALEGRIA QUE ELES TRAZEM.

 

DESDE ENTÃO, RODOLFO E ESMERALDA SE TORNARAM AMIGOS E TRABALHARAM JUNTOS NA HORTA, CUIDANDO DOS ABACATEIROS E GARANTINDO QUE CRESCESSEM FORTES E SAUDÁVEIS. E ASSIM, A HISTÓRIA DA BRUXA DO ABACATEIRO SE TORNOU UMA LENDA NO VILAREJO, LEMBRANDO A TODOS DA IMPORTÂNCIA DA PERSEVERANÇA, DA AMIZADE E DO PODER DA REDENÇÃO.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 04/08/2024
Código do texto: T8121622
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.