NO JARDIM BOTÂNICO DE SÃO PAULO, AS FOLHAS DOURADAS DO OUTONO DANÇAVAM AO SABOR DO VENTO, FORMANDO TAPETES DE NOSTALGIA PELO CAMINHO. ENTRE ESSAS FOLHAS, SENTADA EM UM BANCO DE MADEIRA, ESTAVA DEBY MEL, UMA MOCINHA DE OLHAR PERDIDO E CORAÇÃO PARTIDO. ELA OBSERVAVA AS FOLHAS CAINDO, LEMBRANDO-SE DA TARDE DE OUTONO EM QUE RICARDO TERMINARA O NAMORO COM ELA, JUSTAMENTE ALI, NAQUELE MESMO BANCO.

 

"SE O SOPRO DA SAUDADE VARRER PARA LONGE AS FOLHAS DE OUTONO, LEMBRA QUE A PRIMAVERA HÁ DE CHEGAR E ASSIM COLOCAR TODAS AS FOLHAS EM SEU LUGAR," DIZIA SUA AVÓ SEMPRE QUE ALGO A ENTRISTECIA. MAS NAQUELE MOMENTO, DEBY ACHAVA DIFÍCIL ACREDITAR NISSO. O PESO DA DESILUSÃO AMOROSA FAZIA COM QUE A PRIMAVERA PARECESSE UMA PROMESSA DISTANTE, QUASE INALCANÇÁVEL.

 

O SOL SE ESCONDIA TIMIDAMENTE ENTRE AS ÁRVORES, LANÇANDO SOMBRAS LONGAS E MELANCÓLICAS. DEBY OLHOU PARA O CÉU, ONDE AS NUVENS COMEÇAVAM A GANHAR UM TOM ALARANJADO, UM ANÚNCIO PARA O PÔR DO SOL. SEU CORAÇÃO, NO ENTANTO, ESTAVA MERGULHADO EM UM INVERNO SEM FIM.

 

"O OUTONO DESENHADO NA PAISAGEM NÃO IMPEDE QUE A PRIMAVERA SE INSTALE NO MEU CORAÇÃO," SUSSURROU PARA SI MESMA, TENTANDO ENCONTRAR CONFORTO NAS PALAVRAS DE SUA AVÓ. "LÁ FORA, FOLHAS SECAS CORRENDO AO VENTO; AQUI DENTRO, JARDINS ENSOLARADOS ANUNCIANDO QUE É TEMPO DE COLHER AS FLORES."

 

ELA FECHOU OS OLHOS, RESPIRANDO FUNDO O AR FRESCO DO JARDIM. DE REPENTE, SENTIU UMA LEVE BRISA ACARICIAR SEU ROSTO, COMO SE O PRÓPRIO VENTO ESTIVESSE TENTANDO CONSOLAR SEU CORAÇÃO PARTIDO. QUANDO ABRIU OS OLHOS NOVAMENTE, AVISTOU UMA BORBOLETA COLORIDA POUSANDO DELICADAMENTE EM UMA FLOR PRÓXIMA.

 

DEBY MEL SORRIU. A NATUREZA AO SEU REDOR PARECIA SUSSURRAR SEGREDOS DE ESPERANÇA. TALVEZ, PENSOU, A PRIMAVERA REALMENTE ESTIVESSE A CAMINHO, NÃO APENAS NO JARDIM, MAS TAMBÉM DENTRO DE SEU CORAÇÃO.

 

LEVANTOU-SE DO BANCO, DECIDIDA A CONTINUAR SUA CAMINHADA PELO JARDIM BOTÂNICO. CADA PASSO PARECIA UM PEQUENO AVANÇO EM DIREÇÃO À CURA. AS FOLHAS SECAS QUE ANTES SIMBOLIZAVAM A TRISTEZA AGORA SE TORNAVAM UM LEMBRETE DE QUE TUDO NA VIDA É PASSAGEIRO, E QUE A PRIMAVERA SEMPRE VEM, TRAZENDO NOVAS CORES E NOVAS ESPERANÇAS.

 

ENQUANTO CAMINHAVA, SENTIU-SE MAIS LEVE, COMO SE O PESO DO CORAÇÃO PARTIDO ESTIVESSE SE DISSIPANDO. O SORRISO EM SEU ROSTO SE AMPLIOU AO AVISTAR UM GRUPO DE CRIANÇAS CORRENDO E BRINCANDO AO REDOR DE UM GRANDE LAGO. O RISO DELAS ERA CONTAGIANTE, ENCHENDO O AR COM UMA ALEGRIA PURA E SIMPLES.

 

DEBY MEL PERCEBEU QUE, ASSIM COMO AS ESTAÇÕES MUDAM, SEU CORAÇÃO TAMBÉM SE TRANSFORMARIA. A DESILUSÃO AMOROSA QUE PARECIA TÃO INSUPERÁVEL AGORA ERA APENAS UMA PARTE DE SUA JORNADA, UM CAPÍTULO EM SUA HISTÓRIA DE VIDA. ELA SE PROMETEU QUE, ASSIM COMO O JARDIM FLORESCERIA NOVAMENTE NA PRIMAVERA, SEU CORAÇÃO TAMBÉM ENCONTRARIA NOVAS RAZÕES PARA SORRIR E AMAR.

 

E ASSIM, COM A ESPERANÇA RENOVADA, DEBY MEL DEIXOU O JARDIM BOTÂNICO DE SÃO PAULO NAQUELA TARDE DE OUTONO, CARREGANDO CONSIGO A CERTEZA DE QUE A PRIMAVERA SEMPRE CHEGA, COLOCANDO TODAS AS FOLHAS EM SEU LUGAR E ENCHENDO A VIDA DE NOVAS CORES E FRAGRÂNCIAS.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 15/07/2024
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