ROSINHA ERA UMA MENINA DE CABELOS LONGOS E CASTANHOS E TINHA OLHOS GRANDES E CURIOSOS. ROSINHA TINHA UM DIÁRIO TRANCADO COM UM CADEADO DOURADO QUE NINGUÉM, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM, PODIA LER. NEM MESMO SUA MELHOR AMIGA, JOANA.

 

CERTO DIA, JOANA, CURIOSA COMO SEMPRE, PERGUNTOU:

 

— ROSINHA, O QUE VOCÊ ESCREVE NESSE DIÁRIO QUE É TÃO SECRETO?

 

ROSINHA SORRIU E RESPONDEU COM UM BRILHO MISTERIOSO NOS OLHOS:

 

— SE EU TE CONTAR, NÃO SERÁ MAIS SEGREDO, NÃO É?

 

JOANA FEZ UMA CARETA, MAS ACEITOU A RESPOSTA, EMBORA NÃO DESISTISSE DA IDEIA DE DESCOBRIR O QUE ESTAVA ESCONDIDO NO DIÁRIO.

 

UMA TARDE, ENQUANTO ROSINHA ESTAVA NA ESCOLA, JOANA TEVE UMA IDEIA BRILHANTE. CORREU ATÉ A CASA DE ROSINHA E PERGUNTOU PARA DONA MARIA, MÃE DA ROSINHA:

 

— DONA MARIA, A SENHORA SABE ONDE A ROSINHA GUARDA A CHAVE DO DIÁRIO DELA?

 

DONA MARIA RIU E RESPONDEU:

 

— AH, JOANA, SE EU SOUBESSE, TAMBÉM ESTARIA CURIOSA! MAS A ROSINHA ESCONDE ESSA CHAVE TÃO BEM QUE NEM EU SEI ONDE ESTÁ.

 

JOANA, DETERMINADA, DECIDIU ESPERAR POR OUTRA OPORTUNIDADE.

 

NO DIA SEGUINTE, DURANTE O RECREIO, JOANA TENTOU MAIS UMA VEZ:

 

— ROSINHA, VOCÊ NÃO CONFIA NA SUA MELHOR AMIGA?

 

ROSINHA RIU E RESPONDEU:

 

— CLARO QUE CONFIO, JOANA! MAS ESSE DIÁRIO É ONDE EU COLOCO MEUS PENSAMENTOS MAIS PROFUNDOS. É COMO UM LUGAR SÓ MEU.

 

JOANA SUSPIROU, MAS RESPEITOU A DECISÃO DA AMIGA.

 

UMA SEMANA DEPOIS, ALGO INCRÍVEL ACONTECEU. ROSINHA PERDEU A CHAVE DO DIÁRIO. ELA PROCUROU POR TODOS OS LUGARES, MAS NÃO CONSEGUIA ENCONTRAR. DESESPERADA, ELA DECIDIU PEDIR AJUDA PARA JOANA.

 

— JOANA, VOCÊ PODE ME AJUDAR A PROCURAR A CHAVE DO MEU DIÁRIO? EU A PERDI E ESTOU MUITO PREOCUPADA.

 

JOANA SORRIU E RESPONDEU:

 

— CLARO QUE SIM! VAMOS PROCURAR JUNTAS.

 

AS DUAS MENINAS PROCURARAM EM TODOS OS LUGARES POSSÍVEIS: DEBAIXO DA CAMA, NAS GAVETAS, NO JARDIM E ATÉ NA CASA DA ÁRVORE. NADA DA CHAVE.

 

— EU SEI ONDE A CHAVE PODE ESTAR! — EXCLAMOU JOANA. — E SE ESTIVER NO BOLSO DO SEU CASACO?

 

ROSINHA CORREU ATÉ SEU CASACO, QUE ESTAVA PENDURADO NA PORTA. E LÁ ESTAVA A CHAVE, ESCONDIDA NO BOLSO!

 

— ACHEI! — GRITOU ROSINHA, ALIVIADA.

 

JOANA SORRIU E DISSE:

 

— AINDA BEM QUE ENCONTRAMOS! MAS, ROSINHA, VOCÊ NÃO QUER ME CONTAR PELO MENOS UM SEGREDINHO DO SEU DIÁRIO?

 

ROSINHA PENSOU POR UM MOMENTO E, COM UM SORRISO, RESPONDEU:

 

— TUDO BEM, VOU TE CONTAR UM PEQUENO SEGREDO. MAS SÓ UM!

 

JOANA SENTOU-SE AO LADO DE ROSINHA, ANSIOSA.

 

— NO MEU DIÁRIO, EU ESCREVO SOBRE TODAS AS AVENTURAS QUE IMAGINO. ESCREVO SOBRE DRAGÕES, PRINCESAS, VIAGENS A LUGARES DISTANTES E MÁGICOS. E, CLARO, ESCREVO SOBRE NÓS DUAS SENDO AS MAIORES AVENTUREIRAS DO MUNDO!

 

JOANA RIU E DISSE:

 

— ENTÃO, SEU DIÁRIO É COMO UM LIVRO DE HISTÓRIAS?

 

ROSINHA BALANÇOU A CABEÇA AFIRMATIVAMENTE E COMPLETOU:

 

— EXATAMENTE! E AGORA VOCÊ SABE UM DOS MEUS SEGREDOS.

 

AS DUAS AMIGAS RIRAM JUNTAS E, DAQUELE DIA EM DIANTE, JOANA NUNCA MAIS TENTOU ESPIAR O DIÁRIO DE ROSINHA. AFINAL, SABIA QUE CADA PÁGINA CONTINHA UM PEDACINHO DA IMAGINAÇÃO E DO CORAÇÃO DA SUA MELHOR AMIGA.

 

E ASSIM, ROSINHA CONTINUOU A ESCREVER SUAS AVENTURAS E SONHOS, SEMPRE GUARDANDO-OS COM CARINHO EM SEU DIÁRIO TRANCADO. E JOANA, AGORA MAIS COMPREENSIVA, SEMPRE AJUDAVA A CRIAR HISTÓRIAS PARA PREENCHER AQUELAS PÁGINAS MÁGICAS.